sexta-feira, 31 de agosto de 2007

lazy hazy crazy days of summer

Line Gilmore, quando está de férias, escreve posts decentes, cheios de links e figuras, e falando não de stresses e sim de cultura inútil, que é bem mais divertido.
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Line Gilmore encantada com Ratatouille. Line já é bestificada com as animações da Pixar, mas depois de ter um lampejo do que é trabalhar com 3D, ela agora é fã de Brad Bird (O Cara da Pixar) desde pequenininha. E é claro que Line pegou a sacadinha genial de Brad, quando ele resolveu fazer a parte-protagonista-humana da história ser Linguinni, um cara ruivo, sardento e desengonçado, que neeeem o Gurincrível de Os Incríveis, que é que neeeeem ele mesmo, ó.
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Line Gilmore satisfeitíssima com as aquisições musicais internéticas, em especial com o álbum de Mika, e confesso de antes de catar o link eu só sabia que ele é muuuuuuito gato e tem nacionalidade exótica. É a-mais-nova-sensação-pop-do-momento-daqui-a-1-mês. Sério, é tudo sweet as a lollipop, que aliás é uma das faixas mais legais, depois, óooooobvio, de Grace Kelly, o chicletinho da estação na Mtv (by the way, ai que saudade da Mtv!).
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Line Gilmore entediada porque o andamento da baixação dos eps de GG é praticamente nulo.
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Line Gilmore irritada porque baixou uns 5 eps dublados em italiano. É, isso mesmo. Toscamente dublados em italiano - já li em algum lugar que a dublagem brasileira é a melhor do mundo, e se nem ela eu suporto, imaginem. Line não está pronta pra começar a aprender outro idioma tão cedo (principalmente se a dubladora fala rápido como Lorelai). Crap. Line deleta os 5 eps com mais de 90% baixados com uma doooor no coração porque além de não andar, a baixação desandou.
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Line Gilmore interrompida por uma chamada no msn, mesmo estando ela ocupada. Line já usa a internet há um tempo considerável, mas ainda assim ela respeita a regrinha de etiqueta de não falar com pessoas ocupadas, exceto em casos de urgência ou paixão desenfreada, e ela espera que respeitem essa regrinha com ela também. Mas agora ela não tá ocupada coisa nenhuma, só espera alguém entrar, e não quer sobressaltos no coração toda vez que alguém entra e não é alguém. Mas eis que aparece uma criatura com nick_estranho@hotmail.com, e como é muito comum que ela não lembre de pessoas que adiciona, a primeira coisa que fez foi perguntar quem era. A pessoa, obviamente, não respondeu e deixou Line dividida entre a curiosidade e a vontade de bloquear quem quer que fosse que não se identificou. Mas ela estava entediada e nem um pouquinho impaciente, então resolveu dar uma chance. No fim das contas, era colega de faculdade, por sinal uma das últimas pessoas que ela viu no CAC antes de viajar de férias.
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Line Gilmore não sabe se está mais com fome ou com sono. Provavelmente sono. Ela vai dormir ouvindo a trilha deliciosa da comédia-romântica-road-movie Elizabethtown, o segundo melhor filme da semana. Perde pra Stranger Than Fiction, que tem um dos roteiros mais bem-construídos que ela já viu, e um efeito visual interessantíssimo (que nos extras Line descobriu que se chama G.U.I., e lhe deu vontade de desistir de design de produto só pra trabalhar com isso: fazer coisas legais em aberturas de filmes).
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É impressionante como Line Gilmore se desvia do assunto. Era só pra ter dito que ela vai dormir. Ela foi.
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(soundtrack: The Hollies - Jesus Was a Crossmaker)

terça-feira, 28 de agosto de 2007

meu belisco

É assim que ele me chama de vez em quando. Me chamava bem mais quando eu era menor (do tamanho de um belisco, eu acho, o que quer que isso seja). Hoje é aniversário dele. 84 anos, os mais saudáveis que já vi até hoje alguém completar. E não sei o que é que me deu de não pensar em nada inédito pra escrever pra ele, eu que me dou melhor com palavras do que com qualquer outra coisa. Nem cartão pra o presente (um almanaque de 144 páginas de palavras-cruzadas) consegui fazer. Mas enfim, escrevi a seguinte cartinha já há um tempo, quando estava em Recife morrendo de saudade. Mandei por email, mamãe imprimiu, ele leu e deve ter significado um bocado, porque uma semana depois ele e minha vó me mandaram uma graninha e umas 3 revistinhas de palavras-cruzadas, puro carinho. E sei lá, acho que vai demorar até que eu consiga traduzir melhor o quanto ele é importante pra mim.


Essa noite tive um sonho estranhíssimo (e mais estranho ainda é que faz um tempão que não tenho sonhos). Sonhei que o senhor quase morria. Tinha um problema de saúde, não sei exatamente qual, mais grave que todos os outros poquíssimos que já teve, e parecia que tinha chegado a sua hora. E eu não entendia, porque o senhor sempre foi tão saudável, parecia que ia viver pra sempre. E não me conformava por não estar por perto. Não que eu fosse ser extremamente necessária ou coisa assim, era mais por causa da saudade mal-resolvida que ia ficar depois. Mas não aconteceu. O senhor não morreu, no fim das contas. E inexplicavelmente (agora eu sei, porque foi um sonho) estava aqui, no meu apartamento, dando glória a Deus. E eu lhe dei aquele abraço que o senhor gosta tanto, dizendo exatamente isso. Que tive tanta saudade, que não ia aguentar, que Deus é bom. E o senhor passava a mão na minha cabeça, com todo o amor do mundo.
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Aí acordei. E essa talvez seja a primeira vez que um sonho me leva a tomar uma atitude de verdade. Mesmo que sejam só umas palavras (e eu me dou bem com elas).
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Seu Abel, eu te amo. Muito, muito, muito, mais do que eu pensei que amava até hoje. Amo o seu jeito doce de falar comigo, de viver, na verdade. Amo os seus conselhos. Amo a sua paciência, a certeza que o senhor tem de que tudo vai dar certo porque Deus está no controle. Amo a sua inteligência peculiar, sua vontade de aprender mais sempre. Acho o máximo meu avô ser capaz de resolver as palavras cruzadas mais difíceis em uma sentada, e conhecer tantas constelações, estrelas-alfa, capitais e países que ninguém nem sabe que existem, e outras coisas que o senhor gosta de dissecar naquela enciclopédia. A coisa mais fofa do mundo é quando o senhor vem lá de cima trazendo um pratinho de bolo, biscoitos ou alguma fruta, e diz "é especial pra você". Mesmo que na verdade nem seja, aquela comidinha besta se torna especial por sua causa. Acho lindo o amor que o senhor tem por minha vó, a paixão cheia de gentilezas que existe entre os dois ainda. E o seu senso de economia então... capaz de barganhar até no caixa do supermercado, fazendo sempre o melhor negócio, esperando e estudando as oportunidades, fazendo todas as contas possíveis e imagináveis, só pra de vez em quando dizer "tome, pegue esse biscoitinho que você gosta", e isso significar tanto.
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Dizem que avô estraga. Se for pelo senhor, a pessoa que inventou isso está redondamente enganada. O senhor me faz querer comer coisas saudáveis de vez em quando, me leva a acreditar que existe SIM amor pra sempre, tem uma relação com Deus que nunca vi igual, e só me falta força de vontade pra querer ser assim. Me deu uma bênção toda especial, que quando eu era pequena, achava a maior chatice ouvir e esperar, mas agora me sinto MESMO abençoada. O senhor é o melhor avô do mundo, e eu te amo. Eu lembro do senhor, e de vez em quando preciso do seu abraço e da sua mão na minha cabeça dizendo "vai ficar tudo bem, meu belisco". Tenho saudade de ver o senhor chegando da rua, de boné na cabeça e mão no bolso, ou então trazendo um milho verde, porque lembrou da gente. E todas essas coisinhas pequenas.
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Vô, eu seu que não disse tudo, porque nem cabe no papel, mas sei lá, acho que essas palavrinhas valem pra o senhor saber que seu belisco te ama.
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um beijo e um abraço daqueles,
Alininha
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parabéns, meu belisco.
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(soundtrack: The Fratellis - Whistle for the Choir)

sábado, 25 de agosto de 2007

negócios negócios, amigos...

Lembro vagamente de alguém ter me avisado que essa era a maior furada em que eu poderia me meter, isso bem no começo de tudo. E eu no fundo sabia. E aaaah, como me arrependo de não escutar minha intuição em certas horas... normalmente as mais importantes.
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Me dei mal. Me stressei. Tive um ataque. Aliás um não, vários. Chorei, chorei até ficar com dó de mim. Devo ter perdido uns 5 litros de água nessa história. Deixei umas 20 pessoas com pena de mim, e perguntando se estava tudo bem, e eu dizendo que não, que só uma pessoa completamente tapada não iria enxergar isso. Mas passou, graças a Deus. Não sem prejuízos e consequências, mas passou. E aprendi - da maneira mais difícil - que certas coisas não se misturam. Que certas coisas são melhor preservadas se a gente não mexer tanto nelas. Que se eu quero uma coisa bem feita, tenho que cuidar dela sozinha. Que pessoas diferentes têm prioridades diferentes, e eu devo considerar isso um fator importantíssimo na hora de me envolver com alguém - em qualquer sentido. E que certas pessoas precisam de uns gritos e uma boa dose de sarcasmo na veia (e até de uns bons tapas na cara, que eu não dei e agora me arrependo) pra se tocarem, e mesmo assim ainda não se tocam.
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Daqui a um tempo eu mesma vou achar que fiz tempestade em copo d'água, que tudo não passava de uma grande besteira, que sou perfeccionista demais, exigente demais comigo e com os outros, mas hoje não. Ainda acho que foi muita coisa, que vai me dar um prejuízo enorme, ainda estou com muita raiva. Menos do que ontem e mais do que amanhã, como dizem os alcoólicos otimistas. Espero meeeesmo que o tempo que eu tenho pra esfriar a cabeça e pra tudo voltar a seus devidos lugares seja suficiente. Mas se não for, pelo menos agora não acho que esteja perdendo grande coisa.
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Enfim, desabafei, pelo menos um pouquinho. Odeio falar as coisas pela metade, mas odeio ainda mais fazer intriga. Obrigada a todo mundo que se preocupou, no fim das contas tudo acabou mais ou menos bem. Saí arranhada, claro, mas não tinha outro jeito.
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Mas agora estou em casa, de férias depois de longa espera e longa viagem. Mimadíssima por mamãe, louca pra botar os pés na areia das praias do Sul, ansiosíssima pra ver os amigos, faminta por um acarajé daqueeeeeles, mas principalmente, precisando de um bom descanso baiano (leia-se fazer nada).
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e qualquer desatenção, faça não... pode ser a gota d'água.
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(soundtrack: Amy Winehouse - Rehab)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Poliana e o banjo

Fim de período é um coisa estranha. Ao mesmo tempo é aquela agonia de terminar tudo a tempo, a sensação de que nada vai dar certo, a certeza lá no fundo de que vai dar sim, nem que muitas noites tenham que ser sacrificadas pra isso, a pontinha de melancolia por estar cada vez mais perto do fim do curso (tá, ainda estou no 3o período, mas sou muito sentimental) e a vontade de que certos momentos acontecessem mais vezes, e que se não fosse fim de período, seriam bem melhor aproveitados. Já ouvi milhões de vezes que ser feliz é simplesmente uma questão de aproveitar o momento, mas só há pouco tempo consegui colocar isso em prática. Já caí naquela de esperar as férias pra ser feliz, esperar ter determinada coisa pra ser feliz, esperar entrar na faculdade pra ser feliz, esperar ter um namorado pra ser feliz, esperar as coisas acontecerem. Mas não tem nada a ver com isso. E obviamente, o post de hoje é totalmente Polianístico.

O dia foi cheio e passou rápido, e eu sabia que ia ter que ficar até tarde no ateliê terminando o mock-up (modelo em escala real) de um banjo - não riam. Sabia que váaaarias pessoas ficariam lá também, porque tá todo mundo muito atrasado com esse trabalho, e sabia que ia ser divertido, porque normalmente é. Mas foi muito mais do que eu imaginava. Uma coisa que comentei com quem tava lá é que esses trabalhos práticos são uma terapia, porque enquanto a gente se ocupa com um, não pensa nos outros 20 que tem pra fazer. Além disso, é nessas horas que as amizades ficam mais fortes, que rolam todas as fofocas, que a gente fica espontâneo, rindo da própria desgraça e falando uma quantidade enorme de besteiras por minuto. Claro que hoje tinha o agravante da cola de contato (a tão popular cola-de-sapateiro) afetando nosso cérebro, e o fato de estarmos não numa sala, mas no meio do corredor do 1 1/2º andar do CAC, porque nossa sala foi emprestada - que tal - pra uma turma do curso de Letras, aquele bando de sem-teto.

Podem me chamar de doida, mas eu adoro fim de período. Sabe quando uma tragédia muito feia acontece, e as pessoas de determinado lugar ficam mais unidas? o caso é bem esse, e a gente compete pra ver quem tá no pior drama, e apesar de dizerem que na faculdade cada colega quer mais é que o outro se exploda, a gente, principalmente quem paga disciplinas com Cloves, se ajuda, e muito. É, porque existe uma divisão peculiar na turma, entre quem-paga-Cloves e quem-não-paga Cloves. QNPC normalmente anda de cabelos, unhas e roupas limpas, tem vida social e vai cedo pra casa depois da aula. e QPC... boooom, enfiiiiim, ontem a gente saiu do corredor do 1 1/2º andar do CAC às 21:50, e cada um com uma pilha enorme de papelão ondulado e muita cola grudada nos dedos. E vai ser um dos dias que vou sentir saudade, depois que tudo terminar. Eu e Biba cantando "o que é imortaaaaaaaal não morre no finaaaaaaaaal", João Paulo - a criatura que todos nós amamos odiar - que começava todas as frases com o "engraçado é que...", Emmanuel e Yasmin brigando por um pedaço de pizza (é, hoje teve até pizza, porque uma hora a gente fica com fome, e a cola nem tava dando um barato tão bom), minha obsessão por lixar o que quer que seja, o tamanho dos peitos do vidro de perfume de Cani*, as discussões sobre a legitimidade do Daniel-San, o instrumento musical escolhido pelas meninas, que é mais ou menos como um violão quadrado esquisito de 3 cordas, e dizem elas que é tocado pelas gueixas (a coisa existe mesmo, e o nome de verdade é shamisen, veja mais aqui). E de brinde, da série coisas que só acontecem no banheiro feminino, a coreografia super original de Uma Mão Lava a Outra, super hit do Castelo Rá-tim-bum, quem lembra?

Já faz um tempinho que não abro a boca pra dizer, porque não sentia mesmo, e a boca fala do que o coração está cheio, mas finalmente hoje, agora, tenho certeza de estar feliz. porque as coisas aconteceram e eu não fiquei só esperando. E é claro que é bem mais fácil dizer isso em casa, de banho tomado, cheirando a shampoo e não a substâncias alucinógenas, corrosivas e possivelmente cancerígenas.

*cada um teve que fazer um modelo de um vidro de perfume, e Cani escolheu fazer, pra Jean Paul Gaultier, um em forma de corpo de mulher, o que obviamente gerou uma discussão em torno do tamanho dos atributos da figura em questão.

(soundtrack: Wilco - When You Wake Up Feeling Old)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

fim de período (ou um dia no laboratório de design)

Line chega cedo, e consegue pegar um pc com internet. Após zapear um pouquinho no orkut e na página do consulado alemão, começa a trabalhar no cartaz da peça que tem que fazer até amanhã.
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Yasmin se atrasa só 3 horas.
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Perto de meio dia, o laboratório enche de gente ocupada. Tanta gente que o ar-condicionado não dá conta, na sala que normalmente tem um clima glacial. Celso e Mazulo têm um trabalho de Serigrafia pra terminar, e Line dá pitaco. Line adoooora dar pitaco no trabalho dos outros, porque assim pelo menos parece que o mundo fica um pouquinho mais do jeito dela. Além disso, o projeto dos meninos está mesmo muito bom. Line também tem o tal trabalho de serigrafia, e acha que é talvez a melhor coisa que ela já fez na faculdade, mas fica imaginando como vai fazer pra colocar 9 peças gráficas em 3 telas serigráficas.
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Line pede opinião pra todo mundo que chega. Todo mundo gosta mais do vermelho-cereja do que do vermelho-sangue, e a voz do povo é a voz de Deus. Lá pras 3 da tarde, Line não almoçou ainda. Mazulo e Giuglia trouxeram um container de bolo de festa pra almoçar, e ele fica pirraçando Line, que não comeu ainda. Ela nem presta atenção, na verdade. Mas Giuglia é boazinha, e dá um pedaço a Line. Tava bom.Line grita com Yasmin, com Mazulo e com Gabriella, e pra as outras pessoas não dá mais que um risinho sarcástico. Mateus e Celso brigam feio por causa do trabalho de Embalagem. Um acha que o outro não está fazendo a sua parte. Sinceramente, se fosse comigo, eu estaria agradecida. Tenho uma natureza muito centralizadora de poder, e prefiro tomar conta do trabalho todo, pra garantir que vai sair direito.
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Sérgio pergunta uns 3 milhões de vezes cadê Felipe. Line tem vontade de dar uma resposta beeeeem criativa, mas sua criatividade já foi toda pro cartaz da peça.Mateus e Arthur, que são do 5o período, estão combinando uma festa, pra ganhar dinheiro pra a formatura (na verdade o dinheiro da formatura é só uma desculpa. o que eles querem mesmo - e todo mundo quer - é encher a cara). Arthur tenta vender camisetas pra todo mundo na sala, sendo que pelo menos metade das pessoas ali paga serigrafia. Mas a estampa estava mesmo muito boa.
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Gafa pergunta alguma coisa a Line, sobre algum comando nebuloso do 3D studio, mas ela não tem cabeça pra nada além do projeto do Grande Circo Místico. Line não sabe responder nada que ele pergunta, e por uns segundos só deseja que ele pare de pentelhar enquanto ela está muitíssimo ocupada, mas depois fica com pena e pede desculpa.
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Celso e Mateus perguntam a Line se ela tomaria a bebida para a qual ele criou o rótulo. É, aparentemente, uma caipirinha-com-limão-ice, moderninha e meio gay. Line dá uma resposta que corta o coração dos meninos, mas eles sabem que ela só está stressada, e na verdade, a caipirinha iria bem agora. Junior interrompe Line no msn, mesmo ela estando com o sinalzinho de ocupado. O estranho é que eles não se falam há um tempo enorme, e ele resolve retomar o contato justamente hoje. Ela tenta ser sarcástica, mas pelo msn não se percebe muito, então acaba pedindo mil perdões e dizendo que não vai poder dar atenção agora, porque (adivinha!) está muito ocupada.
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Line e Yasmin discutem por causa de uma capa de cd, se deve ser feita ou não, e se fita de cetim também conta como tecido na hora de imprimir. Sérgio manda (não sei a troco de quê) Line ficar na dela, de uma maneira nada delicada, e Line pergunta, também de uma maneira nada delicada, se alguém chamou ele na conversa.Gabriella não tem mais nada que fazer da vida, e fica perturbando todo mundo na sala. Pelo menos ela faz Line rir, e é um ótimo saco de pancadas verbais.
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Emmanuel chega dando susto em Line, fazendo cosquinha com as mãos geladas. Mas particularmente hoje, ela não está com humor pra cosquinhas, e lança apenas um gélido olhar de hoje não, peloamordedeus. Ele pára, ainda bem. Emmanuel também tem o trabalho de 3D pra terminar, e Line morre de medo que ele também comece a perguntar tudo, mas graças a Deus ele se vira sozinho.Sérgio chega todo feliz, dizendo que ele e Felipe tiraram 10 em Semiótica. Line não esboça nenhuma reação externa, mas morre de raiva de não ter se matriculado nessa cadeira, onde só era preciso fazer um redesign bobo de um pictograma. Ela imagina como vai ter que se virar em mil, se quiser no mínimo ser aprovada em Serigrafia, depois de ter feito um projeto gráfico estonteante, mas que vai dar um trabalho duuu cãaaaaao pra virar coisas de verdade.Os meninos não têm mais nada que fazer da vida (já que ficaram com 10 em Semiótica) e ficam olhando pérolas do orkut. Line até ri um pouco, mas a fadiga mental já é tanta que nem entende mais o que ninguém fala. Yasmin confunde levemente Circo Místico com Teatro Mágico, e dá um trabalho enorme encontrar a ficha técnica da peça, pra colocar no folder.
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Mabel pergunta a Line uma coisa do 3D, e felizmente ela sabe responder, porque já teve que repetir o comando milhões de vezes até acertar, no próprio trabalho.
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Às 18h, Line está com os nervos em frangalhos, uma sede desesperada por Coca-Cola e o trabalho de Serigrafia quase pronto. Faltam 3 semanas pro fim das aulas, e tudo indica que os dias, daqui pra frente, só tendem a piorar.

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(soundtrack: The Cardigans - Lovefool)