quinta-feira, 28 de junho de 2007

atrasado, mas vale.

Ele é um enigma.
Ele já foi meu companheiro de aventuras. A gente brincava de jogar soldadinhos de plásticos de pára-quedas de guardanapo do 3º andar do prédio. A gente fazia luta de travesseiros no meio da sala, e sempre um dos dois saía machucado.
Ele me deu um soco na barriga do qual nunca vou esquecer, quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, no sítio de tio Guerrinha, porque ele queria brincar no balanço e eu nao deixava porque era minha vez.
Ele provavelmente passou pra mim a alergia a frutos do mar.
Ele sempre queria o pedaço maior do chocolate e o copo mais cheio de Coca-Cola.
Ele matava formigas no quintal da casa de minha vó em Olivença com um borrifador cheio de detergente.
Ele sempre foi louco por shopping.
Ele provavelmente vai falar inglês melhor do que eu, quando chegar na minha idade.
Ele adorava as besteirinhas de $1,99 que minha vó trazia da rua.
Nós já dançamos juntos a coreografia de YMCA, num dia de fazer nada em casa (e ele vai negar isso até a morte). E ele assistia Chiquititas também, entrego logo.
Ele já foi vítima de chantagem minha, e já fez chantagem comigo.
Ele era meu cúmplice quando eu queria jogar The Sims escondido, já que minha mãe só permitia 1 hora por dia e eu sou totalmente viciada no jogo.
Ele me apresentou os filmes do Senhor dos Anéis pela primeira vez.
Ele não consegue assistir a um filme calado, e a gente sempre senta longe um do outro no cinema.
Ele vivia emburrado quando eu estava no computador.
Ele conhece muito mais coisas legais na internet do que eu. Mas não consegue ganhar de mim no Rummikub de jeito nenhum.
Ele sempre se dá melhor do que eu em qualquer tipo de jogo (menos Rummikub, é lógico).
Ele só comia se Maria desse na boca, até um passado recente. Agora, disputa comigo a última salsicha da panela de cachorro-quente (e quase sempre acaba ganhando).
Ele não é tão estudioso quanto eu sempre fui na escola, mas aposto que se diverte mais.
Ele já criou um super-herói de quadrinhos, o Fedorento Wildson, inspirado num colega de escola.
Ele adora RPG, e eu nunca consegui entender qual é a graça nisso.
Ele sempre quis um Playstation, mas minha mãe nunca quis dar.
A maneira mais eficaz de torrar a paciência dele é soltando beijinhos, no meu caso.
Ele morria de medo de cachorro quando era menor (até de um Pincher que tivemos), mas hoje é o único que chega perto do rottweiler.
Ele morre de saudade de mim, que eu sei.
Ele quase não demonstra que me ama, mas num dia que estávamos só os dois em casa e eu fiquei com febre, ele ficou super nervoso e preocupado tentando encontrar meus pais, e aí eu percebi que irmão serve pra alguma coisa. E que ele se importa comigo.
E sim, eu amo ele (e odeio o português) pra caramba. Bem muito meeeeeesmo.
...
Ontem foi aniversário dele, e eu obviamente lembrei de ligar, mas esqueci do presente. Qualquer dia desses mando uma coisinha de $1,99 pelo correio.

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E só pra provar que ele me ama, essa foto era a única do álbum do orkut dele.
...
(soundtrack: Artic Monkeys -Bigger Boys and Stolen Sweethearts)