quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

love love love

Tipo de coisa que só se escreve de alguém que amou você até o fim da vida, que foi seu pra sempre:


Eu me lembro de observar o movimento de suas mãos a cada vez que ele preparava alguma coisa na cozinha. E elas cantavam. Dançavam carinho. A cada ingrediente, um beijo: na maçã do rosto, na testa, na ponta do nariz. Na colherada de arroz, essas mãos nos serviam declaração de amor.
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Sim, porque esse não era um privilégio meu. Suas mãos assim faziam para cada um de quem ele gostava. Cozinhando para quinze, vinte pessoas, passava o tempo na cozinha, ora conversando com um, ora com outro, ora sozinho com o amor que lhe temperava os pratos. E aquele era seu deleite e sua alegria. Amar com as mãos: servir os pratos um a um, colocando em cada um deles o seu gosto pela vida.
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Suas mãos também desenhavam. Selecionavam músicas e me puxavam para dançar. Escolhiam flores para os mais surpreendentes buquês. Ao escrever, entregavam o charme suave do escritor. Mãos que ora remavam, ora acendiam o cigarro. Mãos que me enxugavam lágrimas. Mãos que contavam piadas. Mãos que me abraçavam forte na hora de dormir, e que não adormeciam enquanto não cobrissem minha orelha. Que discavam meu número e davam à voz o seu lugar. Compunham mensagens com uma doçura antiga, num mundo moderno e celular – posicionando cada ponto e cada vírgula, sem perder um dedo de autenticidade. Mãos espontâneas e bailarinas. Mãos que passeavam pelo ar, cheias de vida e de amor.
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Mãos que me seguravam o rosto no beijar. Eu era dele a cada beijo. Éramos um do outro num amor que nada tem a ver com posse.
É um pedaço deste post, deste blog. (a história da dona é super interessante, vale a pena futucar o blog toooooodo, com um lenço - ou um balde - do lado) Me deixou completamente boba e emotiva, só de pensar que esse tipo de coisa existe ainda, e que alguém consegue traduzir tão bem em palavras essas formas pequenas e simples de amor.

Sim, estou romântica. E que bom que tem alguém de verdade pra me dar motivo.

(soundtrack: Chico Buarque - Tatuagem)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

complicada e perfeitinha

Daí que tá todo mundo postando sobre suas próprias peculiaridades pessoais particulares (fui redundante?), e eu quero também. Porque uma dessas peculiaridades pessoais particulares é que eu copio boas idéias descaradamente. Eu sei que isso é muito feio vindo de alguém que tem obrigação de ter boas idéias próprias (e às vezes tenho mesmo), mas fazer o quê, quando vejo uma coisa interessante e genial que eu sei que dá pra eu mesma fazer, daquelas coisas que não entendo como não fui eu que inventei, imito meeeeeeeeesmo, algum problema? Segue a listinha então.
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Eu tenho uma coisa de repetir as letras escrevendo, de acordo com a intensidade da palavra. Faço isso direeeeeto, e não sei se é chato pra ler, mas é divertido escrever assim.
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Como sobremesas bem devagar. Absurdamente devagar, ao ponto de parecer que não tô gostando. Muito pelo contrário, quanto mais gostosa a sobremesa, mais eu tento estender o prazer de comer. E se tiver casquinha/cobertura/qualquer parte especial, guardo pro final. Porque eu adoro comer.
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Eu adoro comer. É mais prazer do que necessidade pra mim (tipo, a comida está mais na boca do que no estômago, sabe?), e por isso não como muito, mas experimento um bocado. E é raro eu pedir a mesma coisa no cardápio mais de uma vez, a menos que seja milk shake de ovomaltine do Bobs.
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Meu cabelo é um reflexo da minha auto-estima do dia. Normalmente, quando está preso num coque sem graça, é porque não acordei linda e não quero muito ver espelhos. Quando faço um rabo-de-cavalo, estou um pouquinho melhor. Mas quer me ver bem? Bem mesmo, linda, poderosa, miachando? Cabelo solto e penteado de lado, perfeito pra dar aquela jogada pra trás. E adoro quando alguém ajeita minha franja e tira da frente dos olhos.
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Faço playlists estranhas. Tipo misturar Marisa Monte, Beatles, Maroon 5 e Rihanna (é, Rihanna. Confesso. Gosto de junk music de vez em quando, ê-ê-ê) no mesmo balaio de gato. E nunca salvo minhas playlists. E me arrependo às vezes, porque algumas saem realmente geniais.
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Tenho umas listinhas bizarras de coisas pra fazer espalhadas por todos os pedaços de papel que estão ao alcance. Não consigo chegar nem na metade da maioria delas. E acabei de descobrir que a porta do meu armário de cozinha funciona qui nem qui um quadro branco, e dá pra escrever nela com pincel e apagar, que não mancha. E a área útil dela já está, obviamente, toda ocupada.
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Guardo milhões de coisas inúteis na cabeça. Jingles e frases de propaganda, nomes de atores de Hollywood, introduções de músicas que não escutei mais de 2 vezes, coisas das aulas de biologia (o líquido tende a se deslocar do meio hipotônico para o meio hipertônico, quem lembra disso levanta a mão), alguma coisa que alguém falou num filme. Porque tudo que realmente importa já foi escrito nos bloquinhos e post-its e armários de cozinha.
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Ao contrário da grande maioria das mulheres, eu levo um bom tempo pra enjoar do meu cabelo. Coisa de um ano, por aí. Fico esse tempo todo sem mexer nele, só aparando as pontas. Mas quando resolvo mudar, seja lá pra o que for (cortar/pintar/enrolar/whatever), a mudança não passa despercebida nunca.
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Não bebo nada morno. Gosto das coisas bem quentes ou bem geladas. E no caso das geladas, coloco gelo em tudo, mesmo sem precisar. Porque a melhor parte de beber qualquer coisa com gelo é chupar o gelo depois. E bati o recorde de gelos numa frase só.
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Vej coisas interessantes na internet, coloco nos feeds pra ler com calma depois e sempre esqueço. O que também acontece com muitas das boas idéias que penso em copiar.
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Quando descubro uma música boa e apaixonante, escuto um milhão de vezes e enjôo dela em dois dias. E depois vou procurar covers da mesma, pra continuar escutando depois da overdose.
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Eu me mexo demais. Falo me mexendo, tenho pernas nervosas, não paro quieta na cadeira do trabalho, dou uns chutes em quem estiver dormindo do meu lado de vez em quando - mamãe já acordou com uns roxos estranhos -, e quando estou muito quietinha, fico fazendo alguma coisa com os dedos. Namorado pode até achar que é carinho, mas é só necessidade de me mexer de alguma maneira. (é nãaaaaao, é carinho mesmo, amor).
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Leio coisas que escrevi há muito tempo, ou mesmo há não tanto tempo. Emails (enviados ou não, por falta de coragem), textinhos, agendas, posts, conversas de MSN. E nessas horas, sempre aparece uma saudade de fininho. Por exemplo, voltei pro começo deste post pra ler, e vi que tá enorme, e vou parar por aqui, antes que me internem.
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E nem citei meus vícios cafeínicos e o magnetismo que tenho com paredes e quinas de mesa, que isso nem conta mais. Se alguém lembrar de qualquer coisa mais, me avisa, tá?
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(soundtrack: Beatles - Free as a Bird (a obsessão musical da vez))

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

desejos atrasados para Carolina

Esse post foi escrito sexta, dia 22, pra ser publicado na hora exata do aniversário dela, meia noite de sábado (anteontem). Eu super não devia ter esperado, porque Dona Conexão resolveu fazer uma brincadeira de mau gosto, e logo quando eu estava numa praia deserta sem nenhuma lan house por perto. Mas acho que vale ainda, né Cauol? Então vamos fazer de conta que saiu na hora certa.
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SÁBADO, 23 DE FEVEREIRO DE 2008
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desejos para Carolina
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Hoje é aniversário dela. E eu quis desejar a ela tudo de bom, apesar de ser totalmente redundante e clichê, porque ela merece, apesar de ser totalmente redundante e clichê também. Porque ela me fez lembrar como são as amizades simples e bonitinhas de meninas, e de como eu precisava dela esse tempo todo e não sabia. Porque ela se tornou indispensável, e é uma parte enorme da melhor parte de mim. Porque a gente deu tão certo tão rápido.
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Mas aí Frejat fez isso antes (desejar tudo de bom que alguém pode desejar pra alguém que ama), e de uma maneira muito mais bonita. E é o que eu desejo, Cauol, pra você. Sem tirar nem pôr. Desejo um aniversário feliz, e também todos os dias do resto da sua vida. E que você divida todos comigo.


Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo

E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante

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Quando você fica triste

Que seja por um dia e não o ano inteiro

E que você descubra que rir é bom

Mas que rir de tudo é desespero

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Desejo que você tenha a quem amar

E quando estiver bem cansado

Ainda exista amor pra recomeçar

Pra recomeçar
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Eu te desejo muitas amigos

Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos

Pra você não deixar de duvidar
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Desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também

E que você diga a ele pelo menos uma vez

Quem é mesmo o dono de quem
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Desejo que você tenha a quem amar

E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar

Pra recomeçar

(soundtrack: Frejat - Amor pra Recomeçar)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

ela disse (quase) tudo

Roubado da Clara McFly. E comentado. Porque o espírito de Amélia (a que era mulher de verdade) baixou em mim esses dias.

Morar sozinha é...

atravessar três quarteirões à meia-noite para comprar inseticida, porque tinha uma barata no quarto ou deixar o quarto hermeticamente trancado e ir dormir na sala, e espirrar o inseticida todo pela frestinha da porta na manhã seguinte.

dançar “Rehab” igual a uma chacrete enquanto faz um chá enquanto experimenta roupas novas.

agüentar um chuveiro obscenamente quente ou obscenamente frio por uma semana, até que seu irmão (seu pai, que seu irmão não entende dessas coisas ainda) vem dormir na sua casa e, encarecidamente, conserta o chuveiro para você.

atravessar a sala e a cozinha pelada, no escuro, para pegar uma calcinha limpa na lavanderia. E ficar se escondendo atrás das roupas penduradas para não ser vista pelo vizinho ou abrir a janelinha do banheiro que dá direto pra a lavanderia e se esticar toda pra alcançar o varal que, por sorte, não estava completamente suspenso por pura preguiça.

fazer o maior exercício para beber um gole de água direto do galão. De cinco litros.

preparar um risoto um miojo... ops! esqueci que não como mais miojo... ok, nuggets às onze da noite, só porque está com vontade.

acompanhar o risoto miojo/nuggets/farofa de calabresa com suco de uva servido em taça de cristal.

pagar 30 paus para um eletricista consertar uma mísera tomada com mau-contato, após frustrada tentativa de fazer você mesma o serviço (com uma faca de manteiga, por falta de ferramentas - ei, eu tenho ferramentas! Onde estão mesmo?...).

subir dois andares um andar, de escada, carregando seis quilos em produtos de limpeza (que no último lance pareciam doze) no muque.

esperar o quanto quiser para comprar desenhar *a mesa certa* – e, enquanto isso, comer no chão.

colar fotos direto na parede com durex.

arrumar a cama só quando está com vontade ou quando chega visita.

consertar o mecanismo de abertura da janela munida de uma faca de manteiga (ainda sem encontrar a caixa de ferramentas) e uma corda de varal.

ler e reler um contrato de aluguel sozinha. Absolutamente sozinha. E achar legal (não tanto...).

consertar o forro da bolsa com grampeador, porque, assim como “caixa de ferramentas”, “filtro”, “mesa de jantar” e “sofá”, “caixa de costura” ainda não existe nos domínios domésticos recém-ocupados. Opa, nos meus existe! Aliás, tenho caixa de costura desde antes de possuir domínios domésticos. Por outro lado, não tem grampeador... E está bom assim.

sempre dizer, sem ter de consultar ninguém, quando está bom.

E ainda:

não deixar Namorado subir e ver o tamanho da bagunça que você simplesmente não estava a fim de arrumar.

fazer uma super-hiper-mega faxina no apartamento escutando Life In Cartoon Motion, de Mika (disco imbatível pra a hora da limpeza) e dançar com a vassoura. No sábado de manhã.

olhar com mais carinho pra a seção de utilidades domésticas no supermercado, e considerar (apenas considerar) gastar menos com roupa e mais com porcelana.

(soundtrack: Jim Sturgess - All My Loving)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

gentileza

Daí que Namorado, além de ser lindo, lord e muito fofo, é irresistivelmente nerd. E um belo dia, veio me dizer que pegou o código-fonte do meu blog e centralizou a imagem do topo, que estava torta, desse jeito:

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(clique para ampliar)

Era algo que me incomodava profundamente desde sempre, mas eu não tinha idéia de como fazer pra ajeitar. E é claro, ele só não me fez uma surpresa completa porque precisava do login e da senha do blogspot pra alterar de verdade. E eu aposto que ele conseguiria pegar sem permissão, afinal todo nerd é meio hacker, e meus dados são salvos no pc do trabalho, mas não. Veio todo fofo dizer só que tinha conseguido.
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E agora, senhoras e senhores, o layout do blog tá bonitinho e centralizado, e perfeito ^^, desse jeito que vocês estão vendo agora, êeeeee. Ok, pode parecer que não foi nada. Bom, pra mim foi.
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Digam se não é pra ser perdidamente apaixonada por um cara desses...
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(soundtrack: Rita Lee - If I Feel)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

receita para um carnaval memorável.

Abadá?
Fantasia?
Ingresso pra camarote?
Frevo?
Axé?
Desfile das escolas de samba na tv?
Galo da Madrugada, Olinda, maior carnaval do mundo?
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Nãaaaaaao.
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5 dias.
Uma praia paradisíaca, com água azulzinha de longe e cristalina de perto.
Uma casa enorme e fresca.
Uma rede. Aliás, uma não, várias.
Um bom livro.
Um namorado fora de série, que não cansa de me agradar.
Uma noite inteira de todo tipo de conversa. O tempo que a gente precisava.
Muita coca-cola e gelo.
Um celular descarregado.
Nenhuma possibilidade de internet por perto.
Sol. O tempo todo. Céu sem nuvens.
Milhões de conchinhas.
Pôquer.
Cheiro de Sundown.
Um beijo (muitos beijos) toda manhã, pra acordar direito.
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Pra quê mais?
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(soundtrack: Lobão - Por Tudo Que For)