Levantei meio atordoada na minha primeira manhã de volta à vida normal, e fui cambaleando, meio dormindo, até a cozinha fazer meu café. Antes de chegar no meio do caminho, escutei "A Rosa", de Chico, tocando em algum lugar perto. Era bom demais acordar com uma surpresa boa dessas. Nem pensei, abri logo todas as janelas e a porta da frente, pra a música entrar por todos os meios possíveis. Sim, eu estava de pijama.
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Parei, com o café numa mão e o pacotinho de biscoito na outra, e escutei por um tempo que não tenho idéia de quanto foi. Depois, fomos sentar no chão da cozinha, de costas pra a porta, eu e meu café, porque era o melhor lugar pra ouvir. Vi a cozinha de um ângulo totalmente novo, e tenho que fazer isso mais vezes - com a cozinha e com todo o resto. Por que não quero ser aquela que todo dia faz tudo sempre igual.
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Quem quer que estivesse ouvindo Chico naquele volume - que seria muito ofensivo à Boa Vizinhança se não fosse Chico - e naquela hora da manhã - que seria muito inoportuna se não fosse Chico - vai merecer pra sempre minha eterna gratidão. Não deu pra descobrir, mas parecia ser do mesmo andar que eu. Não era uma playlist convencional, a maioria das músicas tava mais pra o lado b, então deve ser mulher, porque as mulheres são incomparavelmente mais apaixonadas por Chico e tudo que tem a ver com ele. Se eu não fosse tão tímida e cheia de frescuras de comunicação com estranhos, teria tocado a campainha mais provável só pra dizer "obrigada por me deixar de bom humor tão cedo".
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E depois disso, o dia foi bom.
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(soundtrack: Chico Buarque - Subúrbio)
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
às seis horas da manhã
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line gilmore
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6:09 PM
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terça-feira, 18 de setembro de 2007
season premiere
(soundtrack: Sam Phillips - Love is Everywhere I Go)
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line gilmore
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8:47 PM
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quinta-feira, 13 de setembro de 2007
season finale
Eu quero só, agora, que as aulas recomecem, e me dêem motivos pra me preocupar, e me afastem dos meus fantasmas. Quero que a temporada comece. Quero ficar com a cabeça cheia de coisas importantes e urgentes. Eu entendo os workaholics. Acho que sou uma.
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line gilmore
às
10:32 PM
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domingo, 9 de setembro de 2007
se eu fosse uma menina sem sono
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Se eu fosse uma hora, seria 5 e pouca da manhã, quando o sol nasce.
Se eu fosse um planeta ou astro, seria uma estrela. elas brilham mesmo depois de não existirem há milhões de anos.
Se eu fosse uma direção, seria pra cima.
Se eu fosse um móvel, seria uma escrivaninha antiga, cheia de gavetas e compartimentos secretos.
Se eu fosse um líquido, seria café. a bebida dos nerds, por acaso.
Se eu fosse um pecado, seria a ira.
Se eu fosse uma pedra, seria um quartzo rosa (tem um no layout do blog).
Se eu fosse uma árvore, seria um ipê-roxo, de preferência no meio de outras árvores verdes e bestas.
Se eu fosse uma fruta, seria uma pitanga bem madurinha.
Se eu fosse uma flor, seria uma violeta. miudinha, mas forte.
Se eu fosse um clima, seria frio, mas não a ponto de prender todo mundo em casa. só friozinho pra deixar as pessoas chiques com chapéus e casacos.
Se eu fosse um instrumento musical, seria uma flauta transversal. difícil até achar a posição certa.
Se eu fosse um elemento, seria mau. just kidding... eu seria a água.
Se eu fosse uma cor, seria primária. vermelho.
Se eu fosse um animal, seria um coaaaaaaaaaaala!! fofo e caro pra manter.
Se eu fosse um som, seria o da chuva. ou o do mar.
Se eu fosse uma música, seria de Chico Buarque.
Se eu fosse um sentimento, seria algum tipo de amor torto e confuso.
Se eu fosse um livro, seria sobre outro mundo.
Se eu fosse uma comida, seria cheia de gordura trans.
Se eu fosse um lugar, seria o ateliê de Cloves em fim de período.
Se eu fosse um gosto, seria o de morango coberto de chocolate meio-amargo.
Se eu fosse um cheiro, seria o de pão de queijo recém-saído-do-forno. ou cheiro de sundown, tanto faz.
Se eu fosse uma palavra, seria implícita. não é qualquer um que entende.
Se eu fosse um verbo, seria imperativo. e rápido.
Se eu fosse um objeto, seria um espelho.
Se eu fosse uma peça de roupa, seria básica, adaptável e indispensável. Provavelmente um sutiã preto milagroso.
Se eu fosse uma expressão, seria um sorriso bem aberto e idiota.
Se eu fosse um filme, seria Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (o link é de um flog que eu tive num passado distante, e escrevi sobre).
Se eu fosse personagem de desenho animado, seria o Dexter. Neeeerd.
Se eu fosse uma forma, seria uma espiral em proporção áurea.
Se eu fosse um número, seria 7. já falei sobre ele. é elegante, ímpar e cheio de significados.
Se eu fosse uma estação, seria o outono-quase-inverno.
Se eu fosse uma frase, seria um verso. Na verdade dois. De Chico Buarque. "Bambeia, cambaleia, é dura na queda, custa a cair em si. Largou família, bebeu veneno e vai morrer de rir".
Wonderbra special series Line Gilmore.
(soundtrack: Chico Buarque - Samba e Amor)
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line gilmore
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11:36 PM
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sexta-feira, 7 de setembro de 2007
independência ou educação!
Essa foi a mais pitoresca das faixas do desfile de 7 de setembro de minha querida cidade natal. Idealizada por alguma professora primária que devia estar muito cansada de seus moleques, e doida pra que eles respondessesm "morte!"
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Não, este não é um post-indignado-politizado-patriota. Longe disso. Eu só não achei que fosse rir tanto num desfile. É o primeiro que eu assisto de verdade, inteiro, sem nenhum compromisso de nota ou de presença no local (a popular Avenida). Ok, é normal que nesses desfiles de colégio que não tem fanfarra a banda não seja lá essas coisas, mas esse ano o pessoal se superou: a banda era... um carro de som. Yeeeep. Que tocava uns 10 minutos e repetia exaaaaatameeeente a meeeeesma múuuusica. É aceitável também que meninas se fantasiem de princesa Isabel, meninos de Dom Pedro. Pois hoje eu vi fadinhas, coelhinhos da páscoa, padres, ala-das-baianas-de-6-anos-de-idade, bailarinas, anjinhos, RBDs (é, meninas de minissaia de pregas, meias 3/4, gravatinha, laço no cabelo, etc etc) e até - pasmem! - um clube de pré-idosos. É, existe essa faixa etária.
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Enfim, a manhã do dia da pátria foi um festival de tosqueiras de cidade pequena. Tosqueiras das quais eu nem sabia, mas estava com saudade. E é claro, teve a companhia divertidíssima da velha guarda da família de mamãe. A certa altura, tia Ju começou a enumerar, às gargalhadas, os membros da família que tinham sérios distúrbios mentais, e morreram de forma triste e trágica, ou sumiram, ou estão causando problemas pro resto do clã, o que me assustou um pouco, porque eu tenho plena consciência de que ninguém aqui em casa é perfeitamente normal.
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E simplesmente não consigo terminar esse post de uma maneira decente. Estou cansada da praia que veio depois do dever patriótico, lentinha, levemente entediada e sem paciência pra forçar meus neurônios preguiçosos a fazer qualquer coisa. Se mami, sivuplê, der um tempinho no pc do quarto, vou dormir assistindo Gilmore Girls, pra variar.
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(soundtrack: Scorpions - Lonely Nights)
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line gilmore
às
11:27 PM
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quarta-feira, 5 de setembro de 2007
love story
off the record: acabei de ter noção de como eu sou absurdamente nerd, geek, ou o que quer que essa paixão desenfreada por uma série americana seja.
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line gilmore
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10:49 AM
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