segunda-feira, 30 de junho de 2008

depois do almoço

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Namorado: mas agora que você tá mais ou menos de férias, vai voltar a postar mais, né?
Line: hmmm... muito não.
Namorado: muito não...
Namorado: você escrevia um bocado.
Line: é. sei lá, é que agora não tem mais tanta coisa acontecendo, não tem tanta necessidade de escrever. Voocê me pegou num momento muito caótico, tudo acontecendo ao mesmo tempo.
Namorado [perplexo]: e agora, não é caótico não?
Line: não... não. agora tá tranquilo.
Namorado: e tá bom?
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[Line sente o coração aumentar de tamanho e esquentar, e sorri.]
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(soundtrack: Nando Reis - Sim)

sábado, 21 de junho de 2008

look at all the lonely people

A gente tem que prestar mais atenção ao que acontece com as pessoas que estão por perto (e as que nem estão tão perto assim). Tem tanta gente passando por coisa que a gente nem imagina... Porque parece estar tudo bem, porque tá calmo na superfície. Mas ninguém devia ter que enfrentar os próprios fantasmas completamente sozinho. Chega uma hora que as forças acabam, a vontade de continuar vivendo acaba, e a gente precisa de alguém pra nos puxar de volta pra a vida, ou pelo menos tentar. Pelo menos saber.
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Aí quando acontece o pior, quando alguém tenta parar de viver e consegue, não dá pra entender. Porque ninguém prestou atenção. eu não prestei.
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De alguma maneira ela estava pedindo ajuda, não é possível.
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Eu vou sentir falta. Sim, soa hipócrita ouvir alguém que não fala com uma pessoa há meses dizer que vai sentir falta, mas é diferente a falta de "até as próximas férias" da falta de "mais nunca". E vou lembrar dela feliz e espevitada, como sempre foi, desde a primeira vez. Ela não hesitava em dizer "te amo". Ela abraçava. Ela ajudava. Ela cantava e dançava. Ela falava alto. Ela dizia o que ninguém mais tinha coragem. Ela tinha que ter tido coragem pra continuar, pra passar por cima do que quer que estivesse acontecendo, como sempre teve pra tudo na vida. Ela parecia tão feliz, tão normal.
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Hoje ela me fez esquecer de coisas pequenas, tipo minhas unhas e o fim do período e as horas que eu não tenho, e pelo menos por um dia parei pra pensar no que realmente importa. E eu quero a vida, por mais assustadora que pareça, por mais difícil que seja continuar. E não vou enfrentar meus fantasmas sozinha.
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(soundtrack: Beatles, - Eleanor Rigby)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

fim de período

Os pratos estão formando uma torre na pia. Tem tecidos e papéis espalhados pelo chão da casa toda. Tem roupas jogadas de qualquer jeito no quarto, de quando eu chego em casa, tomo um banho e em vez de cair na cama, morta de cansada, ainda vou trabalhar mais. Já enjoei das músicas do pc, de tanto que escutei enquanto trabalhava nele. A câmera não tem mais memória pra fotografar, de tanta foto de trabalhos sendo feitos que tem nela, e não tenho tempo pra descarregar arrumadinho. Minhas unhas estão pedindo desesperadamente pra eu olhar pra elas com carinho, mas eu não vou ouvir. As palavras escapam antes de serem ditas, e fica aquele branco incômodo de mente cansada. O raciocínio lógico tem uma hora que não funciona mais. A coluna resiste bravamente, e por enquanto só dói um pouquinho, pra eu lembrar que ela existe. O dinheiro vai embora da conta mais rápido do que se diz "aceita visa?", de tanto material que tô tendo que comprar. Almoço é uma coisa que não existe muito, Namorado é uma coisa que eu não vejo muito, sono é uma coisa à qual não tô podendo me dar ao luxo agora. A personificação do caos, essa sou eu em final de período.
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Mas ainda me lembro, todos os dias, de trocar a água das flores que ganhei de presente. Nem tudo está perdido.
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(soundtrack: Belle and Sebastian - Lord Anthon)

terça-feira, 10 de junho de 2008

mesa de trabalho de Line Gilmore, prazer.

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Computador, coisas coladas com durex no computador (basicamente tudo que tenho que fazer nas próximas duas semanas. besteirinha), Jones - meu toy-art particular, esquecido de presente de Curupa. Eu super queria que ele e a Barbie tivessem um relacionamento feliz e duradouro, especialmente agora perto do dia dos namorados, mas ela é de plástico e tem prazo de validade na minha mão =/ - completamente desolado com o tanto de coisas que tenho que fazer nas próximas duas semanas, pixel art no desktop, monitor #2 desligado por causa da tablet, taaaaaablet (recém ganhada linda linda maravilhosa e com mouse wireless ai que chics), caneca-presente-antiquiquíssimo-de-vó melada de café de de manhã cedo *vergonha*, caneca-de-Nescafé-ganhada-da-mãe-na-base-da-chantagem-emocional com canetas que não funcionam mais mas são bonitinhas, garrafinha de coca-cola roubada (não dá pra ver porque Jones tá na frente, mas está lá sim senhor), foto cute-cute de 15 anos atrás com Irmãozinho e um minúsculo pedacinho da bolsa que costurei quando ainda tinha tempo pra isso (preta, no cantinho direito, ó). E João Grandão ali atrás, em motion blur.
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Ok, confesso que arrumei pra a foto, e normalmente não tá tão bonitinho. Mas foi só ontem (dia dessa foto) que vi como tô ficando nerd. By the way, quem é que dizia que o homem é bom, a sociedade é que o corrompe?
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(soundtrack: The Cardigans - No Sleep)
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e comentando a soundtrack (e pessoas, prestem atenção, porque posso estar instituindo uma nova tradição aqui no blog: comentar a música do dia, caso ela mereça ser comentada. Já quis fazer tanto isso e não fiz, não tem momento melhor que agora pra começar, né?): estou tendo um affair delicioso com The Cardigans. Tá, já conhecia os hits mais mais há um tempinho, mas fui descobrir a banda mesmo por causa do Last.fm (saaaanto Last.fm!), e a bola da vez, ou melhor a bolacha da vez é Long Gone Before Daylight (não quer baixar? ouve aqui). O melhor dos melhores de todos os discos da banda eveeeer. É todo cheio de emoção e melodias lindas e tristes - bittersweet é a palavra que define isso melhor do que qualquer outra -, a voz de Nina é macia e gostosa e feminina, tem um instrumental diferente e que enche o ar, um violão meio indie, meio folk, bem calminho, especialmente nessa música, No Sleep, que tem uma letra linda. E tem Communication, que é simplesmente A Música (e que fez Namorado ficar super com medo e se sentindo culpado, só porque mandei ele escutar depois que a gente tinha não se entendido muito bem, e foi aí que eu vi que ela é poderosa). E é pop, easy-listening, o tipo de música que fica na cabeça o dia inteiro se deixar. Super recomendável pra dias de chuva, ou pra aquela sessão de experimentar-todas-as-roupas-do-armário (porque tem umas músicas que super dá pra dançar, tipo Live and Learn), ou sei lá, presta de qualquer jeito. E só meu pequeno comentariozinho sobre a soundtrack do dia foi maior que o post. Adoro isso. E viram que fui super boazinha e coloquei bem muitos links? That's all folks. Aguardem novas descobertas.

domingo, 8 de junho de 2008

pra contar pros netos

Eu tinha perdido meu celular, e estava mais ou menos desesperada. Fiquei completamente desesperada quando consegui um telefone emprestado de alguém no estágio, liguei pra Namorado e ele disse que não, eu não tinha esquecido no carro dele. E voltei a ficar só mais ou menos desesperada quando ele disse que sabia com quem estava, que foi um tal de Alisson que foi procurado pela tia do restaurante do CAC, porque era o primeiro número na minha agenda telefônica. A tia ligou, o tal-do-Alisson foi lá e pegou meu celular pra me devolver, não sem antes ter que provar, de 082651356 maneiras diferentes que me conhecia e não era um cara mal-intencionado que só queria roubar um celular todo arranhado e incrustado de materiais estranhos (porque é isso que acontece quando você é uma pessoa agoniada e trabalha com materiais estranhos que deixam a mão suja).
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Enfim, o-tal-do-Alisson ligou pra Namorado - que era o número mais recente na discagem rápida - e queria combinar com ele pra entregar, só que o horário dos dois era péssimo, então era melhor eu mesma combinar com o-tal-do-Alisson, pra pegar meu aparelho no outro dia.
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Seria uma história no mínimo curiosa, se o-tal-do-Alisson não fosse o super-famoso-blogueiro-e-meu-amigo-de-internet Aju. Que tinha se mudado pra Recife há menos de 1 mês. Cujo telefone estava na minha agenda há menos de uma semana. E que eu ainda não havia conhecido pessoalmente(!!!). Agora já tinha motivo. E no dia seguinte à agonia toda de "perdi meu celular", eu estava esperando aju na frente do CFCH, de chapeuzinho e flor vermelha no cabelo. E tivemos uns bons 40 minutos de conversa fiada regada a coca-cola, e eu super me diverti com as histórias desastrosas de Aju com meninas-que-gostam-de-forró. É, foi mais do que no mínimo curioso... é dessas histórias que a gente conta no Natal pra a família. ai ai.
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E hoje é aniversário do Aju. E como boa conselheira sentimental e psicanalista particular, eu sei que já disse, mas vou dizer de novo, que não custa: vem muita m* por aí (brincadeira, a frase certa é "gosto muito de tu, e te desejo muita felicidade, muita sorte e pouco forró daqui pra frente").
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e muitos anos de vida.
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(soundtrack: Barão Vermelho - Maior Abandonado)

Mas agora, neste exato momento, eu só queria não ser eu mesma. Ou não ter saído de casa. Ou ter ido pro outro lado. Ou não ter comprado aquela #%$*^& de Ruffles.
Só acontece comigo.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

das coisas que eu quero

[copiado da Intense]
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Eu quero dormir umas 12 horas seguidas, e acordar tendo café-da-manhã pronto. Eu quero um edredon. Eu quero terminar de uma vez por todas meus trabalhos. Eu quero ter uma boa idéia. Eu quero que Namorado perca o mau-humor de de-manhã-cedo, só por estar do meu lado. Eu quero acarajé. Eu quero uma furadeira de impacto. Eu quero um cachorro. Eu quero que minha internet funcione direito. Eu quero acordar com música de manhã. Eu quero fondue de morango. Eu quero encontrar um presente legal e não-caro pra o dia dos namorados. Eu quero que chegue o dia dos namorados. Pensando bem, o dia dos namorados é na véspera da entrega do meu trabalho mais punk e mais atrasado, então só quero que chegue um dia bom pra namorar. Eu quero fevereiro. Eu quero um casaco de lã. Eu quero muitas roupas novas. Eu quero chocolate quente e filme bom. Eu quero uma diarista pra fazer faxina lá em casa. Eu quero um roupão preto. E grande, e fofo. Eu quero um par de óculos de sol que fique bem no meu rosto. Eu quero que Cá apareça. Eu quero assistir Sex and the City. Eu quero uma Barbie pra brincar e costurar roupinhas, não pra entregar no final do período. Eu quero sair. Eu quero uma caipiroska. Eu quero passar a tarde na Livraria Cultura, e no final levar livros de verdade, grandes e cheios de figuras. Eu quero achar um esmalte que combine comigo. Eu quero viajar.
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a tal da furadeira de impacto.

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(soundtrack: John Lennon - Love)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

CDU - Várzea

Aquele dia no ônibus foi muito estranho, e alguns minutos depois eu senti que foi decisivo pra o que estava acontecendo. Eu não falava com ela há mais de um mês. Estávamos nos ignorando mutuamente com a maior classe do mundo, como duas pessoas que simplesmente não se conhecem. Um belo dia aconteceu de ela sentar do meu lado no ônibus, indo da federal pra a cidade. Eram poucos lugares vazios. Tudo bem. Ia ser uma meia hora longa, eu pensei.
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Ela disse oi. E a gente começou a conversar amenidades, e coisas que aconteceram naquele meio tempo, do tipo "consegui um estágio", "tô procurando apartamento pra morar aqui perto", "meu iPod quebrou", "comecei a namorar", "coloquei 5 cadeiras esse período". Não tínhamos nenhuma disciplina em comum naquele período.
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A gente tinha começado uma amizade que tinha tudo pra dar certo, menos os temperamentos. Um belo dia, brigamos feio (e é por isso que eu super desaconselho qualquer pessoa de fazer trabalho de faculdade com amigo). E eu não ia pedir desculpas. Nem ela. A amizade e todas as coisas em comum acabaram, desceram pela descarga mesmo. Eu viajei de férias, fiquei 3 semanas totalmente desligada de tudo o que dizia respeito à faculdade, inclusive esse pequeno problema. Quando voltei, não senti a menor vontade de "voltar" com ela. Ainda estava morrendo de raiva. E achei outros amigos. E continuei vivendo, muito bem, obrigada.
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Mas naquele dia no ônibus, conversando com ela tão naturalmente, senti sim um pouquinho de saudade. Porque foi divertido o tempo que durou. Aí chegou a hora de ela descer, eu ainda ia ficar no ônibus. Nenhuma das duas tocou no assunto que nos fez brigar feio. Nenhuma das duas pediu desculpas. Eu não desci antes do que pretendia, só pra continuar a conversa. Não importava tanto.
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Depois dessa meia hora de trégua no ônibus, voltamos a não nos falar com toda a classe do mundo. Pra o resto da vida, provavelmente.
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(soundtrack: Wilco - Via Chicago)

off the record: estou tão sentimental e ultimamente. E lembrando de coisas passadas com uma facilidade enorme.