sexta-feira, 30 de maio de 2008

declaração de amor torto

Ontem finalmente consegui montar meu tão adiado painel de fotos altamente egocêntricas/constrangedoras/sentimentais (e sim, ficou lindo). Aí foi dando saudade das coisas que estavam nas fotos, e não vou começar a falar delas agora, senão não acabo nunca, e tenho um vestido e uma bolsa pra costurar e um projeto inteiro de embalagem pra fazer (sim, o vestido e a bolsa são trabalhos de faculdade também).
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Mas enfim, fiquei com saudade do Irmãozinho. É, isso mesmo, do meu irmão chato e insuportável, que não consegue passar 24 horas sem me tirar do sério. Deu saudade de quando minha mãe (a propósito, comecei a chamar minha mãe de "minha mãe" por causa dele, porque morria de ciúme daquela coisa que tinha chegado em casa pra atrapalhar meu reinado de filha-única, e a mãe era minha, e a coisa tinha que ter consciência disso, logo mudei de "mamãe" pra "minha mãe") obrigava a gente a sorrir e se abraçar pra a foto. E do tempo em que nem precisava ela mandar.
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E das brigas de travesseiros muito peculiares, e de quando a gente jogava soldadinhos de paraquedas da varanda do terceiro andar. E de quando eu falava alguma coisa completamente esdrúxula e ele acreditava (todo irmão mais velho faz isso). Fiquei com saudade do meu irmão, com quem nunca consegui me dar bem de verdade, porque sei lá, parece que a gente compete o tempo todo, seja lá pelo que for. Eu sei, é feio uma mocinha toda lady e delicada e sentimental dizer que sempre viveu aos tapas com o irmão mais novo, mas é a verdade. E hoje eu queria que tivesse sido diferente, mas aposto que se pudesse viver tudo de novo, ia acabar perdendo a paciência e brigando do mesmo jeito, porque as coisas que ele faz me dão nos nervos.
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Eu juro que tentei ser mais paciente, ser a-irmã-mais-velha-com-a-cabeça-no-lugar. Eu podia ter tido mais paciência, é verdade. E fico me sentindo meio mal toda vez que vejo irmãos que se dão maravilhosamente bem, como Namorado e a irmã dele, ou Minha-Irmã e Minha-Irmã (são duas meninas que chamam uma à outra assim, "minha irmã" e "minha irmã"). E nem sei se ele lembra de mim agora, já que tem, sei lá, mais de um mês que a gente não se fala - tá, tem toda a questão dos custos telefônicos e dos horários da gente, e o fato de ele não usar celular, mas se a gente quisesse, dava pra se comunicar sim - e sei que é difícil pra qualquer pessoa acreditar, mas eu amo meu irmão. Que ganhou seu primeiro (e único, até onde eu sei) apelido de mim. Que ficou deesesperado uma vez que só tinha nós dois em casa e eu passei mal. Que morria de medo de cachorro, mas acabou roubando o posto de dono do coração de Mel, que é minha. Acho que é isso que todo irmão mais novo faz, chega roubando as coisas, e no final não dá pra ficar com raiva.
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Aí por último, vi no orkut um depoimento lindo de um irmão mais velho pra a irmã mais nova. Ela está doente de coisa séria, e ele acabou confessando coisas que talvez não fossem ser ditas nunca se estivesse tudo bem. Aí pensei em como vai ser, se eu vou precisar ficar doente, ou ele, ou outra coisa bizarra acontecer pra a gente descobrir que se ama. Pra ele finalmente retribuir meus abraços, pra eu prestar atenção no que ele diz, pra a gente sentir que tem alguma coisa mais que o sangue, a miopia e o cabelo liso em comum.
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pedaço do painel que tem ele. Algumas das fotos mais queridas da minha vida.

(soundtrack: Fernanda Takai - Diz Que Fui Por Aí)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

tan taran tan tan tan tan tan tan taran

[musiquinha da Fox]
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Rufem os tambores. Soprem as cornetas. Toquem as sirenes, senhoras e senhores, porque começou oficialmente o final de período da federal!!!
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[pausa para o desapontamento geral dos leitores].
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Pois é pois é pois é. Adeus cama, olá cadeira do pc. Adeus tardes de sábado gostosas com Namorado, olá ateliê. Adeus roupinhas fofas, olá avental. E adeus casinha arrumada, muito provavelmente, e adeus unhas grandinhas. Olá olheiras. E daqui a exatamente um mês, dou o contrário de adeuses e olás, e vai ser muito mais legal.

E pra comemorar (mentira, foi totalmente sem motivo)... cortei o cabelo. Olhei no espelho e vi que ele estava cansado de ver todo dia a mesma coisa. E aí passei a tesoura. Sem dó nem piedade. Eu me garanto. Heh.

Photobucket
e aí, ficou o quê?
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[/line gilmore blogueira genial mode off] [/line stressada e rabugenta mode on]
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off the record:
tô ficando muito nerd, né não?
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(soundtrack: Beatles - Free as a Bird)

terça-feira, 20 de maio de 2008

^^

Por acaso encontrei seu perfume na roupa que eu estava usando. É impressionante como você aparece assim do nada e me faz feliz em dois segundos. Aí lembrei como é bom dormir no seu colo, e como é bom o seu carinho meio com medo de me acordar. Mas eu adoro acordar no seu colo, então não tenha medo. E adoro essa saudadezinha pequena e inofensiva. Que não dói porque vou levantar no outro dia e ver você ainda por perto.

(E hoje não é dia especial de nada não. Foi só o amor que veio um pouquinho mais forte.)
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(soundtrack: Duffy - Warwick Avenue)

sábado, 17 de maio de 2008

[/sentimental]

Eu vou sentir falta dele. Na verdade era isso que eu queria dizer, quando falei que a pessoa da mesa do lado vai sentir falta das nossas conversas barulhentas e do meu riso incontrolável, que é sempre culpa dele.
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Foi ele a primeira pessoa que puxou assunto sem-ser-de-trabalho comigo. E que tentou me mostrar o que é música boa (opiniões controversas a esse respeito, mas tudo bem). Ele é o cara mais underground que eu conheço, e não sei como consegue acumular tanto conhecimento em, sei lá, um metro e sessenta de altura. Ele leu os livros que eu sempre quis ler. Ele conhece mais de Chico Buarque do que eu (!!!). Ele já atingiu outro nível de maturidade, e conhece muita coisa de muita coisa. E ainda assim discute comigo como se ganhar a discussão valesse a vida. Ele é o tipo de pessoa que você leva anos conhecendo, aos poucos. Eu só tive seis meses. E queria ter aproveitado melhor.
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Ele vai embora, e eu vou sentir falta. Pronto, falei. E ele diz que eu sou má, cruel, fria e sem coração, mas de vez em quando tenho sentimentos (viu?). E vou sentir falta. E vai demorar pra ocuparem a mesa em frente à minha com alguém à altura, apesar de ele dizer que eu sou muito fácil pra rir, que dou risada de qualquer besteira. Mas mesmo a 4718496532 quilômetros de distância, a gente sempre tem o skype. Não dá mais pra levantar e verificar a intensidade do riso provocado, ou tentar ganhar uma discussão apelando pro olho-no-olho. Mas sempre tem o skype.
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Não vou desejar sucesso, que ele já deve estar de saco cheio disso. Quero, sim, que ele se divirta bem muito na Microsoft, e não deixe eles lá saberem que ele vai comprar um Macbook com o salário que receber de tio Bill. E que continue sendo o cara mais underground que eu conheço.
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[Pelo visto eu tenho sorte com bons amigos à distância...]
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(soundtrack: Chico Buarque e Miúcha - Maninha)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

quase lá

Já é quase amanhã, mas ainda é hoje. O dia dela. Que não podia passar em branco aqui, Porque é por causa dela que esse blog existe, antes de tudo. É por causa dela que eu existo, ora bolas! E é dela que eu sinto essa saudade que já se conformou, mas ainda incomoda. Porque o que é que eu faço com a vontade de simplesmente olhar pra ela e falar o que estou pensando sem dizer uma palavra? O que é que eu faço com a luz do quarto, que ninguém apaga dizendo ''todos a bordo?''? O que é que eu faço com os aniversários, quando antes só o que precisava era escrever ''eu te amo'' num lacre de leite Ninho?
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Ela faz falta, embora na maioria das vezes seja ela a dizer essas palavras. E no dia dela, eu queria fazer mais do que um post sem-vergonha quase meia-noite. Eu queria ter acordado ela de manhã, e feito qualquer besteira pro café da manhã, e ter tomado, como sempre, o primeiro gole do copo d'água. Mas depois de 20 anos de cafés da manhã e mergulhos na cama de manhã cedo e lacres de leite Ninho com declarações de amor, ela já sabe como é. E eu também. E a gente pode lembrar e rir, mesmo com uma saudade imensa.
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Feliz aniversário, mãe. E boa viagem. E feliz seja todo o resto da sua vida. E vai ser, porque você fez por merecer. Te amo.
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(soundtrack: Lily Allen - Littlest Things)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

sobre a vida.

Perder alguém pra uma cidade distante. Perder alguém pra outra pessoa. Perder alguém pra uma coisa mais importante. Perder alguém pra amigos novos. Perder alguém pra o tempo, simplesmente. Já experimentei essas coisas, e são horríveis. Mas nada se compara a perder alguém pra sempre. Morte mesmo, a palavra que a gente tem medo de falar. Que ninguém gosta de conversar sobre. Que todo mundo tenta evitar a qualquer custo. E que está infinitamente mais perto do que a gente pensa.
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Hoje recebi duas notícias ruins. Dois amigos perderam pessoas queridas, repentinamente, e eu fiquei sem ter o que dizer. Nunca perdi alguém, e não consigo imaginar a dor que é saber que aquela pessoa não está mais por perto, e não vai estar nunca mais, por mais que você queira, por mais que você ame e sinta saudade. Ou a agonia de não ter se despedido, e das coisas que ficam sem ser ditas. A vontade automática de ligar pra contar qualquer coisa, e de repente lembrar que ninguém vai atender deve ser desconcertante.
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E eu tenho medo. Morro de medo. Não de morrer, mas de perder pra sempre quem eu amo (ou de perder quem eu amo pra sempre, o que vem a ser a mesma coisa, se você considerar que amor só é amor se for pra sempre). De não dar tempo de dizer tudo, e de aproveitar junto as coisas boas da vida, e de mostrar o tamanho do amor, com todas as letras, pra não ter dúvidas. E aproveito agora, e aqui, que esse blog é meu e não tem obrigação nenhuma de fazer sentido: mãe, te amo. Mais do que qualquer outra pessoa no mundo. E não tem nada a ver com domingo ser dia das mães, ou com o fato de todo mundo estar fazendo declarações de amor pra a mãe por aí. Te amo. As coisas estão estranhas, e não entendo o motivo. Mas eu quero ter tempo pra você, e queria demais ter um dia das mães igualzinho ao do ano passado (salvo pelo meu cabelo, que agora tá mais bonito). E quero que, mesmo sem eu aí, você faça festa, simplesmente porque a vida vale a pena comemorar, principalmente a sua. Morro de saudade. E te amo.
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Coincidência ou não, o último post foi minha bucket list, que fui super intimada a fazer, e que me deixou toda boba e sentimental quando eu escrevi. Parece que tem alguém querendo me dizer que o tempo é curto, e pra eu parar de ver a vida passar, e tratar logo de mergulhar nela. E aproveitar quem está vivo, como Sofia disse.
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(sondtrack: Não sei quem canta, mas é da trilha de Sweet November - Wherever You Are)

off the record:
lembrei um bocado da Cris, com isso tudo. Ela consegue tratar do assunto lindamente, bem melhor do que eu. Ela tem experiência.

terça-feira, 6 de maio de 2008

run for your life

A Carol e a Jady me deram a incumbência ao mesmo tempo, então a coisa é meio urgente. Lá vai:
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8 coisas pra fazer antes de morrer (não necessariamente em ordem cronológica ou de importância):

1. conhecer, entre muitos outros lugares do mundo, Londres. E lá, tirar foto atravessando a faixa de pedestres da Abbey Road e zoar com um daqueles guardinhas, e andar no ônibus vermelho.
2. aprender francês. Não serve pra nada na vida (nem em Londres eu vou usar) mas é tãaaaao bonitinho!
3. dançar. De verdade, de vestido rodado e sapatos apropriados, e com um par que lembre bastante o Richard Gere.
4. fazer alguma coisa tipo pular de pára-quedas, ou voar de asa-delta, ou me jogar de bungee-jump de alguma ponte num lugar bonito. Só pra saber se alguma coisa consegue ser mais intensa do que tudo que eu sinto em dias normais, fazendo coisas normais.
5. passar um Natal em NY. Porque apesar de ter muito nojinho dos EUA ultimamente, morro de vontade de estar no centro do mundo, e melhor ainda se for com neve e luzes e musiquinhas de Natal. Ah, e tomar café Starbucks em alguma esquina.
6. casar. É, eu quero, um dia, apesar de a idéia me assustar um pouco agora.
7. saber fazer uma comida especial (que não seja brigadeiro ou leite-com-chocolate), e ouvir todo mundo dizer que nunca comeu tal-coisa melhor que a minha. Igual o pirão de leite de minha mãe, ou a moqueca de Zena.
8. ler, ouvir, assistir, conhecer e apreciar todo tipo de coisa que a vida tem, infinitamente mais do que leio/ouço/assisto/conheço hoje. Parece que a gente tem tão pouco tempo pra tanta coisa.
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Resumindo, quero viver bem muito, e quero que chegue o dia de eu me acalmar, baixar a velocidade, estar de mãos dadas com o meu amor - aquele que vai ser pra sempre - e ver o tanto de coisa que já fiz na vida, e, ao fazer as contas, ter aproveitado mais do que perdido tempo, e ter mais sorrisos do que caras sérias (não digo nem mais sorrisos do que lágrimas, porque elas são boas também, no fim das contas), e ter tido amigos de verdade, e ter amor pra mais outra vida inteira.

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[sim, sim, fiquei sentimental. É o que acontece quando simplesmente deixo fluir.]
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Ah. Era pra indicar 8 pessoas pra fazer a mesma coisa, mas eu simplesmente não consigo. Sou muito lentinha pra memes, e basicamente todo mundo já fez antes de mim, inclusive todo mundo que eu queria indicar. Sei lá, deixo pra mamãe (que já foi intimada mas não fez ainda), pro Menino Estranho e pra o Aju, acho que eles não fizeram =D
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(soundtrack: The Beatles - Dear Prudence)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

de costas

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Esse é o raio-x da minha coluna lombar. A maior radiografia que já tive que fazer. Eu sempre me achei linda de costas, e continuo achando por dentro. Acho linda essa curvinha pro lado, um charme. É só minha saúde que não gosta muito dela...
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Mas essa foto estranha (e não tão legal pra tirar) veio me lembrar que, ao contrário do que eu quero - e costumo mesmo - acreditar, meus ossos não são de adamantium. E meus anticorpos não são superdotados. E minha energia não é infinita, e não é meio litro de café por dia que vai torná-la assim.
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Eu sempre tive orgulho da minha boa saúde. Nunca fiquei doente durante as aulas, desde que entrei na faculdade. Pifava, sim, mas na semana seguinte, quando já estava segura, em casa, com mamãe me dando dengo e qualquer remédio que eu precisasse. Essa foi a primeira vez, e foi horrível ter que ir embora de uma das aulas mais legais do período porque a dor não me deixava continuar ali numa boa. E pior ainda foi perder o fim de semana tão esperado, e gastá-lo todinho deitada na cama com um livro de auto-ajuda *shame on me* (mas eu estava na casa de minha vó, e vocês já sabem o que acontece por lá). E ainda pior do que isso foi vestir aquela bata super estranha do hospital e tirar até minha correntinha de bailarina, pra fazer o raio-x da coluna. Foi quando senti que a coisa tinha ficado feia demais, e tudo por culpa dessa minha mania de achar que dou conta, que posso tudo, que não tem problema nenhum sacrificar o corpo por um bem maior - mas espera aí, o bem maior não devia ser viver bem? de que adianta terminar 3 cadeiras com média 10 e ganhar um muito bem e um aumento no trabalho pra não poder curtir nada disso de tão exausta?
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Eu não podia ter deixado meu lado workaholic tomar conta de mim tanto assim. Agora tô tendo que ficar de pijama em casa, sentada/deitada numa daquelas almofadas triangulares ortopédicas, em pleno feriado, pra ver se fico boa, e isso depois de já ter passado uma meia-semana muito mais-ou-menos, sem aproveitar as coisas direito por causa do remédio que me deixa devagar como eu nunca achei que fosse capaz.
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É, Linoca, parabéns. Você é humana.
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(soundtrack: Rolling Stones - Time Is On My Side)