sexta-feira, 9 de maio de 2008

sobre a vida.

Perder alguém pra uma cidade distante. Perder alguém pra outra pessoa. Perder alguém pra uma coisa mais importante. Perder alguém pra amigos novos. Perder alguém pra o tempo, simplesmente. Já experimentei essas coisas, e são horríveis. Mas nada se compara a perder alguém pra sempre. Morte mesmo, a palavra que a gente tem medo de falar. Que ninguém gosta de conversar sobre. Que todo mundo tenta evitar a qualquer custo. E que está infinitamente mais perto do que a gente pensa.
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Hoje recebi duas notícias ruins. Dois amigos perderam pessoas queridas, repentinamente, e eu fiquei sem ter o que dizer. Nunca perdi alguém, e não consigo imaginar a dor que é saber que aquela pessoa não está mais por perto, e não vai estar nunca mais, por mais que você queira, por mais que você ame e sinta saudade. Ou a agonia de não ter se despedido, e das coisas que ficam sem ser ditas. A vontade automática de ligar pra contar qualquer coisa, e de repente lembrar que ninguém vai atender deve ser desconcertante.
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E eu tenho medo. Morro de medo. Não de morrer, mas de perder pra sempre quem eu amo (ou de perder quem eu amo pra sempre, o que vem a ser a mesma coisa, se você considerar que amor só é amor se for pra sempre). De não dar tempo de dizer tudo, e de aproveitar junto as coisas boas da vida, e de mostrar o tamanho do amor, com todas as letras, pra não ter dúvidas. E aproveito agora, e aqui, que esse blog é meu e não tem obrigação nenhuma de fazer sentido: mãe, te amo. Mais do que qualquer outra pessoa no mundo. E não tem nada a ver com domingo ser dia das mães, ou com o fato de todo mundo estar fazendo declarações de amor pra a mãe por aí. Te amo. As coisas estão estranhas, e não entendo o motivo. Mas eu quero ter tempo pra você, e queria demais ter um dia das mães igualzinho ao do ano passado (salvo pelo meu cabelo, que agora tá mais bonito). E quero que, mesmo sem eu aí, você faça festa, simplesmente porque a vida vale a pena comemorar, principalmente a sua. Morro de saudade. E te amo.
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Coincidência ou não, o último post foi minha bucket list, que fui super intimada a fazer, e que me deixou toda boba e sentimental quando eu escrevi. Parece que tem alguém querendo me dizer que o tempo é curto, e pra eu parar de ver a vida passar, e tratar logo de mergulhar nela. E aproveitar quem está vivo, como Sofia disse.
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(sondtrack: Não sei quem canta, mas é da trilha de Sweet November - Wherever You Are)

off the record:
lembrei um bocado da Cris, com isso tudo. Ela consegue tratar do assunto lindamente, bem melhor do que eu. Ela tem experiência.