segunda-feira, 8 de outubro de 2007

querido diário

(porque é isso que você é, e não achei maneira melhor de escrever).
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Desculpa se te deixei de lado esses dias, porque eu sei que você é muito sentimental e precisa de mim. Mas é que andaram acontecendo muitas coisas esses dias, e você já sabe: quanto mais eu vivo, menos consigo escrever sobre.
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Anyway, vamos lá: fiquei feliz a maior parte do tempo esses últimos dias. Não vou nem falar da saga portfolio-estágio-CIn agora, porque dá azar contar essas coisas quando ainda não aconteceram completamente. Deixa ver no que dá, depois eu conto.
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Semana passada experimentei um dos melhores sentimentos que existem: orgulho do meu trabalho. Todos os modelinhos, luminárias, caderninhos e impressos de serigrafia da minha turma foram expostos na galeria do CAC. Todos das disciplinas de Cloves. Segunda-feira foi aquela correria pra resolver onde ia ficar cada coisa, forrar as mesas, pendurar os banners, etc etc etc. E sempre que estava todo mundo esgotado de tanto grampear, colar, catalogar, arrastar e outros verbos práticos, Cloves chegava com uma Coca e uma bandeja de salgadinhos. Um amor. Foi a maior emoção ver tudo arrumadinho quando cheguei no fim do dia com papai pra fotografar meus trabalhos. E o clima na galeria era o melhor do mundo: enquanto normalmente só fica alguém entediado com um livro na mão tomando conta da galeria, a quantidade de gente da minha turma ali era enorme, cada um mais orgulhoso que o outro. Num instante a gente esquece de todo o trabalho que teve, do stress, dos machucados, só de ver a coisinha pronta, iluminada e admirada por tanta gente. As pessoas babavam pelos modelos, queriam cursar a disciplina, queriam comprar tudo, queriam que a gente ensinasse os segredos parisianos, foi uma delícia. Sem contar que só tocou Chico e outras bossas-novas no som, porque, felizmente, tenho coleguinhas de bom gosto. A exposição terminou na sexta, e deixou saudades. 4 dias foi muito pouco.
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Aí, na sexta-feira mesmo, protagonizei duas videocassetadas memoráveis na aula de encadernação (que, aliás, é uma delícia). O chão estava coberto de uma gosminha escorregadia (onde a gente mergulhava os tecidos pra tingir), e eu estava de havaianas e com o coração alvoroçado. Não podia dar coisa boa... caí sentada debaixo da mesa e desatei a rir, antes que outra pessoa começasse. Essa foi a primeira vez. Alguns minutos depois, ainda de havaianas e escutando "cuidado" de todo mundo no ateliê, escorreguei de novo, dessa vez de perfil (hohoho), e na mesma hora do baque, já sabia que aquela mancha roxa bizarra não ia demorar muito a aparecer. E que todos os meus coleguinhas iam me reconhecer em qualquer lugar do CAC como "a menina que vive escorregando na aula de Cloves". Já me acostumei, sou uma pessoa conformada com minha propriedade de atrair paredes, pisos e quinas de mesa em minha direção sem motivo aparente. Mas foi bizarro.
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Espero que daqui pra frente eu consiga contar pra você minhas coisas com mais frequência, porque parece que agora meu computador volta funcionando do hospital e a internet pra ele é boa dessa vez. Odeio te deixar no vácuo, e mais ainda, odeio não saber o que dizer. Mas parece que finalmente estou conseguindo lidar melhor com a vida do que com as palavras. Fique feliz por mim.
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Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
meu xodó de 15cm (não fique com ciúme, porque você é muito maior)
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off the record (mas não vou nem escrever de branco, porque ela merece que todo mundo -mesmo quem não tem nada a ver - saiba que hoje é aniversário dela. Jady, nem parece que já faz um ano de uma das festas de aniversário mais intimistas que já vi, com velinha de 5 anos e tudo. Lembro porque a gente chegou no mesmo dia, e não tinha como mamãe ficar mais feliz. E você foi a melhor companhia naquele fim de semana, e continuou sendo, mesmo só de vez em quando. Eu rolo de rir com seu blog, e adoro seu jeito leve de ser. E quero que você nunca vire uma adulta normal e sem graça, e que continue dando presentes estapafúrdios a pessoas que acaba de conhecer, e que adore fotografia pra sempre, e que nunca mude seu vocabulário peculiar, e que seja feliz, muito feliz. Parabéns, preá!!! Nem sei se já entrei no clubinho, mas hoje eu me atrevo, hehehe): pois é, já disse tudo.