sábado, 17 de maio de 2008

[/sentimental]

Eu vou sentir falta dele. Na verdade era isso que eu queria dizer, quando falei que a pessoa da mesa do lado vai sentir falta das nossas conversas barulhentas e do meu riso incontrolável, que é sempre culpa dele.
...
Foi ele a primeira pessoa que puxou assunto sem-ser-de-trabalho comigo. E que tentou me mostrar o que é música boa (opiniões controversas a esse respeito, mas tudo bem). Ele é o cara mais underground que eu conheço, e não sei como consegue acumular tanto conhecimento em, sei lá, um metro e sessenta de altura. Ele leu os livros que eu sempre quis ler. Ele conhece mais de Chico Buarque do que eu (!!!). Ele já atingiu outro nível de maturidade, e conhece muita coisa de muita coisa. E ainda assim discute comigo como se ganhar a discussão valesse a vida. Ele é o tipo de pessoa que você leva anos conhecendo, aos poucos. Eu só tive seis meses. E queria ter aproveitado melhor.
...
Ele vai embora, e eu vou sentir falta. Pronto, falei. E ele diz que eu sou má, cruel, fria e sem coração, mas de vez em quando tenho sentimentos (viu?). E vou sentir falta. E vai demorar pra ocuparem a mesa em frente à minha com alguém à altura, apesar de ele dizer que eu sou muito fácil pra rir, que dou risada de qualquer besteira. Mas mesmo a 4718496532 quilômetros de distância, a gente sempre tem o skype. Não dá mais pra levantar e verificar a intensidade do riso provocado, ou tentar ganhar uma discussão apelando pro olho-no-olho. Mas sempre tem o skype.
...
Não vou desejar sucesso, que ele já deve estar de saco cheio disso. Quero, sim, que ele se divirta bem muito na Microsoft, e não deixe eles lá saberem que ele vai comprar um Macbook com o salário que receber de tio Bill. E que continue sendo o cara mais underground que eu conheço.
...;;
[Pelo visto eu tenho sorte com bons amigos à distância...]
..
(soundtrack: Chico Buarque e Miúcha - Maninha)