domingo, 30 de dezembro de 2007

pede pra sair, 07!

2007 não vai ter listinha de retrospectiva. Não, eu não me revoltei com o mundo. Sim, eu ainda adoro listinhas. Mas o ano foi de coisas que não dá pra listar direito, e que não cabem bem em palavras. Mas vou tentar.
...
Foi um ano bom, um dos melhores. Não sei se teve algo a ver com essa coisa especial que tenho com o número 7, ou se foi simplesmente porque resolvi relaxar com algumas coisas, só sei que me senti feliz na maior parte do tempo.
...
Ganhei, de uma tacada só, um estágio e um namorado. Fiz amizades valiosíssimas, uma das quais começou aqui mesmo, no blog, e rendeu 2 dias verborrágicos e inesquecíveis de muitas fotos e muitos abraços (né, Cauol?). Entrei de groupie numa banda, e aproveito a ocasião pra fazer o merchan de Arts'n Crafts, a banda da galera (que merecia um slogan melhor euma marca decente, já que é só de dizáines, mas como diz o ditado "casa de ferreiro...), que tá com cd novo quentinho-saído-do-forno e é só pedir pra Felipe, Celso, Canudo ou Hermano que eles gravam uma cópia original autêntica pra você, ou ir baixar no eMule, "Cributo a Silvio Gatis". Breve tem resenha do álbum aqui no blog, na qual eu obviamente terei que sacrificar minha língua ferina e meu humor sarcástico em favor dos meninos, porque o som deles é muuuuuito bom (mentira, é muuuuuuito trash, mas a gente tem que dar apoio, né...). Briguei, briguei feio. A ponto de mudar de turminha. Perdi uma amizade que estava começando, mas não ia valer a pena de qualquer jeito, porque não me fez falta. Viajei um bocado, estou viajando aliás, e disse certo quem falou que navegar é preciso. Me apaixonei. Chorei por causa de garotos. Entrei em confusão por causa de garotos. Me enganei com as aparências por causa de garotos. E encontrei um que fez meu coração finalmente querer sossegar e ser feliz sem complicar demais as coisas. Fui numa festa a fantasia, e vi de novo como sou perfeccionista até na hora de me divertir, porque meu vestido de Noiva-Cadáver-de-Tim-Burton ficou lindo. Senti saudades. Dei e ganhei presentes, e os melhores foram os que não tiveram motivo nem data especial. Li muito. Fui iniciada na Terra Média de Tolkien e mal posso esperar pra ter nas mãos os Contos Inacabados, cujo único defeito é justamente terem sido interrompidos antes do final, porque Tolkien moreu. Passei tardes incontáveis na Livraria Cultura e na Saraiva, e descobri que tenho um fraco por comédias românticas. Ouvi muita música boa e diferente. Aprendi a escutar álbuns inteiros. Sou beatlemaníaca convicta, continuo eternamente chicólatra, mas vi que existem muito mais coisas entre o dó e o si do que sonha a nossa vã filosofia, e estou ansiosa por mais. Tive minha bicicleta roubada debaixo do meu nariz (= estacionada no CAC) e experimentei uma coisa estranha e horrível, mistura de raiva com impotência. E dias depois comprei outra - é eu nunca aprendo... Esqueci como é ficar sozinha. Aprendi que família é importante, mas não é tudo. Fiquei mais independente e deixei muitas neuras de lado, apesar de ter gente por aí achando que eu tenho problemas sérios e que preciso de terapia. Ganhei 2 cartões de crédito e abri mais uma conta em banco. Recebi correspondência em casa, no meu nome (correspondência é diferente de carta, correspondência é coisa de gente grande). Senti o peso de estar virando gente grande, e senti saudade de quando não era. Descobri que gosto de gatos, e gosto de colecionar coisas. Assisti todos os episódios de Gilmore Girls, e nunca fui tão fã de Lorelai e Rory como agora. Esqueci que televisão existe, pelo simples fato de que existem coisas muito mais importantes - e interessantes - pra fazer na vida.
...
No fim das contas, ri mais do que chorei, e 2007 termina com uma sensação boa de não ter perdido muito tempo, de ter experimentado, de ter sentido, de ter vivido, bem e muito. Bem muito. E que venha 2008, com gosto de gás.
...

Photobucket
pôr-do-sol no Jacaré, um dos últimos do ano.
...
(soundtrack: musiquinha do Fantástico - aaaaaai saudade das minhas músicas!)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

ho ho ho

Acordei e Papai Noel deixou de presente pra mim uma bela dor nas costas, resultado das estripulias que ando fazendo desde sábado.
...
Vai demorar pra digerir (e organizar numa das minhas listinhas) tudo que está acontecendo, e assim que estiver de volta ao lar, prometo que meu orkut vai virar fotolog com as fotos de Natal, e coloco algumas por aqui também. Mas já posso adiantar que Natal em Natal é um barato, e se o resto da viagem for como os 4 dias que eu e mami passamos aqui, João Pessoa e Salvador promeeeeeeteeem!! Amiga pra conhecer, família pra encontrar, saudades pra matar, praia, praia, praia, eu não podia querer mais dessas pseudo-férias.
...
Entãaaaao eu sei que tô levemente atrasada, mas anyway, feliz Natal pra todo mundo! E se eu não voltar por aqui antes do reveillón (que vai bombaaaaaaaaaaar na praia de Salvador), feliz virada-de-ano pra todo mundo. E que 2008 seja bla bla bla muita sorte bla bla bla amor bla bla bla muito dinheiro no bolso saúde pra dar e vender bla bla bla Whiskas sachê (pegou, pegou?) bla bla bla sou péssima em best wishes. E a cabeça pegou sol demais e não funciona nadinha pra escrever algo decente.
...
(soundtrack: barulho do mar da Praia do Meio)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

dia

ainda estou oficialmente dando um tempo (sou péssima nisso). Viajo amanhã cedinho. O tempo só foi interrompido extraordinariamente por motivo de força maior, aka saudade.
...

Line hoje foi pro trabalho e viu a mesa de Namorado vazia. E a tarde foi chata, mesmo com 2 criaturas que chegaram completamente bêbadas de um almoço open bar e renderam fotos e vídeos constrangedores e impagáveis, que estarão circulando por aí muito em breve. Line só pensava que Namorado tinha que ver isso, mas é claro que Namorado estava se divertindo bem mais àquela hora. E o happy hour de fim de ano do trabalho was not so happy. Namorado é bem mais simpático e sociável que Line, e ela precisava dele pra não se sentir tão deslocada no meio daquele monte de geeks, e pra traduzir as conversas de geekês pra português com a paciência que só ele tem.
...
Namorado viajou um dia antes de Line. Line só volta pra a cidade 2 semanas depois de Namorado. Mas um dia já foi muito pra ela. Que já passou até mais tempo sem ver Namorado, depois que ele já era Namorado, e 19 anos e meio (exatamente, nem um dia a mais nem um dia a menos) sem nem saber que ele existia.
...
Line achou que tinha tudo sob controle. Boba.

...
Photobucket
...
(soundtrack: Amy Winehouse - Stronger Than Me)

sábado, 15 de dezembro de 2007

time off

Pessoas queridas do meu coração, tô dando um tempo no blog.
...
Seguinte: meu meio-de-período está infinitamente mais complicado do que costuma ser. Viajo sexta que vem com mami, no nosso roller coaster tour pelo Nordeste, aproveitando o alinhamento das órbitas do estágio e da faculdade, que só ocorre a cada 62413075 anos, e até lá tenho que deixar muita coisa pronta, pra compensar o tempo que não vou passar fazendo meus trabalhos. Dois deles são em equipe, e nessas horas eu bem que queria ser aquela pessoa que só tá no grupo pra dizer que tá (e ganhar a nota, obviamente), e largar tudo pro alto, mas não consigo. Tenho esse perfeccionismo doentio, e se não deixar pelo menos a minha parte pronta e impecável, vou me culpar pelo resto da vida. Aí, se eu quiser ser feliz na praia, preciso sacrificar algumas noites de sono e algumas (todas as) horas de ócio criativo até umas 2 horas antes de viajar, porque mami resolveu que a gente viaja na sexta, que é o dia que tenho aula o dia todo, e zilhões de coisas pra entregar que vão ter que estar prontas antes. Não vou ter tempo nem pra me empolgar com a viagem, e experimentar todas as combinações de roupa que vou usar, e arrumar a mala aos poucos. Provavelmente vou jogar tudo dentro na madrugada de quinta pra sexta, depois de litros de café, uma crise de choro e o último trabalho pronto.
...
E eu podia muito bem simplesmente não postar, e deixar o blog às moscas (esse post, por exemplo, já está me custando preciosos 20 minutos de encadernação), mas fiquei mal-acostumada a postar com uma certa frequência, e fico doente quando entro no blog e a idade do último post é maior que uma semana. Mas se eu chegar aqui e ler - é, eu leio meu blog - que tô dando um tempo, fico mais ou menos conformada.
...
Então é isso. See you soon. E com novidades. E queimadinha de sol.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
tá chegando, mami!

(soundtrack: Lobão - Essa Noite Não)

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

upgrade

Botei umas besteirinhas-de-blog no blog. Estava inspirada e com vontade de mudar, mas não demais, porque ele nunca esteve tanto do meu jeito, no geral. Mas foram coisas sutis, então, pra quem não costuma perceber mudanças pequenas, vamos por partes:

1. dá pra ver quantas pessoas tem online bisbilhotando meu nis, né legal? Um dia, quando o blog estiver bombaaaando com, tipo, 281 usuários online, eu coloco um anúncio do Google.
2. fiz um coisinho-de-fotos bem parecido com o flickr que eu tinha num passado distante, com fotos que têm um valor sentimental enorme pra mim (ainda falta uma com Namorado, que eu sei que tá deixando muita gente curiosa por aqui, mas ele ainda não me mandou as fotos da gente junto - mãaaaaaaae, eu quero uma câmera!), e fico besta de vez em quando olhando. Eu sou muito besta.
3. mudei discretamente os arquivos, e agora dá pra ir direto pra qualquer postagem (é só clicar na setinha antes de cada ano/mês que os títulos aparecem) sem ter que passear pelo blog todo até encontrar.
4. inventei uma nova seção, a última, láaaa em baixo: coisa de nerd. São umas besteiras de internet, tipo o playerzinho da last.fm (music all the time around here), a Teoria Pedestáltica, tão citada por aqui, o Letroca, joguinho de formar palavras completamente viciante e um site onde você pode criar seu próprio baralho com qualquer imagem que quiser, e de vez em quando tem concursos que elegem o melhor. E linkei porque é legal. E nerd.
...
E tudo isso pra você, ilustre visitante, ficar aqui bem muito tempo, ler bem muito, achar o blog o máaaaximo, me linkar, fazer propaganda, até o dia em que tanta gente vai estar lendo que eu vou pensar "ei, dá pra ganhar dinheiro com isso!". Aí pego os melhores posts, transformo em livro, viajo o mundo todo pra divulgar e digo que eu não seria nada sem meus ilustres visitantes. E quem acompanha desde os primórdios vai comentar com os amigos e dizer com o maior orgulho que conhece o blog desde que era só um blog, e que até já falou comigo no msn.
...
Mentira, é só porque amo esse lugar. Mais do que nunca.
...
(soundtrack: Beatles - She Said She Said)
...
update 13/12 01:13 a.m.
Namorado já tem foto no coisinho aí do lado. =D

domingo, 9 de dezembro de 2007

blue

Eu disse que domingo era o meu pior dia da semana. E disse que aquela tristeza ia aparecer anytime soon. Eu nunca erro.
...
Na verdade não é bem tristeza. Não só. É mais um medo estranho de algo que nem sei o que é. As coisas estão ficando apertadas e complicadas, e eu quero acreditar que tudo vai dar certo, mas não parece. Minha vida está num equilíbrio delicado e perigoso, e tenho aquela impressão de que em algum momento eu vou fazer uma besteira, mínima que seja, mas por causa dela everything falls apart. É como se o fim de todas as coisas boas que acabaram de começar estivesse assustadoramente perto.
...
Não consigo mais passar um dia inteiro sozinha em casa, sem falar de verdade com ninguém. Por mais que eu precise. Estou com vontade de chorar, mas o choro não vem. Nem a melancolia de Abbey Road ajuda. Vou ter que apelar pra Johnny Cash, meu tarja-preta. Ou Radiohead. Ou o último episódio de Gilmore Girls.
...
E o dia ontem foi tão bom.
...
ps- eu não sou bipolar.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
because the sky is blue, it makes me cry
...
(soundtrack: The Beatles - Because)

sábado, 8 de dezembro de 2007

o meu pior

(copiado de mamãe)
...
Meu pior dia da semana é o domingo. É nele que percebo como faz falta estar com pessoas.
...
Minha pior hora do dia é 6:10. Hora de acordar, Teletubbies. O engraçado é que tem uns 3 dias que consegui ignorar a famigerada hora, com despertador e tudo, e só tenho acordado depois das 9. Crap.
...
Minha pior característica é achar que só eu consigo fazer as coisas da maneira certa (o que é verdade em boa parte do tempo, mas já me causou problemas).
...
Meu maior medo é o de ouvir um não. Pedir e ouvir um não. Dizer que amo e ouvir um não. Perguntar se está bom e ouvir um não.
...
Minha menor admiração é por essas pessoas que são hostis com os outros sem motivo. Que acham que só sua própria opinião conta, e que passam por cima de todo mundo - e pior: de quem se importa com elas - pra conseguir o que querem. É, conheço gente assim.
...
Meu pior teste é a hora da verdade. Tudo funciona maravilhosamente bem comigo, desde que não seja valendo alguma coisa muito importante. Quando é, meus nervos enlouquecem.
...
Meu pior sentimento não é a raiva, como pode parecer. Raiva faz bem, gosto de sentir de vez em quando. Meu pior sentimento é a tristeza inconsolável da qual já falei aqui, e que vem de surpresa e às vezes demora a passar. E é o pior simplesmente por não ter explicação.
...
Meu pior cheiro é quando passo o dia todo sem fazer nada que gosto.
...
Minha pior decepção é com amizades que não duram tanto quanto eu pensava que iam durar, ou tanto quanto eu queria que durassem.
...
Minha maior dívida é com Deus. Ele não cansa de me segurar quando estou caindo.
......

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
minha pior foto 3x4. Ever. Novembro de 2005
...
(soundtrack: Oasis - Be Here Now)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

1, 2 3 e já

...
1.
um cara aficcionado por pés me adicionou no orkut. Simplesmente por causa dessa foto, a do perfil. Obviamente é um fake, e deve ser inofensivo. Mas achei muuuito estranho o recado dizendo "seu pé e lindo", até porque, sinceramente, acho meus pés horríveis (tá, são bonitos quando estão muito bem guardados dentro de sapatilhas fofas ou scarpins altíssimos, e ponto). E acho no mínimo bizarro esse fetiche por pé que algumas pessoas - homens, na maioria - têm.
...
2. ontem, depois da aula de Miss Daisy, não sei por conta de que assunto que levou a outro que levou a outro, aconteceu uma sessão de exibição-de-fotos-bizarras-de-RG-e-afins. Eram umas 6 pessoas na mesinha da lanchonete atrás do CAC, e cada foto era pior e mais engraçada que a outra. Felipe ganhou disparaaaaaado com a da identidade de quando ele tinha uns 13 anos, com uma franjinha encaracolada caindo na testa, não dá nem pra descrever. Celso tinha cara de traficante colombiano, Lila me lembrou a Mônica, não sei por quê, e eu parecia que tinha levado um soco em cada olho no 3x4 do crachá do estágio. Me diverti.
...
3. os trabalhos da faculdade começaram a apertar, o que tradicionalmente acontece logo antes de um período de recesso que não dá nem pra descansar direito, mas todos os professores acham que é a oportunidade ideal pra gente adiantar um projeto. Já tô acostumando, e meu organismo já se adaptou a noites sem dormir e dias sem comer direito por pura falta de tempo. Só não posso pensar que vou tirar de letra, porque aí a coisa desanda. Tenho que me stressar, ter crise de choro, parar de blogar (provisoriamente, que fique bem claro), ligar desesperada pra mamãe querendo que ela resolva algo impossível, enfim, tudo que vem com meu velho amigo fim-de-período.
...
e já é oficial: ladies and gentlemen, Line Gilmore está namorando.
Ele me faz bem. Quando estou com ele, não tropeço em tudo o tempo todo. Estou voltando a me acostumar com salto alto, e tenho rido um bocado ultimamente. As coisas não costumam acontecer rápido assim pra mim, mas quem disse que gosto de tudo igual a como era antes? Estou feliz.
...
(soundtrack: Belle and Sebastian - Jonathan David)

domingo, 2 de dezembro de 2007

sobre a felicidade

Outro dia um amigo meu, colega de faculdade, disse pra eu ir mais devagar com a quantidade de café que costumo beber. Porque eu estava alegre demais. Eu disse que não era alegre, era feliz, e sorte dele de nunca ter me visto chorando, ou deprimida. Outra hora, a gente parou o almoço pra analisar o olhar de cada um, porque alguém disse que Thiago tinha os olhos tristes, e ele tem mesmo, apesar de ser um dos maiores tiradores de sarro do curso. E de mim disseram que meu olhar é feliz, que eu pareço estar rindo o tempo todo, mesmo quando faço aquela carinha de por favor, me ajude, minha vida depende disso. Que eu sou stressada, impaciente, neurótica, mas é difícil me verem triste.
...
Não me esforcei nem um pouco pra negar, porque na hora eu estava realmente muito feliz, e também ninguém iria entender. Mas conhecendo minhas oscilações de humor, eu diria que provavelmente:
...
a) a faculdade e o estágio me fazem um bem enorme, e é incrivelmente raro (mas não impossível, já aconteceu até) eu me decepcionar com uma coisa a ponto de todas as outras loucuras do CAC perderem a graça.
b) vou experimentar uma tristeza profunda e inconsolável daqui a um tempo, não sei quanto, e nem sei o motivo. Porque a montanha-russa da minha serotonina já está ficando perigosa de tanto que sobe, e - lei irrevogável - tudo que sobe tem que descer.
c) a vida nunca esteve tão certa. Mas não certa no sentido de comum, previsível e segura. As coisas simplesmente resolveram acontecer da melhor maneira possível, contrariando todas as expectativas.
d) é tudo culpa das doses cavalares de cafeína e da quantidade absurda de chocolate que tenho ingerido ultimamente.
e) estou com TPM ao contrário.
...
E enquanto a felicidade não passa, vamos aproveitar \o/
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
...
(soundtrack: Paul McCartney - Bluebird)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

^^

Gosto de surpresas.
Gosto de gentilezas.
Gosto de começos.
Gosto do exercício de aprender a gostar.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

(soundtrack: Oasis - The Girl in The Dirty Shirt)...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

inconclusivo

Vi isso no Blog do Aju, e copiei meeeeerrrrrmo.
.
Cinco coisas acontecem simultaneamente, as quais precisam ser atendidas:
.
1. o telefone está tocando
2. o bebê está chorando.
3. alguém bate na porta da frente.
4. há roupa pendurada no varal do quintal e começa a chover.
5. a torneira da cozinha está aberta e jorrando água.
.
Em que ordem você resolve os problemas? Pare de ler agora, abra o bm e velho bloco de notas e responda sem olhar o resultado.
.........

.....................
..........................
..................
.........................
.........................
....................
.....................
........................
...................
....................
..................
......................
.................
................
........................
...................
......................
...
Já fez? Muito bem. Agora vamos ao que interessa: minha resposta, é claro!
...
Bom, se esse caos todo acontecesse comigo, em primeiro lugar eu corria pra fechar a torneira. Depois, gritava "já vai" pra quem estivesse na porta esperando. Aí ia tirar a roupa do varal bem rápido, jogar em qualquer lugar e pegar o bebê no colo. Antes de fazê-lo parar de chorar, eu atendia a porta e falava "desculpa aí a bagunça, e me dê um minutinho que o telefone tá tocando e fulaninho (bebê) não pára de chorar". Isso, obviamente, se o telefone ainda estivesse tocando, o que duvido muito. E se ainda estivesse, é bem provável que eu pedisse pra a visita atender. Aí eu deixava a visita esperando até conseguir acalentar o bebê. A roupa recém-tirada do varal e o aguaceiro na cozinha ficam pra depois, é claro.
...
Agora, o significado de cada coisa:
...
telefone = trabalho ou carreira
bebê = família
pessoa batendo na porta = amigos
roupa lavada = vida sexual
água da torneira = dinheiro ou riqueza

Aí fiquei confusa. Tipo, ficou maaaais do que claro que antes de tudo, I am a material girl, já que a primeira coisa que fiz foi fechar a torneira, mas é meio difícil imaginar uma material girl que deixa o telefone (vida profissional) por último de tudo. Ok, depois da torneira, teve a porta. Eu não atendi, mas dei alguma atenção, antes de correr pra tirar a roupa do varal, então não sei o que é que conta mais, o sexo ou os amigos. Mesma coisa com o bebê: peguei no colo mas não o fiz parar de chorar até abrir a porta e resolver a questão do telefone. Outra coisa: quem quer que estivesse batendo na porta tinha que ser muito meu amigo, pra eu admitir que a casa tá uma bagunça, o bebê não pára de chorar e ainda por cima pedir pra a criatura atender o telefone. E que diabos isso significa? Que eu deixo meus problemas profissionais nas costas dos outros? Que eu não dou a mínima pra regras de etiqueta? Que tenho muitos amigos íntimos?

No fim das contas, não faço idéia de qual foi realmente a ordem das minhas respostas. Talvez eu tenha estendido demais o raciocínio, e isso provavelmente também significa alguma coisa. Mas sei lá, as coisas estavam interligadas, e talvez seja uma coisa tipicamente feminina querer dar atenção igual pra tudo que acontece, e tentar resolver tudo ao mesmo tempo. Resumindo: eu sou uma bagunça.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
mas Dalí me entende.

...
(soundtrack: Belle and Sebastian - If You Find Yourself Caught In Love)
...
off the record: não sei como demorei tanto tempo pra descobrir Belle and Sebastian. Lembro de ter escutado alguma coisa da banda uns 2 anos atrás e não me chamou muita atenção. Mas esses dias baixei esse disco, Dear Catastrophe Waitress, e a música é simplesmente deliciosa. As letras são divertidíssimas, e em algumas (como a soundtrack do dia), eles conseguem falar de amor sem ser piegas, mas sendo, sim, completamente fofos. Altamente recomendável if you find yourself caught in love (pegou, pegou?).

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

bff

Não sei do que é que tenho saudade, se dela ou de ter uma melhor-amiga-de-verdade, com quem conversar todas aquelas fofoquinhas de garotos, roupa de fulano, quem fez o quê, quem está apaixonada. Já tentei ter ela de volta, mas não dá mais. Ela está toda mudada desde que foi embora, ou desde que eu fui embora, sei lá. Parece que se esqueceu completamente da vida que tinha antes, dos amigos, das coisas que a faziam feliz. Pra ela, tudo que é novo é suficiente, e pelo que ela diz, sua vida é uma maravilha. De vez em quando ela fica enigmática (provavelmente quando se decepciona). Ela vive dizendo que ama, talvez diz mais do que deveria se não quisesse fazer soar vazio. Ela se tornou estranha pra mim, ela que eu conhecia tão bem, ou pelo menos achava. Só reconheço de vez em quando, em algumas coisas pequenas que eu lembro de ela gostar há muito tempo, e parece que não mudou. Mas não é suficiente.
...
E ela deve pensar o mesmo de mim, o que é completamente justo, já que eu mudei sim, todo mundo muda. Mas pelo jeito, ela encontrou outra melhor-amiga-de-verdade, e não faz tanta diferença pra ela o que sou agora, ou como me sinto, ou o que acontece. É o que eu preciso apender a fazer: substituir satisfatoriamente quem me faz falta. Nunca fui boa nisso, sempre guardei lembranças demais e achei que era suficiente. Surpresa: não é.
...
Eu queria que ela soubesse que estou feliz, no meu lugar, do meu jeito, e que a vida vai bem, obrigada. Só falta uma melhor-amiga-de-verdade.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
...
(soundtrack: Travis - Big Chair)

update 00:31 a.m.
acabei de ver uma coisa aqui que me deixou muito feliz. Haha I got the power!!

sábado, 24 de novembro de 2007

orelha.

Gosto de livros com orelhas. Com elas, dá pra ter noção da altura da história em que se está. E dependendo do livro, fico me sentindo meio melancólica por estar mais perto do fim do que do começo, ou mais entusiasmada para descobrir o final, pelo simples fato de usar a orelha direita em vez da esquerda pra marcar a página.
...
Alguns livros sem orelhas são tão bons, e eu leio tão sem sentir, tão fácil, que acabam sem aviso. Me deixam um vazio, uma vontade de que a história tivesse continuado, porque não senti que chegou realmente ao fim. Tinha mais coisa. As orelhas evitam isso, além de serem bastante úteis antes de começar a ler. Gosto das que têm trechos da história, mais do que daquelas com biografia do autor. E não suporto orelhas que têm escritos outros títulos da mesma editora. Pra isso existe a boa e velha segunda, ou terceira ou quarta página. Porque também não suporto que coloquem na última.
...
A última página de um livro é sagrada. É a última coisa vista, é o que fica, no fim das contas. E, é claro, as orelhas um pouquinho amassadas.
...
E por quê isso agora? Bom, acabei de passar pra a orelha direita.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
e mais tarde tem o post oficial pós-leitura dele, que é delicioso.
...
(soundtrack: trilha instrumental de Amélie Poulin)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

secret garden

She'll let you in her house
If you come knockin late at night
She'll let you in her mouth
If the words you say are right
If you pay the price
She'll let you deep inside
But there's a secret garden she hides
...
She'll let you in her car
To go drivin round
She'll let you into the parts of herself
That'll bring you down
She'll let you in her heart
If you got a hammer and a vise
But into her secret garden, don't think twice
...
You've gone a million miles
How far'd you get
To that place where you can't remember
And you can't forget
...
She'll lead you down a path
There'll be tenderness in the air
She'll let you come just far enough
So you know she's really there
...
She'll look at you and smile
And her eyes will say
She's got a secret garden
Where everything you want
Where everything you need
Will always stay
A million miles away

(trilha do filme Jerry Maguire. Linda. Tradução aqui e vídeo aqui.)
...
Aí eu me pergunto quanto tempo vai levar.
...
(soundtrack: Bruce Springsteen - Secret Garden)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

fantasma do natal passado

Ainda lembro daquele cheiro, uma mistura de plástico e chocolate, que enchia a sala de estar no final do ano lá em casa. Minha mãe tinha uma escola de música e uma árvore de natal de 3 metros, que era montada a alguma altura de novembro. E eu ajudava a montar. Lembro que uma vez foram só Sonhos de Valsa, que ninguém podia comer até o dia do encerramento das aulas, mas a gente sempre dava um jeito de roubar algum. Tinha também o pisca-pisca colorido que tocava música e tinha 70952351 programações diferentes, e uns enfeitinhos de madeira, com os quais eu adorava brincar porque pareciam brinquedinhos antigos, e foram comprados de tia Eunice. Eram lindos, pintados à mão, e todos tinham alguma coisa dourada. Nem sei o fim que levaram. se a gente ainda morasse naquela casa, com certeza estariam no depósito (uma espécie de porão onde se guardava toda espécie de quinquilharias, que ficava no meio da escada, entre a garagem e a casa propriamente dita, e merece um post só pra ele), junto com a árvore de natal de madeira, que foi pendurada na parede por um ano ou dois, mas nunca fez tanto sucesso como a de 3 metros.
...
Eu me divertia montando a árvore de milhões de partes, todas muito específicas. Alguém ficava com o trabalho chato de separá-las, enquanto eu, um toco de gente de 8 anos de idade, me esticava em cima de um daqueles banquinhos redondos pra encaixar no lugar. Banquinhos, aliás, que não vou esquecer nunca. Eram da escola de música e foram feitos por encomenda, em duas alturas. Eu gostava de sentar nos mais altos, que nas aulas de teoria musical eram usados pra apoiar o caderno de música e escrever. Me sentia, sei lá, grande, eu que era sempre menor que todo mundo, mais nova que todo mundo.
...
Tenho saudade da escola de música. Da infância escutando as lições de Suzuki e as pecinhas de Bach no piano (deve ser por causa disso que não vivo sem música hoje), das tardes que seriam extremamente tediosas sem as outras crianças que tinham aula lá, primeiras amizades que fiz - e pelo menos uma conseguiu durar a vida toda. Dos recitais no teatro, que deixavam minha mãe uma pilha de nervos, mas saíam perfeitos no fim das contas. De ficar na recepção com Claudiane, desenhando e sujando de lápis de cor a mesinha de fórmica, das festinhas de aniversário que minha mãe organizava no terraço, da casa cheia.
...
O último natal daquela árvore foi o de 97, se não me engano. Minha mãe não estava lá pra montar, e a gente resolveu fazer uma surpresa pra ela, que ia chegar em casa e ver a árvore pronta. Eu queria que dessa vez tivesse neve, mas acho que não deu certo. Ela tinha ido a Salvador, fazer uma cirurgia complicada na coluna, pra consertar um braço que doía muito. Nunca mais deu aulas de piano depois disso, e não lembro bem se a escola de música fechou antes ou depois dessa viagem. Só lembro que a árvore foi parar num dos quartinhos de bagunça da casa de minha vó antes de ser doada e fazer outra pessoa feliz com aquele cheiro de plástico e chocolate. E o Natal ficou meio estranho lá em casa nos anos seguintes, como se faltasse alguma coisa. E faltava.
...
Parece que é modinha hoje em dia as pessoas dizerem que odeiam o Natal. Eu não odeio. Gosto um bocado, na verdade. É a melhor época do ano pra comida, e me traz boas lembranças. Primeiro da escola de música, e depois, quando não tinha mais escola, das férias na casa de minha vó com um monte de primos, na época em que não importava muito a idade da gente, e ninguém era apaixonado por ninguém, e todo mundo brincava com todo mundo, e todo mundo ia pra a piscina. Sei lá, deve ser normal ficar com o coração apertado lembrando dessas coisas. E tudo porque cheguei em casa hoje e o prédio estava todo enfeitado com pisca-piscas, e em um dos apartamentos estava tocando uma daquelas musiquinhas das 70952351 programações.
...
Mas nunca mais senti aquele cheiro.
..

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
árvore de Natal do CAC - ano passado
.
(soundtrack: The Cure - Boys Dont Cry)

domingo, 18 de novembro de 2007

dieta

Aí, depois de um dia longo e cansativo de trabalho, fui finalmente ao mercado, porque a geladeira e o armário-de-comida estavam gritando desesperadamente por socorro.
...
dia 1
jantar: sorvete de pavê
...
dia 2
café da manhã: panetone
almoço: sorvete de pavê
jantar: sorvete de pavê
...
dia 3
café da manhã: barra de chocolate
almoço: panetone
jantar: nuggets e sorvete de pavê
...
aaaah, como eu amo o verão!
aaaah, como eu amo o Natal!
aaaah, como é bom morar sozinha!
.

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
"aquelas coisa" que só tem em fim de ano =D
..
(soundtrack: The Shins - So Says I)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

listinha (mal) disfarçada

(descaradamente roubado e adaptado de Clara McFly.)
...
Eu gosto de gente que gosta de Beatles, e que usa camiseta dos Beatles. Eu gosto de gente low-profile. Eu gosto de gente que se esquece das coisas, e vem me dizer que lembrou muito tempo depois de tudo já ter passado. Eu gosto de gente que assovia. Eu gosto de gente que conversa com bebês na língua deles. Eu gosto de gente que tem apelidos, e que cria apelidos (desde que não sejam pra namorados). Eu gosto de gente que não lembra o nome do filme que acabou de assistir.
...
Eu gosto de gente que muda o cabelo. Eu gosto de gente que acena e grita quando vê um conhecido na rua. Eu gosto de gente que dá susto e faz cosquinha. Eu gosto de gente que tropeça e bate nas coisas, mas não tanto quanto eu. Eu gosto de gente que dá presentes sem nenhum motivo especial. Eu gosto de gente que dá o lugar no ônibus, mesmo que não seja pra mim. Eu gosto de gente que sabe se arrumar, mesmo que ande largada na maior parte do tempo. Eu gosto de gente que sabe do que gosta, e principalmente do que não gosta.
...
Eu gosto de gente que senta em qualquer lugar. Eu gosto de gente que gosta de Chico Buarque, mas não tanto quanto eu. Eu gosto de gente que escuta músicas no modo aleatório. Eu gosto de gente que toma Coca-Cola. Eu gosto de gente que mistura dois idiomas quando fala, ou quando escreve, ou quando pensa. Eu gosto de gente que separa o lixo pra reciclar. Eu gosto de gente que é boa em matemática. Eu gosto de gente que não dorme. Eu gosto de gente que gosta de música. Eu gosto de gente que toca um instrumento (musical, gente). Eu gosto de gente que ri muito. Eu gosto de gente que usa óculos. Eu gosto de gente que se atrasa, mas não demais.
...
Eu gosto de gente que tira os óculos de sol pra conversar. Eu gosto de gente que não esconde quando está triste. Eu gosto de gente que puxa assunto com desconhecidos. Eu gosto de gente que viaja e traz presentes. Eu gosto de gente que dança. Eu gosto de gente que dá festas. Eu gosto de gente que usa perfume pra ir a qualquer lugar. Eu gosto de gente que só fica em silêncio, com o abraço disponível, quando o outro chora.
...
Eu gosto de gente que tem teorias. Eu gosto de gente que lê e toma café em livraria. Eu gosto de gente que usa canecas e camisetas divertidas. Eu gosto de gente que gosta de animais. Eu gosto de gente que lembra de uma música pra cada coisa que a gente fala. Eu gosto de gente que tem blog. Eu gosto de gente que usa havaianas. Eu gosto de gente que arruma um programa legal de última hora, e arrasta os amigos. Eu gosto de gente que desenha, e mais ainda de quem me desenha. Eu gosto de gente que tem carro mas anda de ônibus. Eu gosto de gente ocupada. Eu gosto de gente que não entende minhas piadas, mas ri mesmo assim. Eu gosto de gente que tem tatuagem.
...
Eu gosto de gente que tem saudade da escola. Eu gosto de gente que se apaixona de verdade. Eu gosto de gente que gosta de praia. Eu gosto de gente que não come carne porque tem pena dos animais, e não porque teoricamente é mais saudável. Eu gosto de gente que percebe as coisas. Eu gosto de gente que joga Banco Imobiliário. Eu gosto de gente que tem um time. Eu gosto de gente que usa falas de filmes na vida real. Eu gosto de gente que conta histórias.
...
Eu gosto de gente.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
...
joguinho after-post: Line Gilmore gosta de mim?
...
é muito simples. Conte e me diga quantos pontos você fez na listinha (se quiser especificar, melhor ainda) nos comentários =D. São 62 (um número absolutamente nada a ver, que se não fosse par eu juro que diria que era primo, e vai ser horrível pra calcular a porcentagem depois, mas não vou perder a espontaneidade do post só pra o número ficar bonitinho) ao todo, e eu não acho que alguém consiga fechar a lista. Mas enfim, quem emplacar mais coisas ganha um prêmio especial, que não vou dizer o que é porque não sei ainda, mas meus presentes são famosos por serem legais. Go, go, go!
...
(soundtrack: The Beatles - Getting Better)

sábado, 10 de novembro de 2007

Pronto, podem parar de me importunar, eu finalmente:
...
*assisti Tropa de Elite, e já posso rir quando alguém diz qualquer fala de Olavo (ops, Capitão Nascimento). E querem saber? Adorei.
...
*escutei The Dark Side of the Moon inteiro. Exatamente, eu que nunca escuto um cd inteiro. Estou começaaaando a aprender, e como esse é um álbum conceitual, e as músicas meio que se misturam umas com as outras, foi bom pra começar. Pink Floyd é estranho mas é legal (mas também, qualquer rock da década de 70 é lisergicamente estranho, então eu já devia esperar por isso), e no meio daqueles sons indefiníveis e guitarras e sintetizadores malucos dá pra encontrar uma harmonia belíssima. Está mais pra gosto do que pra não gosto.
...
*consegui dormir de ontem pra hoje, e parece que o fuso horário tá se ajustando, seja lá qual foi o lugar onde eu supostamente estive essa semana, então não vou mais precisar daquele tarja-preta. E voltei a tomar café, porque não estava adiantando nada mesmo. Mas ainda tenho as olheiras de Vandinha, essas vão demorar pra ir embora.
...
*descobri quem é minha turminha de faculdade do presente período. É, do presente período, porque por conta das disciplinas e de quem é meu colega nelas, nunca consigo andar com as mesmas pessoas por mais de 4 meses. Nem eu nem a maioria dos meus coleguinhas designers. Uns dizem que é horrível ser o melhor amigo de alguém um período inteiro e no seguinte nem ver a pessoa direito. Outros acham o máximo, vão terminar o curso tendo socializado com todo mundo, e cheios de amigos. Eu ainda não sei se gosto. Mas isso é coisa pra pensar mais tarde.
..

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Fora a capa né...
.
(soundtrack: Pink Floyd - Any Colour You Like)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

mundo estranho

1. um cara se jogou do 15º andar do CFCH (prédio de Filosofia e point dos suicidas da federal) ontem de madrugada. Era meio-completamente esquisito, usava a calça lá em cima e uns óculos de fundo de garrafa, e aparentemente não conversava com ninguém, ou ninguém conversava com ele. Dizem que ele era húngaro, estava no CAC há 11 anos, estudava artes cênicas e ontem à noite, umas 23h, entrou no prédio, se escondeu dos vigias e se matou por volta de 3:30, completamente nu. O corpo não foi reconhecido imediatamente, de tão espatifado que estava. O sangue não está mais lá porque o lugar onde ele caiu era areia. O último suicídio do CFCH foi há 3 anos, e apesar de todas as piadinhas e brincadeiras que a gente sempre fez com o prédio, ontem todo mundo se sentiu estranho.
...
2. quando eu estava entrando no meu prédio ontem, um gato veio pra perto de mim. Era malhado e tinha os olhos enormes. No começo, fiquei com medo que ele viesse me arranhar ou qualquer coisa assim, mas o bichinho começou a roçar minha perna e me fazer carinho do jeito dele. O pêlo era macio e fofinho, uma delícia. Senti saudade de Mel. Não sei se o gato queria entrar, ou comida, ou simplesmente que alguém o acariciasse. O fato é que achei a coisa toda muito fofa e muito estranha. E descobri que gosto de gatos.
...
3. uma pessoa que eu não via há um bom tempo apareceu. É o jeito dele esse ir e vir sem avisar, e eu devia estar acostumada. Mas as circunstâncias são estranhas, e não sei mais o que pensar direito.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
...
(soundtrack: Radiohead - How Can You Be Sure)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

você é anti-social?

É uma pergunta que tá rolando no blogworld ultimamente, todo mundo resolveu responder. Olhei no espelho e pensei: será?
...
Pô, eu não ando emburrada. Eu tenho amigos. Eu tenho msn, e uso. Eu tenho orkut, e uso. Eu tenho celular, e uso. Eu passo mais tempo no mundo real do que na internet, e mais tempo fora do que dentro de casa. Eu não tenho o rosto absurdamente cheio de espinhas, nem o cabelo ensebado (se bem que isso me qualificaria como nerd/emo, e não como anti-social, mas quem liga?). Eu falo alto. Eu tenho creeps (leia a teoria inteira aqui). Isso devia valer pra me tirar de uma vez por todas da listinha dos freaks retraídos, cuja língua o gato comeu. Mas por outro lado...
...
Demorei quase 1 ano e meio pra ir numa festa da faculdade, e mesmo assim só fui porque era a fantasia.
Não fico sem dormir por causa de noite na farra. Não fico sem dormir por causa de msn. Não fico sem dormir por causa de amor. Meu problema é insônia mesmo.
Boa parte dos meus contatos no msn está bloqueada. São justamente os que conversam demais.
Adoro inverno, porque todo mundo fica automaticamente mais reservado, e eu não tenho que pedir desculpas pro resto do mundo por querer ficar em casa vendo um filme e tomando café ao invés de ir pra a praia. Aliás, a própria praia é controversa pra mim. Gosto dela deserta, e gosto da areia toda pela frente, pra eu andar e ficar melancólica, ou pra ter uma boa conversa com alguém. Gosto do mar, do cheiro e do gosto dele, e do cansaço que dá depois. Mas não gosto de usar biquíni, não gosto do exibicionismo próprio da praia, não gosto de ter pessoas me olhando e vendo se eu tenho ou não celulite.
Não tenho turminha. É engraçado isso, porque me dou razoavelmente bem com todas as turminhas, mas nunca faço realmente parte de nenhuma. Falo com os nerds da faculdade, os nerds do trabalho, os meninos da banda, a galera da cachaça (que abrange também os meninos da banda), as meninas de moda, o pessoal que tá começando a fazer monografia, os calouros (vergonha), as meninas de encadernação, mas se me perguntarem com quem eu ando pra me dizerem quem sou, não sei.
Metade das pessoas que deixou testimonial pra mim no orkut não tem mais orkut.
Quem mais liga pra mim no celular é minha mãe. E eu também não sou de ligar muito. Não gosto de telefone. Uso quando preciso, mas não gosto pra conversar. Algo nele torna tudo muito pessoal, muito espontãneo. Gosto da segurança do backspace.
De vez em quando esqueço o celular em casa (o que significa que não quero falar nem com minha mãe), saio e vou me enterrar no sofá branco da livraria Cultura, o templo das pessoas retraídas.
...
E essa sou eu em dias normais.
...
Algumas pessoas têm necessidade de viver mais pra dentro que pra fora. Sou eu. O meu pra fora são as palavras escritas, e o meu pra dentro é uma bagunça que não quero que ninguém se atreva a ver. Nunca consegui contar tudo, tudo mesmo, pra amigo nenhum, e sou muito mais de ouvir do que de falar, quando se trata de relaconamentos. Já falei demais uma vez e me machuquei um bocado, então deve ser um mecanismo de defesa. Falo muito quando tenho um ponto de vista, e tenho que provar que está certo, ou pra contar alguma história boa. Sou muito curiosa, mas guardo as perguntas pra descobrir sozinha, porque seriam muito esquisitas pra dizer em voz alta. Desenvolvi uma capacidade enorme de bisbilhotar a vida das pessoas pela internet, pelo simples fato de ter vergonha de perguntar. Sou tímida, embora pouca gente acredite. Espero as pessoas falarem comigo, e odeio tomar a iniciativa quando estou interessada em alguém. Fico vermelha muito fácil, e talvez parte dessa timidez toda seja porque sou transparente demais com as coisas que sinto. Aí, em vez de me arriscar a demonstrar qualquer outra coisa, começo a rir. E todo mundo diz que sou luminosa, alegre, simpática, espevitada, ninguém vê o que está por baixo. E eu até achava que gostava assim, até perceber que coloco o meu pra dentro num blog público que recebe cerca de 20 visitas por dia. Aí entendi que todo mundo precisa se expor de alguma maneira, deixar saberem o que você pensa, o que você sente, o que aconteceu, pra que o mundo te entenda. A minha maneira é essa.
...
Acho que não nasci anti-social. Minha mãe conta que quando eu era pequena (1 ano ou 2), eu adorava a casa cheia de gente, e curtia minhas próprias festas de aniversário, e pedia pra as visitas não irem embora, e gostava de me exibir, e falava pelos cotovelos. A concha é que foi ficando mais espessa por causa das coisas que aconteceram. E o bichinho de dentro, mais frágil. Ou não.
..

conclusão:
Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
jk

.
(soundtrack: Los Hermanos - Sentimental)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

sem título

Klimt está em todo lugar ultimamente... deve ser sinal de alguma coisa.
A obra dele é uma das mais femininas que já vi. E cheia de detalhes, e colorida, e delicada, e luminosa. E as mulheres dele têm uma expressão que não consigo explicar direito, mas me parece meio melancólica, como se não estivessem completamente ali, como se tivessem sido presas naqueles mosaicos.
...
E se alguém quiser me dar ele de presente, tô aceitando..
.....

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
O beijo, meu favorito.
...
off the record: sim, estou inquieta. Até parei de tomar café esses dias, pra ver se durmo um pouco, mas não funcionou. Vi o sol nascer 3 vezes em uma semana. Não consigo me concentrar em nada de útil, tenho medo de não conseguir fazer tudo que tem pra fazer e estou entrando em parafuso. Já tomei chá, já apaguei tudo e deitei a pulso, já botei a trilha sonora mais sonífera que existe, mas meu sono não dura mais de 3 horas. Tenho de vez em quando essas insônias estranhas, mas não desse jeito, com esse descontrole todo. Não sei do que é que eu preciso, só sei que não tô normal. Daqui a pouco começo a comer terra.
...
(soundtrack: Paul McCartney - No Words)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

golpe baixo

...
consciência:
pronta pra mais um feriado tedioso fazendo trabalhos da faculdade em casa?
eu: ahn... não tinha jeito de deixar tudo pra depois dessa vez não? Eu queria taaaaaanto fazer alguma coisa legal esse fim de semana! Sei lá, um cinema que fosse, tem um tempão que não vou no cinema...
consciência: COMO ASSIM deixar tudo pra depois? Você tem um sistema de ícones inteiro pra fazer, um protótipo bem complicadinho em tecido pra costurar, um monte de caderninhos, um cartaz de show e ainda vai elaborar o questionário da análise do joguinho. Você acha sinceramente que dá pra deixar tudo pra depois?
eu: afe, não grita!
consciência: e você vê se me respeita, viu? Raiai... que é isso agora? Você era tão responsável no começo do curso, que que aconteceu?
eu: tô cansada, só isso. Tô sem conseguir dormir ultimamente, com sono o tempo todo, minhas olheiras aumentam todo dia, tô enjoada da vista magnífica da tela do meu pc, preciso fazer alguma coisa divertida, eu sou humana, pô!
consciência: e aquela história de primeiro a obrigação, depois o prazer? Pense bem, você vai conseguir curtir melhor tudo que tem pra curtir quando não tiver mais nada pendente pra fazer. Não é a coisa mais chata sair e ficar com a cabeça nos caderninhos?
eu: ...
consciência: além do mais, quem vai te fazer companhia? Tá todo mundo na praia ou viajando!
eu: é, eles não têm uma consciência tirana feito você. E você sabe muito bem que eu saio sozinha sem o menor problema, aliás é até bom pra minha higiene mental.
consciência: jura que você vai sair sozinha, com a cidade do jeito que tá? Com um trombadinha em toda esquina? Com notícia de bala perdida e atropelamento todo dia? Você deu uma olhada na manchete da Folha ultimamente?
eu: ...
consciência: tá vendo? Não tem nem resposta. Pronto, se aquiete, fique em casa bonitinha fazendo seus trabalhos, você não vai se arrepender. Tem a discografia inteira de Chico Buarque pra escutar...
eu: que já ouvi inteira numseiquantos milhões de vezes...
consciência: e tem coca na geladeira, e além de tudo você tem que dar uma arrumada na casa, que sabe como é Lívia...
eu: ...
consciência: então pronto. Feche o guarda-roupa, vá fazer um café pra se concentrar melhor, tome um banho e comece logo, que quanto mais cedo você terminar melhor.
eu: ...
...
O carinha da seção de romances em língua estrangeira da Cultura não vai me ver esse fim de semana. É, ainda tô tentando acreditar que não sou assim tãaaaao workaholic. Não sou eu, é minha consciência. É uma personalidade totalitária essa dela...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
alguém mais cheio de coisas pra fazer do que eu descobriu que o encosto da cadeira do pc também funciona como travesseiro.
..
(soundtrack: Chico Buarque - Verdadeira Embolada)

domingo, 28 de outubro de 2007

pedaço de alguma história

...
Uma hora, quando tudo estava no seu devido lugar, e parecia que a noite não podia ficar mais perfeita, ela se recostou naquele abraço sob medida, e mais um clichê invadiu sua cabeça, ela que sempre achava que tudo na sua vida parecia cena de filme. Ela pensou, e teve vontade de escrever (mas não tinha caneta) num guardanapo (mas não haviam guardanapos) e passar por debaixo da mesa (mas eles não estavam numa mesa) o bilhetinho escrito "will you still love me in the morning?"
...

(soundtrack: The Beatles - Something)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

C8H10N4O2

- Olá, meu nome é Aline, sou viciada em cafeína e estou limpa há 5 minutos.
[todo mundo]
- Olá, Aline.
- Tudo começou quando fui fazer um exame de vista por causa da miopia. Eu tinha 12 anos, ia precisar usar óculos e estava achando um saco dilatar a pupila e esperar uma eternidade até me mandarem esperar em outra sala, e outra, e outra, e outra... foi aí que eu vi: a garrafa térmica de café, numa mesinha. É verdade mesmo isso que vocês dizem, de evitar o primeiro gole. Não me lembro de ter tomado café antes. Minha mãe conta que quando eu era bem criancinha, pedi café a ela uma vez, o que ela estava tomando. Ela (como toda boa mãe que não quer os filhos hiperativos e com gastrite), fez pra mim uma xícara de Nescafé forte, sem açúcar, e muito quente. Pra eu ficar traumatizada e odiar café pra o resto da vida. Sei lá, se algum psicanalista se atrever a adivinhar o que tem dentro da minha cabeça, provavelmente vai dizer que meu gosto absurdo por café é uma forma inconsciente de rebeldia, que eu fui reprimida na infância, que eu não saí da fase oral e que é tudo culpa da minha mãe.
- Você já foi a um analista?
- Tive umas sessões com uma psicóloga uma vez, por causa do meu comportamento anti-social na escola, mas só lembro que odiava os 50 minutos, e adorava brincar com os cachorrinhos filhotes da casa dela.
- Ok, continue a história do café.
- Sim. Quando tomei o copinho de café do hospital de olhos, achei que era a bebida mais deliciosa qe existia. Talvez tenha sido o tédio de uma tarde inteira sentada com os olhos ardendo, mas o fato é que, depois desse dia, passei a tomar cafezinho em qualquer lugar que me oferecessem, ou que tivesse a garrafa térmica ao alcance, e sabia até dizer qual era o melhor da cidade, e qual eu não tomava mais nunca. A gente não tomava café em casa. Minha mãe e meu pai bebiam café-de-mentira, instantãneo, e desse eu nunca aprendi a gostar. Nunca escondi deles, sabe... isso.
- Bom, já é um ponto positivo. A família precisa conhecer o problema.
- Pois é. Então, um tempo depois, numa daquelas promoções de troque-pontos-por-alguma-coisa, A cafeteira chegou lá em casa. Simples, pequena, daquelas italianas que fazem o café subir com o vapor. Eu estava no último ano de colégio, e precisava de algo que me mantivesse acordada e concentrada durante as aulas, que eram o dia inteiro e às vezes à noite. Foi aí que começou de verdade... hmm...
- A dependência.
- Isso.
- Não se sinta constrangida de falar, você está aqui pra isso.
- Certo. (...) Então, eu nunca fui de dormir muito, desde criança acho isso uma perda de tempo. Quando achei uma coisa que me permitia ficar esperta além dos limites normais... enfim... não dava mais pra passar sem o café de manhã, à noite e nos intervalos do colégio, porque o diretor era muito bonzinho e queria seus alunos concentrados na aula, então deixava sempre uma garrafa à mão. Eu... eu sempre acreditei que ele me ajudava, que me deixava mais inteligente, mais ágil, que eu pensava mais rápido. Não é à toa que café é a bebida dos nerds. Bom, eu passei no vestibular pra Design, numa universidade pública a 1200km de casa. É claro que levei a cafeteira. E as noites acordada ficaram muito mais frequentes. Quando não era trabaho de faculdade, era insônia mesmo. E no outro dia eu estava menos esgotada do que deveria, por causa do café. A xícara virou uma caneca de 400ml, e de uns tempos pra cá, tenho tido dores de cabeça quando não tomo todo dia. Quer dizer, quando não dá tempo de preparar. Um dia desses, um colega meu olhou pra mim sério e disse "Line, diminua o tanto de café que você toma". E eu sei que preciso mesmo, que isso vai acabar me matando, que eu devo ter uma úlcera do tamanho do mundo no meu estômago, que não sei por que milagre não senti ainda, que meus dentes vão ficar amarelos, mas é tão difícil. Eu preciso dele, sabe... Ontem mesmo tive que passar a noite acordada fazendo uns caderninhos, eu sabia que não ia conseguir se não tomasse... e ainda tem o cafezinho do trabalho, que sai quentinho toda tarde, é demais pra mim.
- Calma, calma. Respira... isso. Tudo que você precisa é força de vontade. Um dia de cada vez, esse é o nosso lema. Tente se afastar de tudo que possa ser tentador. Esconda suas canecas, outro dia você disse que tem uma coleção delas, não é isso?
- É... minhas canecas...
- Então, esconda as canecas, tente não ir a lugares que te lembrem café, sabe... livrarias, a maioria delas tem café, ajude sua mente a se libertar, porque você não precisa de nada que já não esteja dentro de você.
- Isso foi profundo...
[moça da recepção]
- Licença... acabei de fazer café, tá fresquinho, alguém aceita?
..
off the record: não, isso não aconteceu de verdade. Minha imaginação é fértil. Sim, eu sou viciada em café. Não, pessoas que enchem minha cabeça, eu não quero parar. Sim, meus dentes estão um pouquinho amarelos. Não, eu não tenho úlcera, nem gastrite, nem refluxo, nem um buraco no meio do estômago. Ele (meu estômago) deve ser como aquela cheerleader de Heroes, capaz de se regenerar sozinho. Sim, eu tenho dores de cabeça de vez em quando, por falta de cafeína. Não, eu não vou deixar de ir na livraria Cultura nem na Saraiva, nem jogar fora minhas canecas (até porque meus lápis, canetas, escovas de dentes e toda sorte de bugingangas ficariam órfãos sem elas). Sim, hoje é uma noite de insônia.
...
É, acho que tô tomando muito café...
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
...
(soundtrack: Nirvana - Smells Like Teen Spirit)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

10 futilidades musicais

1. Mais importante que cantar maravilhosamente bem e ter conseguido emplacar o cd todo nas minhas playlists, Mika é um gaaaaaaaaaaaaaato. Gente, que homem é aquele? Aliás, pra estar tão perto da perfeição assim, ele deve ser gay, no mínimo. O cara é talentoso, desenhou a capa do próprio álbum, muuuito boa por sinal, se veste bem e o clipe de Love Today é simplesmente uma delícia.
...
2. Eu não sabia que Green Day regravou Working Class Hero, de John Lennon. Tenho uma vaga lembrança de ter ouvido algo sobre. Mas é incrível o estado em que o mundo se encontra, de uma banda não tãaaaao boa ser mais lembrada que O Cara, com uma música que é dO Cara. Ou eu tô ficando velha.
...
3. A-meeeeeei a versão de Scissors Sisters pra Comfortably Numb, do Pink Floyd. Conseguiram deixar a música alegre, vejam só! Dá vontade de botar o som no máximo e sair dançando (e é o que eu faço de vez em quando mesmo).
...
4. E falando em Scissors Sisters, descobri uma música que não tem nada a ver com o estilo da banda, mas teve o poder de me fazer escutá-la umas 6 vezes seguidas. Land of a Thousand Words tem uma poesia comovente e a harmonia daquele bom e velho lovy metal. E pra me cativar, não tem nada melhor do que uma balada romântica.
...
5. Adorei a sacadinha genial da logomarca do Maroon 5. Vi pela primeira vez no também genial clipe de Wake Up Call (by the way, a música é óoootima). Resolveram muito bem um nome que eu pelo menos não faço a mínima idéia do que significa. Serão eles 5 caras marrons? Especulações à parte, o que interessa é que os caras são bons. e Adam Levine é outro gaaaaaaaaato.
...
6. Grant Lee Phillips é country mas eu gosto. Pronto, falei. Tem um monte de músicas dele na trilha de Gilmore Girls, super gostosas de ouvir, a maioria baladinhas românticas. Não faço idéia de quem vem a ser o cara.
...
7. Falando em trilhas sonoras, é engraçado como basta uma novela acabar pra toda a sua trilha sonora cair de uma vez no ostracismo.
...
8. Aiiiiiinda falando em trilhas sonoras, devo confessar que sou viciada nelas. As soundtracks, principalmente as de séries, detêm as maiores probabilidades de juntar um monte de música boa e diferente, e apresentar artistas que ninguém conhece, mas são muito bons. Fora aquela coisa de lembrar da cena exata (e boa, na maior parte das vezes) em que a música tocou, que pra mim é o maior barato de todos.
...
9. Quando escutei Hey There Delilah, hit acústico e meiguinho de Plain White Ts, me enchi de esperanças de que fosse uma banda boa com muita coisa aproveitável e um futuro brilhante pela frente. Corri pra baixar o cd. Qual não foi minha surpresa quando eles se revelaram meio emos e com uns acordezinhos previsíveis, e todas as músicas pareciam a mesma, e nenhuma era gostosinha como a primeira que ouvi. De uma coisa não tenho a menor dúvida: os caras sabem escolher bem uma música de trabalho, do mesmo jeito que o departamento de marketing de Hollywood sabe fazer trailers muito bem. Bem demais até.
...
10. Chico Buarque nunca me cansa. Mas isso não é novidade nenhuma, só escrevo aqui porque tinha que completar 10 coisas na listinha, e porque declarar meu amor por ele nunca é demais. Que isso não saia das paredes deste blog, mas descobri - não me perguntem como - que fomos amantes em outra vida, e ele, perdidamente apaixonado, escreveu Cecília pra mim, porque esse era o meu nome.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
pegou, pegou?
...
(soundtrack: Scissors Sisters - Land of a Thousand Words)

domingo, 14 de outubro de 2007

working class hero

Amanhã é dia. Vou ganhar uma mesa, um computador e hopefully muito papel pra trabalhar. Vou ter chefe. Vou ganhar crachá. Vou levar alguma foto e algum bichinho engraçado. Vou ter login e senha do sistema do trabalho. Vou almoçar com o pessoal do trabalho. Vou lanchar barrinhas de cereal e coca-cola no trabalho, e tomar café da máquina de expresso do trabalho (oba!). E isso tudo soa tão adulto.
...
É, consegui aquele estágio. Depois de ter atrasado em uma semana o envio do meu portfolio, e de me perder no dia da 1ª entrevista, e fazer o outro estagiário ir até o fim do mundo me encontrar. E depois de a primeira coisa que disse à minha futura (agora atual) chefe ter sido "eu também adoro café". Eles deviam estar desesperados mesmo por alguém.
...
Me desejem sorte. Não só pra eu me dar bem com o trabalho e com todo mundo, mas principalmente pra eu não virar uma pessoa sensata, responsável, previsível, adulta e normal. Eu sabia que não corria esse risco quando entrei na faculdade, mas trabalhar (uau!) é outra coisa. Torçam pra eu continuar dando risada de besteira e contando piadas idiotas, pra eu continuar almoçando porcaria, pra eu continuar andando de bicicleta, pra eu continuar sem saber lidar com garotos - e continuar chamando eles de garotos -, pra eu continuar sujando as unhas de tinta, pra eu continuar usando havaianas e presilhinhas de borboleta no cabelo. Pra eu continuar sendo Linoca, cara de pipoca. Porque eu gosto demais dela, do jeito que ela é neste exato momento.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
...
(soundtrack: Mika - Love Today)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

os garotos da minha vida

(by the way, o filme que dá nome ao post de hoje é muuuuito bom. Um dos poucos com Drew Barrymore que não é comédia romântica. Mas o assunto não é esse, então vamos ao que interessa.)

nº 1
Ele lembra de mim de vez em quando, não sei por que. Mas nunca me diz nada. Continua do mesmo jeito, romântico e doce, embora o gosto dele pra certas coisas tenha se tornado meio duvidoso ultimamente. Às vezes me pego pensando por que tudo aconteceu daquele jeito, e como minha vida seria se eu tivesse deixado pra trás outras coisas ao invés dele. Mas tudo é uma questão de escolhas, e não me arrependo. Gosto de pensar que fui importante pra ele como ele foi pra mim. Um bocado. Ele é aquela pessoa que a gente nunca esquece, mas a lembrança vai ficando meio enevoada, dormindo sem fazer barulho. O primeiro drama, o primeiro amor.
...
nº 2
Ele virou outra pessoa, que eu não reconheço de jeito nenhum. Ele era brilhante, vivia pra suas invenções e sua música. E me hipnotizava. Perto dele eu não era mais que uma menininha boba e apaixonada. Ele estava nos meus sonhos desde um tempo que eu nem sei quando foi, e só fazia brincar com meu coração, porque sabia que eu era dele de uma maneira quase doente. Mas seu perfume irresistível mudou, suas feições mudaram, ele tirou o aparelho, engordou, virou funcionário público, tem um fiat Uno e vai casar com uma moça direita e ser o orgulho da família. E no fim de tudo fiquei aliviada de não ser parte disso. Não gosto das coisas óbvias, como eu também não sou.
...
nº 3
Ele é um enigma. Deve ter dupla personalidade. E a que eu gosto mais é a que menos aparece. Isso é justamente o que eu mais odeio nele, esses desaparecimentos por tempo indeterminado. Como se ele precisasse de mais espaço do que qualquer pessoa poderia dar, o tempo todo se escondendo atrás daqueles óculos de sol. Eu queria que ele precisasse de mim, que só comigo ele fosse constante. Que ele estivesse por perto. Mas cansei de esperar, e talvez seja muito tarde quando aparecer a personalidade dele que eu gosto.
...
É, deu saudade de falar no assunto. Ultimamente, garotos me machucam cada vez menos. E não sei se isso é sinal de que aprendi a lidar ou eles ou se desaprendi a lidar com amor. E se eu terminar esse post, vou acabar tendo que escrever sobre coisas que tenho medo, mas não quero (e não tenho que) lidar agora. Agora só quero a alma leve.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
eu era romântica, e não faz muito tempo.
......
(soundtrack: Robbie Williams - Eternity)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Feliz. Só isso. Não experimentava uma coisa assim há um bom tempo. E tudo aconteceu numa terça-feira, o meu dia da semana da sorte. Tomara que seja da sorte pra sempre.
...
(soundtrack: Oasis - Live Forever)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

querido diário

(porque é isso que você é, e não achei maneira melhor de escrever).
...
Desculpa se te deixei de lado esses dias, porque eu sei que você é muito sentimental e precisa de mim. Mas é que andaram acontecendo muitas coisas esses dias, e você já sabe: quanto mais eu vivo, menos consigo escrever sobre.
......
Anyway, vamos lá: fiquei feliz a maior parte do tempo esses últimos dias. Não vou nem falar da saga portfolio-estágio-CIn agora, porque dá azar contar essas coisas quando ainda não aconteceram completamente. Deixa ver no que dá, depois eu conto.
...
Semana passada experimentei um dos melhores sentimentos que existem: orgulho do meu trabalho. Todos os modelinhos, luminárias, caderninhos e impressos de serigrafia da minha turma foram expostos na galeria do CAC. Todos das disciplinas de Cloves. Segunda-feira foi aquela correria pra resolver onde ia ficar cada coisa, forrar as mesas, pendurar os banners, etc etc etc. E sempre que estava todo mundo esgotado de tanto grampear, colar, catalogar, arrastar e outros verbos práticos, Cloves chegava com uma Coca e uma bandeja de salgadinhos. Um amor. Foi a maior emoção ver tudo arrumadinho quando cheguei no fim do dia com papai pra fotografar meus trabalhos. E o clima na galeria era o melhor do mundo: enquanto normalmente só fica alguém entediado com um livro na mão tomando conta da galeria, a quantidade de gente da minha turma ali era enorme, cada um mais orgulhoso que o outro. Num instante a gente esquece de todo o trabalho que teve, do stress, dos machucados, só de ver a coisinha pronta, iluminada e admirada por tanta gente. As pessoas babavam pelos modelos, queriam cursar a disciplina, queriam comprar tudo, queriam que a gente ensinasse os segredos parisianos, foi uma delícia. Sem contar que só tocou Chico e outras bossas-novas no som, porque, felizmente, tenho coleguinhas de bom gosto. A exposição terminou na sexta, e deixou saudades. 4 dias foi muito pouco.
...
Aí, na sexta-feira mesmo, protagonizei duas videocassetadas memoráveis na aula de encadernação (que, aliás, é uma delícia). O chão estava coberto de uma gosminha escorregadia (onde a gente mergulhava os tecidos pra tingir), e eu estava de havaianas e com o coração alvoroçado. Não podia dar coisa boa... caí sentada debaixo da mesa e desatei a rir, antes que outra pessoa começasse. Essa foi a primeira vez. Alguns minutos depois, ainda de havaianas e escutando "cuidado" de todo mundo no ateliê, escorreguei de novo, dessa vez de perfil (hohoho), e na mesma hora do baque, já sabia que aquela mancha roxa bizarra não ia demorar muito a aparecer. E que todos os meus coleguinhas iam me reconhecer em qualquer lugar do CAC como "a menina que vive escorregando na aula de Cloves". Já me acostumei, sou uma pessoa conformada com minha propriedade de atrair paredes, pisos e quinas de mesa em minha direção sem motivo aparente. Mas foi bizarro.
...
Espero que daqui pra frente eu consiga contar pra você minhas coisas com mais frequência, porque parece que agora meu computador volta funcionando do hospital e a internet pra ele é boa dessa vez. Odeio te deixar no vácuo, e mais ainda, odeio não saber o que dizer. Mas parece que finalmente estou conseguindo lidar melhor com a vida do que com as palavras. Fique feliz por mim.
...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
meu xodó de 15cm (não fique com ciúme, porque você é muito maior)
...
off the record (mas não vou nem escrever de branco, porque ela merece que todo mundo -mesmo quem não tem nada a ver - saiba que hoje é aniversário dela. Jady, nem parece que já faz um ano de uma das festas de aniversário mais intimistas que já vi, com velinha de 5 anos e tudo. Lembro porque a gente chegou no mesmo dia, e não tinha como mamãe ficar mais feliz. E você foi a melhor companhia naquele fim de semana, e continuou sendo, mesmo só de vez em quando. Eu rolo de rir com seu blog, e adoro seu jeito leve de ser. E quero que você nunca vire uma adulta normal e sem graça, e que continue dando presentes estapafúrdios a pessoas que acaba de conhecer, e que adore fotografia pra sempre, e que nunca mude seu vocabulário peculiar, e que seja feliz, muito feliz. Parabéns, preá!!! Nem sei se já entrei no clubinho, mas hoje eu me atrevo, hehehe): pois é, já disse tudo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

às seis horas da manhã

Levantei meio atordoada na minha primeira manhã de volta à vida normal, e fui cambaleando, meio dormindo, até a cozinha fazer meu café. Antes de chegar no meio do caminho, escutei "A Rosa", de Chico, tocando em algum lugar perto. Era bom demais acordar com uma surpresa boa dessas. Nem pensei, abri logo todas as janelas e a porta da frente, pra a música entrar por todos os meios possíveis. Sim, eu estava de pijama.
...
Parei, com o café numa mão e o pacotinho de biscoito na outra, e escutei por um tempo que não tenho idéia de quanto foi. Depois, fomos sentar no chão da cozinha, de costas pra a porta, eu e meu café, porque era o melhor lugar pra ouvir. Vi a cozinha de um ângulo totalmente novo, e tenho que fazer isso mais vezes - com a cozinha e com todo o resto. Por que não quero ser aquela que todo dia faz tudo sempre igual.
...
Quem quer que estivesse ouvindo Chico naquele volume - que seria muito ofensivo à Boa Vizinhança se não fosse Chico - e naquela hora da manhã - que seria muito inoportuna se não fosse Chico - vai merecer pra sempre minha eterna gratidão. Não deu pra descobrir, mas parecia ser do mesmo andar que eu. Não era uma playlist convencional, a maioria das músicas tava mais pra o lado b, então deve ser mulher, porque as mulheres são incomparavelmente mais apaixonadas por Chico e tudo que tem a ver com ele. Se eu não fosse tão tímida e cheia de frescuras de comunicação com estranhos, teria tocado a campainha mais provável só pra dizer "obrigada por me deixar de bom humor tão cedo".
...
E depois disso, o dia foi bom.
...
(soundtrack: Chico Buarque - Subúrbio)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

season premiere

Hibernação stars-hóllica. Estou com medo que acabe. E vai acabar em 5 dias. E até acabarem os 5 dias, estou me entregando completamente ao ócio contemplativo, no sentido mais puro da palavra, coisa que normalmente me deixa inquieta com tanta energia acumulada, mas agora é só a medida do quanto eu precisava descansar. É engraçado pensar que hoje, no horário da minha aula de diagramação, Rory estava ajudando a construir uma casa com um martelo cor-de-rosa cheio de purpurinas.
...
(soundtrack: Sam Phillips - Love is Everywhere I Go)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

season finale

Ontem de madrugada chorei um bocado. Eram umas 5 da manhã (a minha hora do dia), e não tinha sono certo pra me fazer parar com o vício. Último episódio da última temporada de Gilmore Girls. Gente, foi intenso. Não só porque a season finale foi incrivelmente fofa, mas pelo que aconteceu na minha cabeça. Não sei bem como foi, mas de repente era eu ali, indo embora de casa, me formando, terminando com Logan, planejando com minha mãe um roller-coaster tour que não vai acontecer... Aí deu pra ver muita coisa que eu vou sentir um dia, e foi assustador. Ou vai ser ainda, sei lá. Vi - de novo - como sou incrivelmente neurótica, e como a falta do que fazer, e mais ainda, de ter com o que me preocupar, me deixa ainda pior. É esse o problema das férias...
...
Eu não queria ter tanto tempo sobrando pra pensar no tanto de coisas que eu deixei de lado. Como eu me tornei anti-social, como perdi contato com pessoas importantíssimas que me fazem uma falta enorme, e agora simplesmente não dá pra voltar, não tem clima. nem motivo, na verdade. nem assunto.
...
Eu não queria ficar triste. Eu não queria que esss coisas todas ficassem gritando na minha cabeça. Eu não queria ficar melancólica toda vez que ando na praia, ou toda vez que vejo GG, ou toda vez que passo por um lugar onde aconteceu alguma coisa boa e distante. Semana passada, por exemplo, me vi quase chorando na AABB, de saudade da turma de 3o ano, porque nossa última reflexão (passeio de fim de ano com a turma toda) tinha sido lá, e foi memorável.
...
Eu não queria ter que me livrar de tudo isso um dia, porque sou idiota e sentimental em tudo o que se refere a lembranças. Mas vai acontecer, tem que acontecer, senão eu não aguento o peso. Talvez o pior seja pensar que nada num futuro próximo pode ser a longo prazo. Não tem como durar. Eu sempre vou ter que ir embora, sempre vou ter essas escolhas torturantes pra fazer, e a certeza de ter feito a coisa certa não vai bastar, eu vou sempre me encher de saudades e histórias impossíveis.
...
Eu quero só, agora, que as aulas recomecem, e me dêem motivos pra me preocupar, e me afastem dos meus fantasmas. Quero que a temporada comece. Quero ficar com a cabeça cheia de coisas importantes e urgentes. Eu entendo os workaholics. Acho que sou uma.
...
Eu não queria ser tão cheia de neuras, e nem queria me entender tanto. é como se tivesse um analista, desses que adivinham tudo, dentro da minha cabeça. é perturbador. Eu queria conseguir virar as costas. eu queria não querer saber. Eu queria chorar mais, do jeito que foi a madrugada de ontem, porque depois de tudo, fui dormir com uma calma enorme e uma saudade imensa não sei do quê. Chorar bem muito, até tudo ir embora e só ficar o presente. Aí eu viveria o presente e ponto. Eu acho que estou pirando.
...
(soundtrack: Sam Phillips - How To Dream)