quinta-feira, 29 de novembro de 2007

^^

Gosto de surpresas.
Gosto de gentilezas.
Gosto de começos.
Gosto do exercício de aprender a gostar.
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(soundtrack: Oasis - The Girl in The Dirty Shirt)...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

inconclusivo

Vi isso no Blog do Aju, e copiei meeeeerrrrrmo.
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Cinco coisas acontecem simultaneamente, as quais precisam ser atendidas:
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1. o telefone está tocando
2. o bebê está chorando.
3. alguém bate na porta da frente.
4. há roupa pendurada no varal do quintal e começa a chover.
5. a torneira da cozinha está aberta e jorrando água.
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Em que ordem você resolve os problemas? Pare de ler agora, abra o bm e velho bloco de notas e responda sem olhar o resultado.
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Já fez? Muito bem. Agora vamos ao que interessa: minha resposta, é claro!
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Bom, se esse caos todo acontecesse comigo, em primeiro lugar eu corria pra fechar a torneira. Depois, gritava "já vai" pra quem estivesse na porta esperando. Aí ia tirar a roupa do varal bem rápido, jogar em qualquer lugar e pegar o bebê no colo. Antes de fazê-lo parar de chorar, eu atendia a porta e falava "desculpa aí a bagunça, e me dê um minutinho que o telefone tá tocando e fulaninho (bebê) não pára de chorar". Isso, obviamente, se o telefone ainda estivesse tocando, o que duvido muito. E se ainda estivesse, é bem provável que eu pedisse pra a visita atender. Aí eu deixava a visita esperando até conseguir acalentar o bebê. A roupa recém-tirada do varal e o aguaceiro na cozinha ficam pra depois, é claro.
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Agora, o significado de cada coisa:
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telefone = trabalho ou carreira
bebê = família
pessoa batendo na porta = amigos
roupa lavada = vida sexual
água da torneira = dinheiro ou riqueza

Aí fiquei confusa. Tipo, ficou maaaais do que claro que antes de tudo, I am a material girl, já que a primeira coisa que fiz foi fechar a torneira, mas é meio difícil imaginar uma material girl que deixa o telefone (vida profissional) por último de tudo. Ok, depois da torneira, teve a porta. Eu não atendi, mas dei alguma atenção, antes de correr pra tirar a roupa do varal, então não sei o que é que conta mais, o sexo ou os amigos. Mesma coisa com o bebê: peguei no colo mas não o fiz parar de chorar até abrir a porta e resolver a questão do telefone. Outra coisa: quem quer que estivesse batendo na porta tinha que ser muito meu amigo, pra eu admitir que a casa tá uma bagunça, o bebê não pára de chorar e ainda por cima pedir pra a criatura atender o telefone. E que diabos isso significa? Que eu deixo meus problemas profissionais nas costas dos outros? Que eu não dou a mínima pra regras de etiqueta? Que tenho muitos amigos íntimos?

No fim das contas, não faço idéia de qual foi realmente a ordem das minhas respostas. Talvez eu tenha estendido demais o raciocínio, e isso provavelmente também significa alguma coisa. Mas sei lá, as coisas estavam interligadas, e talvez seja uma coisa tipicamente feminina querer dar atenção igual pra tudo que acontece, e tentar resolver tudo ao mesmo tempo. Resumindo: eu sou uma bagunça.
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mas Dalí me entende.

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(soundtrack: Belle and Sebastian - If You Find Yourself Caught In Love)
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off the record: não sei como demorei tanto tempo pra descobrir Belle and Sebastian. Lembro de ter escutado alguma coisa da banda uns 2 anos atrás e não me chamou muita atenção. Mas esses dias baixei esse disco, Dear Catastrophe Waitress, e a música é simplesmente deliciosa. As letras são divertidíssimas, e em algumas (como a soundtrack do dia), eles conseguem falar de amor sem ser piegas, mas sendo, sim, completamente fofos. Altamente recomendável if you find yourself caught in love (pegou, pegou?).

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

bff

Não sei do que é que tenho saudade, se dela ou de ter uma melhor-amiga-de-verdade, com quem conversar todas aquelas fofoquinhas de garotos, roupa de fulano, quem fez o quê, quem está apaixonada. Já tentei ter ela de volta, mas não dá mais. Ela está toda mudada desde que foi embora, ou desde que eu fui embora, sei lá. Parece que se esqueceu completamente da vida que tinha antes, dos amigos, das coisas que a faziam feliz. Pra ela, tudo que é novo é suficiente, e pelo que ela diz, sua vida é uma maravilha. De vez em quando ela fica enigmática (provavelmente quando se decepciona). Ela vive dizendo que ama, talvez diz mais do que deveria se não quisesse fazer soar vazio. Ela se tornou estranha pra mim, ela que eu conhecia tão bem, ou pelo menos achava. Só reconheço de vez em quando, em algumas coisas pequenas que eu lembro de ela gostar há muito tempo, e parece que não mudou. Mas não é suficiente.
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E ela deve pensar o mesmo de mim, o que é completamente justo, já que eu mudei sim, todo mundo muda. Mas pelo jeito, ela encontrou outra melhor-amiga-de-verdade, e não faz tanta diferença pra ela o que sou agora, ou como me sinto, ou o que acontece. É o que eu preciso apender a fazer: substituir satisfatoriamente quem me faz falta. Nunca fui boa nisso, sempre guardei lembranças demais e achei que era suficiente. Surpresa: não é.
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Eu queria que ela soubesse que estou feliz, no meu lugar, do meu jeito, e que a vida vai bem, obrigada. Só falta uma melhor-amiga-de-verdade.
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(soundtrack: Travis - Big Chair)

update 00:31 a.m.
acabei de ver uma coisa aqui que me deixou muito feliz. Haha I got the power!!

sábado, 24 de novembro de 2007

orelha.

Gosto de livros com orelhas. Com elas, dá pra ter noção da altura da história em que se está. E dependendo do livro, fico me sentindo meio melancólica por estar mais perto do fim do que do começo, ou mais entusiasmada para descobrir o final, pelo simples fato de usar a orelha direita em vez da esquerda pra marcar a página.
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Alguns livros sem orelhas são tão bons, e eu leio tão sem sentir, tão fácil, que acabam sem aviso. Me deixam um vazio, uma vontade de que a história tivesse continuado, porque não senti que chegou realmente ao fim. Tinha mais coisa. As orelhas evitam isso, além de serem bastante úteis antes de começar a ler. Gosto das que têm trechos da história, mais do que daquelas com biografia do autor. E não suporto orelhas que têm escritos outros títulos da mesma editora. Pra isso existe a boa e velha segunda, ou terceira ou quarta página. Porque também não suporto que coloquem na última.
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A última página de um livro é sagrada. É a última coisa vista, é o que fica, no fim das contas. E, é claro, as orelhas um pouquinho amassadas.
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E por quê isso agora? Bom, acabei de passar pra a orelha direita.
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e mais tarde tem o post oficial pós-leitura dele, que é delicioso.
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(soundtrack: trilha instrumental de Amélie Poulin)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

secret garden

She'll let you in her house
If you come knockin late at night
She'll let you in her mouth
If the words you say are right
If you pay the price
She'll let you deep inside
But there's a secret garden she hides
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She'll let you in her car
To go drivin round
She'll let you into the parts of herself
That'll bring you down
She'll let you in her heart
If you got a hammer and a vise
But into her secret garden, don't think twice
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You've gone a million miles
How far'd you get
To that place where you can't remember
And you can't forget
...
She'll lead you down a path
There'll be tenderness in the air
She'll let you come just far enough
So you know she's really there
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She'll look at you and smile
And her eyes will say
She's got a secret garden
Where everything you want
Where everything you need
Will always stay
A million miles away

(trilha do filme Jerry Maguire. Linda. Tradução aqui e vídeo aqui.)
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Aí eu me pergunto quanto tempo vai levar.
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(soundtrack: Bruce Springsteen - Secret Garden)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

fantasma do natal passado

Ainda lembro daquele cheiro, uma mistura de plástico e chocolate, que enchia a sala de estar no final do ano lá em casa. Minha mãe tinha uma escola de música e uma árvore de natal de 3 metros, que era montada a alguma altura de novembro. E eu ajudava a montar. Lembro que uma vez foram só Sonhos de Valsa, que ninguém podia comer até o dia do encerramento das aulas, mas a gente sempre dava um jeito de roubar algum. Tinha também o pisca-pisca colorido que tocava música e tinha 70952351 programações diferentes, e uns enfeitinhos de madeira, com os quais eu adorava brincar porque pareciam brinquedinhos antigos, e foram comprados de tia Eunice. Eram lindos, pintados à mão, e todos tinham alguma coisa dourada. Nem sei o fim que levaram. se a gente ainda morasse naquela casa, com certeza estariam no depósito (uma espécie de porão onde se guardava toda espécie de quinquilharias, que ficava no meio da escada, entre a garagem e a casa propriamente dita, e merece um post só pra ele), junto com a árvore de natal de madeira, que foi pendurada na parede por um ano ou dois, mas nunca fez tanto sucesso como a de 3 metros.
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Eu me divertia montando a árvore de milhões de partes, todas muito específicas. Alguém ficava com o trabalho chato de separá-las, enquanto eu, um toco de gente de 8 anos de idade, me esticava em cima de um daqueles banquinhos redondos pra encaixar no lugar. Banquinhos, aliás, que não vou esquecer nunca. Eram da escola de música e foram feitos por encomenda, em duas alturas. Eu gostava de sentar nos mais altos, que nas aulas de teoria musical eram usados pra apoiar o caderno de música e escrever. Me sentia, sei lá, grande, eu que era sempre menor que todo mundo, mais nova que todo mundo.
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Tenho saudade da escola de música. Da infância escutando as lições de Suzuki e as pecinhas de Bach no piano (deve ser por causa disso que não vivo sem música hoje), das tardes que seriam extremamente tediosas sem as outras crianças que tinham aula lá, primeiras amizades que fiz - e pelo menos uma conseguiu durar a vida toda. Dos recitais no teatro, que deixavam minha mãe uma pilha de nervos, mas saíam perfeitos no fim das contas. De ficar na recepção com Claudiane, desenhando e sujando de lápis de cor a mesinha de fórmica, das festinhas de aniversário que minha mãe organizava no terraço, da casa cheia.
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O último natal daquela árvore foi o de 97, se não me engano. Minha mãe não estava lá pra montar, e a gente resolveu fazer uma surpresa pra ela, que ia chegar em casa e ver a árvore pronta. Eu queria que dessa vez tivesse neve, mas acho que não deu certo. Ela tinha ido a Salvador, fazer uma cirurgia complicada na coluna, pra consertar um braço que doía muito. Nunca mais deu aulas de piano depois disso, e não lembro bem se a escola de música fechou antes ou depois dessa viagem. Só lembro que a árvore foi parar num dos quartinhos de bagunça da casa de minha vó antes de ser doada e fazer outra pessoa feliz com aquele cheiro de plástico e chocolate. E o Natal ficou meio estranho lá em casa nos anos seguintes, como se faltasse alguma coisa. E faltava.
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Parece que é modinha hoje em dia as pessoas dizerem que odeiam o Natal. Eu não odeio. Gosto um bocado, na verdade. É a melhor época do ano pra comida, e me traz boas lembranças. Primeiro da escola de música, e depois, quando não tinha mais escola, das férias na casa de minha vó com um monte de primos, na época em que não importava muito a idade da gente, e ninguém era apaixonado por ninguém, e todo mundo brincava com todo mundo, e todo mundo ia pra a piscina. Sei lá, deve ser normal ficar com o coração apertado lembrando dessas coisas. E tudo porque cheguei em casa hoje e o prédio estava todo enfeitado com pisca-piscas, e em um dos apartamentos estava tocando uma daquelas musiquinhas das 70952351 programações.
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Mas nunca mais senti aquele cheiro.
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árvore de Natal do CAC - ano passado
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(soundtrack: The Cure - Boys Dont Cry)

domingo, 18 de novembro de 2007

dieta

Aí, depois de um dia longo e cansativo de trabalho, fui finalmente ao mercado, porque a geladeira e o armário-de-comida estavam gritando desesperadamente por socorro.
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dia 1
jantar: sorvete de pavê
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dia 2
café da manhã: panetone
almoço: sorvete de pavê
jantar: sorvete de pavê
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dia 3
café da manhã: barra de chocolate
almoço: panetone
jantar: nuggets e sorvete de pavê
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aaaah, como eu amo o verão!
aaaah, como eu amo o Natal!
aaaah, como é bom morar sozinha!
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"aquelas coisa" que só tem em fim de ano =D
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(soundtrack: The Shins - So Says I)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

listinha (mal) disfarçada

(descaradamente roubado e adaptado de Clara McFly.)
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Eu gosto de gente que gosta de Beatles, e que usa camiseta dos Beatles. Eu gosto de gente low-profile. Eu gosto de gente que se esquece das coisas, e vem me dizer que lembrou muito tempo depois de tudo já ter passado. Eu gosto de gente que assovia. Eu gosto de gente que conversa com bebês na língua deles. Eu gosto de gente que tem apelidos, e que cria apelidos (desde que não sejam pra namorados). Eu gosto de gente que não lembra o nome do filme que acabou de assistir.
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Eu gosto de gente que muda o cabelo. Eu gosto de gente que acena e grita quando vê um conhecido na rua. Eu gosto de gente que dá susto e faz cosquinha. Eu gosto de gente que tropeça e bate nas coisas, mas não tanto quanto eu. Eu gosto de gente que dá presentes sem nenhum motivo especial. Eu gosto de gente que dá o lugar no ônibus, mesmo que não seja pra mim. Eu gosto de gente que sabe se arrumar, mesmo que ande largada na maior parte do tempo. Eu gosto de gente que sabe do que gosta, e principalmente do que não gosta.
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Eu gosto de gente que senta em qualquer lugar. Eu gosto de gente que gosta de Chico Buarque, mas não tanto quanto eu. Eu gosto de gente que escuta músicas no modo aleatório. Eu gosto de gente que toma Coca-Cola. Eu gosto de gente que mistura dois idiomas quando fala, ou quando escreve, ou quando pensa. Eu gosto de gente que separa o lixo pra reciclar. Eu gosto de gente que é boa em matemática. Eu gosto de gente que não dorme. Eu gosto de gente que gosta de música. Eu gosto de gente que toca um instrumento (musical, gente). Eu gosto de gente que ri muito. Eu gosto de gente que usa óculos. Eu gosto de gente que se atrasa, mas não demais.
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Eu gosto de gente que tira os óculos de sol pra conversar. Eu gosto de gente que não esconde quando está triste. Eu gosto de gente que puxa assunto com desconhecidos. Eu gosto de gente que viaja e traz presentes. Eu gosto de gente que dança. Eu gosto de gente que dá festas. Eu gosto de gente que usa perfume pra ir a qualquer lugar. Eu gosto de gente que só fica em silêncio, com o abraço disponível, quando o outro chora.
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Eu gosto de gente que tem teorias. Eu gosto de gente que lê e toma café em livraria. Eu gosto de gente que usa canecas e camisetas divertidas. Eu gosto de gente que gosta de animais. Eu gosto de gente que lembra de uma música pra cada coisa que a gente fala. Eu gosto de gente que tem blog. Eu gosto de gente que usa havaianas. Eu gosto de gente que arruma um programa legal de última hora, e arrasta os amigos. Eu gosto de gente que desenha, e mais ainda de quem me desenha. Eu gosto de gente que tem carro mas anda de ônibus. Eu gosto de gente ocupada. Eu gosto de gente que não entende minhas piadas, mas ri mesmo assim. Eu gosto de gente que tem tatuagem.
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Eu gosto de gente que tem saudade da escola. Eu gosto de gente que se apaixona de verdade. Eu gosto de gente que gosta de praia. Eu gosto de gente que não come carne porque tem pena dos animais, e não porque teoricamente é mais saudável. Eu gosto de gente que percebe as coisas. Eu gosto de gente que joga Banco Imobiliário. Eu gosto de gente que tem um time. Eu gosto de gente que usa falas de filmes na vida real. Eu gosto de gente que conta histórias.
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Eu gosto de gente.
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joguinho after-post: Line Gilmore gosta de mim?
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é muito simples. Conte e me diga quantos pontos você fez na listinha (se quiser especificar, melhor ainda) nos comentários =D. São 62 (um número absolutamente nada a ver, que se não fosse par eu juro que diria que era primo, e vai ser horrível pra calcular a porcentagem depois, mas não vou perder a espontaneidade do post só pra o número ficar bonitinho) ao todo, e eu não acho que alguém consiga fechar a lista. Mas enfim, quem emplacar mais coisas ganha um prêmio especial, que não vou dizer o que é porque não sei ainda, mas meus presentes são famosos por serem legais. Go, go, go!
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(soundtrack: The Beatles - Getting Better)

sábado, 10 de novembro de 2007

Pronto, podem parar de me importunar, eu finalmente:
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*assisti Tropa de Elite, e já posso rir quando alguém diz qualquer fala de Olavo (ops, Capitão Nascimento). E querem saber? Adorei.
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*escutei The Dark Side of the Moon inteiro. Exatamente, eu que nunca escuto um cd inteiro. Estou começaaaando a aprender, e como esse é um álbum conceitual, e as músicas meio que se misturam umas com as outras, foi bom pra começar. Pink Floyd é estranho mas é legal (mas também, qualquer rock da década de 70 é lisergicamente estranho, então eu já devia esperar por isso), e no meio daqueles sons indefiníveis e guitarras e sintetizadores malucos dá pra encontrar uma harmonia belíssima. Está mais pra gosto do que pra não gosto.
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*consegui dormir de ontem pra hoje, e parece que o fuso horário tá se ajustando, seja lá qual foi o lugar onde eu supostamente estive essa semana, então não vou mais precisar daquele tarja-preta. E voltei a tomar café, porque não estava adiantando nada mesmo. Mas ainda tenho as olheiras de Vandinha, essas vão demorar pra ir embora.
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*descobri quem é minha turminha de faculdade do presente período. É, do presente período, porque por conta das disciplinas e de quem é meu colega nelas, nunca consigo andar com as mesmas pessoas por mais de 4 meses. Nem eu nem a maioria dos meus coleguinhas designers. Uns dizem que é horrível ser o melhor amigo de alguém um período inteiro e no seguinte nem ver a pessoa direito. Outros acham o máximo, vão terminar o curso tendo socializado com todo mundo, e cheios de amigos. Eu ainda não sei se gosto. Mas isso é coisa pra pensar mais tarde.
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Fora a capa né...
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(soundtrack: Pink Floyd - Any Colour You Like)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

mundo estranho

1. um cara se jogou do 15º andar do CFCH (prédio de Filosofia e point dos suicidas da federal) ontem de madrugada. Era meio-completamente esquisito, usava a calça lá em cima e uns óculos de fundo de garrafa, e aparentemente não conversava com ninguém, ou ninguém conversava com ele. Dizem que ele era húngaro, estava no CAC há 11 anos, estudava artes cênicas e ontem à noite, umas 23h, entrou no prédio, se escondeu dos vigias e se matou por volta de 3:30, completamente nu. O corpo não foi reconhecido imediatamente, de tão espatifado que estava. O sangue não está mais lá porque o lugar onde ele caiu era areia. O último suicídio do CFCH foi há 3 anos, e apesar de todas as piadinhas e brincadeiras que a gente sempre fez com o prédio, ontem todo mundo se sentiu estranho.
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2. quando eu estava entrando no meu prédio ontem, um gato veio pra perto de mim. Era malhado e tinha os olhos enormes. No começo, fiquei com medo que ele viesse me arranhar ou qualquer coisa assim, mas o bichinho começou a roçar minha perna e me fazer carinho do jeito dele. O pêlo era macio e fofinho, uma delícia. Senti saudade de Mel. Não sei se o gato queria entrar, ou comida, ou simplesmente que alguém o acariciasse. O fato é que achei a coisa toda muito fofa e muito estranha. E descobri que gosto de gatos.
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3. uma pessoa que eu não via há um bom tempo apareceu. É o jeito dele esse ir e vir sem avisar, e eu devia estar acostumada. Mas as circunstâncias são estranhas, e não sei mais o que pensar direito.
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(soundtrack: Radiohead - How Can You Be Sure)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

você é anti-social?

É uma pergunta que tá rolando no blogworld ultimamente, todo mundo resolveu responder. Olhei no espelho e pensei: será?
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Pô, eu não ando emburrada. Eu tenho amigos. Eu tenho msn, e uso. Eu tenho orkut, e uso. Eu tenho celular, e uso. Eu passo mais tempo no mundo real do que na internet, e mais tempo fora do que dentro de casa. Eu não tenho o rosto absurdamente cheio de espinhas, nem o cabelo ensebado (se bem que isso me qualificaria como nerd/emo, e não como anti-social, mas quem liga?). Eu falo alto. Eu tenho creeps (leia a teoria inteira aqui). Isso devia valer pra me tirar de uma vez por todas da listinha dos freaks retraídos, cuja língua o gato comeu. Mas por outro lado...
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Demorei quase 1 ano e meio pra ir numa festa da faculdade, e mesmo assim só fui porque era a fantasia.
Não fico sem dormir por causa de noite na farra. Não fico sem dormir por causa de msn. Não fico sem dormir por causa de amor. Meu problema é insônia mesmo.
Boa parte dos meus contatos no msn está bloqueada. São justamente os que conversam demais.
Adoro inverno, porque todo mundo fica automaticamente mais reservado, e eu não tenho que pedir desculpas pro resto do mundo por querer ficar em casa vendo um filme e tomando café ao invés de ir pra a praia. Aliás, a própria praia é controversa pra mim. Gosto dela deserta, e gosto da areia toda pela frente, pra eu andar e ficar melancólica, ou pra ter uma boa conversa com alguém. Gosto do mar, do cheiro e do gosto dele, e do cansaço que dá depois. Mas não gosto de usar biquíni, não gosto do exibicionismo próprio da praia, não gosto de ter pessoas me olhando e vendo se eu tenho ou não celulite.
Não tenho turminha. É engraçado isso, porque me dou razoavelmente bem com todas as turminhas, mas nunca faço realmente parte de nenhuma. Falo com os nerds da faculdade, os nerds do trabalho, os meninos da banda, a galera da cachaça (que abrange também os meninos da banda), as meninas de moda, o pessoal que tá começando a fazer monografia, os calouros (vergonha), as meninas de encadernação, mas se me perguntarem com quem eu ando pra me dizerem quem sou, não sei.
Metade das pessoas que deixou testimonial pra mim no orkut não tem mais orkut.
Quem mais liga pra mim no celular é minha mãe. E eu também não sou de ligar muito. Não gosto de telefone. Uso quando preciso, mas não gosto pra conversar. Algo nele torna tudo muito pessoal, muito espontãneo. Gosto da segurança do backspace.
De vez em quando esqueço o celular em casa (o que significa que não quero falar nem com minha mãe), saio e vou me enterrar no sofá branco da livraria Cultura, o templo das pessoas retraídas.
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E essa sou eu em dias normais.
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Algumas pessoas têm necessidade de viver mais pra dentro que pra fora. Sou eu. O meu pra fora são as palavras escritas, e o meu pra dentro é uma bagunça que não quero que ninguém se atreva a ver. Nunca consegui contar tudo, tudo mesmo, pra amigo nenhum, e sou muito mais de ouvir do que de falar, quando se trata de relaconamentos. Já falei demais uma vez e me machuquei um bocado, então deve ser um mecanismo de defesa. Falo muito quando tenho um ponto de vista, e tenho que provar que está certo, ou pra contar alguma história boa. Sou muito curiosa, mas guardo as perguntas pra descobrir sozinha, porque seriam muito esquisitas pra dizer em voz alta. Desenvolvi uma capacidade enorme de bisbilhotar a vida das pessoas pela internet, pelo simples fato de ter vergonha de perguntar. Sou tímida, embora pouca gente acredite. Espero as pessoas falarem comigo, e odeio tomar a iniciativa quando estou interessada em alguém. Fico vermelha muito fácil, e talvez parte dessa timidez toda seja porque sou transparente demais com as coisas que sinto. Aí, em vez de me arriscar a demonstrar qualquer outra coisa, começo a rir. E todo mundo diz que sou luminosa, alegre, simpática, espevitada, ninguém vê o que está por baixo. E eu até achava que gostava assim, até perceber que coloco o meu pra dentro num blog público que recebe cerca de 20 visitas por dia. Aí entendi que todo mundo precisa se expor de alguma maneira, deixar saberem o que você pensa, o que você sente, o que aconteceu, pra que o mundo te entenda. A minha maneira é essa.
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Acho que não nasci anti-social. Minha mãe conta que quando eu era pequena (1 ano ou 2), eu adorava a casa cheia de gente, e curtia minhas próprias festas de aniversário, e pedia pra as visitas não irem embora, e gostava de me exibir, e falava pelos cotovelos. A concha é que foi ficando mais espessa por causa das coisas que aconteceram. E o bichinho de dentro, mais frágil. Ou não.
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conclusão:
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jk

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(soundtrack: Los Hermanos - Sentimental)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

sem título

Klimt está em todo lugar ultimamente... deve ser sinal de alguma coisa.
A obra dele é uma das mais femininas que já vi. E cheia de detalhes, e colorida, e delicada, e luminosa. E as mulheres dele têm uma expressão que não consigo explicar direito, mas me parece meio melancólica, como se não estivessem completamente ali, como se tivessem sido presas naqueles mosaicos.
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E se alguém quiser me dar ele de presente, tô aceitando..
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O beijo, meu favorito.
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off the record: sim, estou inquieta. Até parei de tomar café esses dias, pra ver se durmo um pouco, mas não funcionou. Vi o sol nascer 3 vezes em uma semana. Não consigo me concentrar em nada de útil, tenho medo de não conseguir fazer tudo que tem pra fazer e estou entrando em parafuso. Já tomei chá, já apaguei tudo e deitei a pulso, já botei a trilha sonora mais sonífera que existe, mas meu sono não dura mais de 3 horas. Tenho de vez em quando essas insônias estranhas, mas não desse jeito, com esse descontrole todo. Não sei do que é que eu preciso, só sei que não tô normal. Daqui a pouco começo a comer terra.
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(soundtrack: Paul McCartney - No Words)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

golpe baixo

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consciência:
pronta pra mais um feriado tedioso fazendo trabalhos da faculdade em casa?
eu: ahn... não tinha jeito de deixar tudo pra depois dessa vez não? Eu queria taaaaaanto fazer alguma coisa legal esse fim de semana! Sei lá, um cinema que fosse, tem um tempão que não vou no cinema...
consciência: COMO ASSIM deixar tudo pra depois? Você tem um sistema de ícones inteiro pra fazer, um protótipo bem complicadinho em tecido pra costurar, um monte de caderninhos, um cartaz de show e ainda vai elaborar o questionário da análise do joguinho. Você acha sinceramente que dá pra deixar tudo pra depois?
eu: afe, não grita!
consciência: e você vê se me respeita, viu? Raiai... que é isso agora? Você era tão responsável no começo do curso, que que aconteceu?
eu: tô cansada, só isso. Tô sem conseguir dormir ultimamente, com sono o tempo todo, minhas olheiras aumentam todo dia, tô enjoada da vista magnífica da tela do meu pc, preciso fazer alguma coisa divertida, eu sou humana, pô!
consciência: e aquela história de primeiro a obrigação, depois o prazer? Pense bem, você vai conseguir curtir melhor tudo que tem pra curtir quando não tiver mais nada pendente pra fazer. Não é a coisa mais chata sair e ficar com a cabeça nos caderninhos?
eu: ...
consciência: além do mais, quem vai te fazer companhia? Tá todo mundo na praia ou viajando!
eu: é, eles não têm uma consciência tirana feito você. E você sabe muito bem que eu saio sozinha sem o menor problema, aliás é até bom pra minha higiene mental.
consciência: jura que você vai sair sozinha, com a cidade do jeito que tá? Com um trombadinha em toda esquina? Com notícia de bala perdida e atropelamento todo dia? Você deu uma olhada na manchete da Folha ultimamente?
eu: ...
consciência: tá vendo? Não tem nem resposta. Pronto, se aquiete, fique em casa bonitinha fazendo seus trabalhos, você não vai se arrepender. Tem a discografia inteira de Chico Buarque pra escutar...
eu: que já ouvi inteira numseiquantos milhões de vezes...
consciência: e tem coca na geladeira, e além de tudo você tem que dar uma arrumada na casa, que sabe como é Lívia...
eu: ...
consciência: então pronto. Feche o guarda-roupa, vá fazer um café pra se concentrar melhor, tome um banho e comece logo, que quanto mais cedo você terminar melhor.
eu: ...
...
O carinha da seção de romances em língua estrangeira da Cultura não vai me ver esse fim de semana. É, ainda tô tentando acreditar que não sou assim tãaaaao workaholic. Não sou eu, é minha consciência. É uma personalidade totalitária essa dela...

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alguém mais cheio de coisas pra fazer do que eu descobriu que o encosto da cadeira do pc também funciona como travesseiro.
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(soundtrack: Chico Buarque - Verdadeira Embolada)