sábado, 21 de junho de 2008

look at all the lonely people

A gente tem que prestar mais atenção ao que acontece com as pessoas que estão por perto (e as que nem estão tão perto assim). Tem tanta gente passando por coisa que a gente nem imagina... Porque parece estar tudo bem, porque tá calmo na superfície. Mas ninguém devia ter que enfrentar os próprios fantasmas completamente sozinho. Chega uma hora que as forças acabam, a vontade de continuar vivendo acaba, e a gente precisa de alguém pra nos puxar de volta pra a vida, ou pelo menos tentar. Pelo menos saber.
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Aí quando acontece o pior, quando alguém tenta parar de viver e consegue, não dá pra entender. Porque ninguém prestou atenção. eu não prestei.
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De alguma maneira ela estava pedindo ajuda, não é possível.
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Eu vou sentir falta. Sim, soa hipócrita ouvir alguém que não fala com uma pessoa há meses dizer que vai sentir falta, mas é diferente a falta de "até as próximas férias" da falta de "mais nunca". E vou lembrar dela feliz e espevitada, como sempre foi, desde a primeira vez. Ela não hesitava em dizer "te amo". Ela abraçava. Ela ajudava. Ela cantava e dançava. Ela falava alto. Ela dizia o que ninguém mais tinha coragem. Ela tinha que ter tido coragem pra continuar, pra passar por cima do que quer que estivesse acontecendo, como sempre teve pra tudo na vida. Ela parecia tão feliz, tão normal.
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Hoje ela me fez esquecer de coisas pequenas, tipo minhas unhas e o fim do período e as horas que eu não tenho, e pelo menos por um dia parei pra pensar no que realmente importa. E eu quero a vida, por mais assustadora que pareça, por mais difícil que seja continuar. E não vou enfrentar meus fantasmas sozinha.
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(soundtrack: Beatles, - Eleanor Rigby)