segunda-feira, 21 de agosto de 2006

ressaca

tá. Eu jurei pra mim mesma que assim que minha camera chegasse, não ia mais ter post sem foto por aqui. Mas o cabo USB não veio junto, que legal! Aí fui ficando agoniadinha, especialmente devido à enorme quantidade de coisas que aconteceram nos últimos dias, em especial no fim de semana (é incrível, meus fins de semana estão sendo cada vez mais surreais, e nem sinto mais tanta falta da pilha de dvds que costumava assistir em casa, cercada de pipoca e Coca-cola, dando de 10 a 0 no sedentarismo de Garfield).
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Pra começar, chegou um pacotinho do Sedex na quinta. Aí, entre a camiseta do show de Roupa Nova (lindaaaaaa) que mamãe conseguiu pra mim e uns brinquinhos e um colar (surpreendentemente de ótimo gosto) que vovó mandou, estava ela. Perfeita. Pequenininha, novinha, com manuais em todos os idiomas imagináveis. Minha camera. Viva, viva, soltem fogos!!!! É uma Canon (dizem que se não for com Canon ou Nikon, a pessoa tá só brincando de tirar foto), com as devidas especificações que ficam chatinhas se eu começar a falar, mas dá certinho pra mim. Já comecei meus experimentos, e tô doidinha pra saturar vocês, meus ilustres visitantes, com as fotos mais sem-noção, mas ainda assim criativas, que eu conseguir fazer. Credo, essa coisa de gostar de fotografia pega, viu mãe? É só ter uma camera na mão...
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Tá. Aí na sexta ia ter o show de Roupa Nova, mas deu errado e eu acabei não indo, o que não foi uma decepçãaaaaao, que eu nem tava tão animada assim, nem o priminho que ia comigo, mas fiquei chateada porque não ia estrear a camiseta do show e a camera ao mesmo tempo. Tudo bem. Acabei indo pra uma sessão de cinema na igreja (outro dia eu escrevo aqui sobre como descobri que existe vida inteligente nas igrejas batistas), com pipoca, Coca-cola, poltroninha fofa, escurinho, friozinho, companhias impagáveis e a sensação ótima de finalmente estar me enturmando. Just Like Heaven, ou E Se Fosse Verdade, que já estava na lista das comédias românticas com soundtrack mais perfeitas que já vi. E um papinho ótimo depois com o pessoal, hihihi.
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Aí no sábado eu nem tava tão animada pra fazer trabalho de escola, escolher roupa, sair de casa, botar a cabeça pra viajar dentro dos processos que o design desempenha no cinema, etc etc etc... mas fiquei linda, tomei minha bomba de cafeína+serotonina (no final coloco a receita pra vocês) e fui pra casa de Karina, feliz e serelepe. E não é que o dia foi aaaaaaabsolutamente perfeito?? Depois de fazer o roteiro da entrevista e deixar o trabalho mais ou menos encaminhado, fomos eu, Renata, Karina e Cecília (ainda bem que Cecília dirige!) até Jaboatão dos Guararapes pra conversar com Lula Cardoso Filho, filho de Lula Cardoso pai (não digaaaaa) e ver se ele tinha alguma contribuição pro nosso trabalho. Gente, o cara é o cara. O cinéfilo mais inteligente que já conheci, que é convidado pra todas as pré-estréias da cidade, e já apadrinhou diversos cineastas iniciantes de Pernambuco. Tem mais de 1200 rolos de filme numa cinemateca devidamente adaptada pra acondicionar com segurança todos os títulos, entre eles filmes de Chaplin, de Marilyn, dos 3 Patetas, de Hitchcock, de Guel Arraes, aff! Isso fora os posters perfeeeeitos, que fazem a gente se sentir nos anos 50 e cobriam cada centímetro das paredes. E a sala de projeção, aaaai... 45 lugares só, mas tinha o mesmo jeitinho da sala de cinema de Lisbela, com aquelas cadeirinhas de madeira, os cartazes antigos, de quando cinema ainda era poesia (e agora eu corro o sério perigo de ficar saudosista igual a Lula Cardoso... calma!). Nem falo aqui da outra parte do instituto, que tinha os trabalhos de Lula Cardoso pai, designer gráfico desde a década de 30 até o fim dos anos 70. Coisa de deixar emocionada mesmo. Pois bem, a manhã foi perfeita e muito educativa. A tarde não deixou devendo. Fomos almoçar no xops Guararapes, que eu não conhecia ainda, mas as meninas semrpe diziam que é o melhor da cidade exatamente por ser o mais longe, que legal. Depois, Renata sabia de uma padaria em Boa Viagem (significa que eu vi o mar) com as sobremesas mais deliciosas e um teto redondo e amarelo, que a gente olhava e ficava tonta, sem entender direito o que era aquilo. Perfeito pra quem faz design... É, parece que ficamos amigas, mas com o papo mais cabeça que eu podia imaginar.
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E quando eu achava que o sábado já tinha dado o suficiente, pastor Élio liga pra mim, me chamando pra ir pro Integre, uma espécie de intercâmbio entre os jovens de várias igrejas. E foi muuuuuuito legal, tirando o frio glacial do ar-condicionado bem em cima de mim. Quando cheguei em casa, quem disse que queria dormim? O sono não vinha de jeito nenhum, apesar de eu já estar bem esgotada do dia todo. Fiu dormir com Richard Gere na cabeça. Até sendo traído ele é tão fofo!!
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Ok, vamos ao domingo. Cheguei atrasada na igreja (pra variar), e resolvi fazer algo diferente: fui assistir os estudos bíblicos em inglês, que pastor Guimarães fez tanta propaganda. E me senti totalmente confortável, sinal de que ainda não enferrujei :) O teacher ainda elogiou um bocado minha pronúncia, e nem precisa dizer que o ego foi lá pra as alturas. Resolvi. E pretendo chegar na hora certa nos próximos domingos (Deus sabe...). À tarde ainda fui ver o pessoal em Aldeia, e meus priminhos estão cada veis mais lindos, enormes e sapecas. E não vão me chamar de tia, porque eu não vou deixar!
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Mas o melhor de tudo, a coroação do fim de semana, foi à noite. Culto dirigido pelos jovens, lá estou eu, de pretinho básico, saltinho agulha, e me sentindo especialmente linda. Então, já que a aura tá tão boa, hora de tirar fotos (e depois vi que, contrariando murphy, saí legal na maioria, sem fechar o olho ou ficar com a cara estranha)!! E mesmo tendo quase 200 pessoas por ali, a foto tinha que ser batida com a clássica esticada de braço. Estava morrendo de saudade disso... not anymore!
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Tudo correu bem até a hora em que chamaram todos os jovens pra ir la na frente cantar. E lá vai Line Gilmore de salto agulha descendo a escada... e levando uma queda antológica, inesquecível, digna das videocassetadas mais toscas. E lá vai Mari caindo atrás, dando uma pisada na mão de Line Gilmore, que doeu pra caramba. E todo mundo que desceu atrás da gente viu, que ótimo. Mas certo, eu levantei, dei aquela risada nervosa que quem me conhece já sabe muito bem como é, vi que não tinha quebrado nada, e fui lá pra a frente cantar. Mas aí, não sei se foi porque o dedinho começou a doer depois que fiquei parada, ou se foi o nervoso, ou a falta de açúcar no sangue, o fato é que comecei a ver tudo cheio de pontinhos e escuro, e de repente estava sendo levada no colo (de saia) por um cara de mais de 2 metros, com alguem segurando minha cabeça e mais um monte de gente me olhando de cima. Me senti em E.R. Me senti mais ainda em E.R depois que vi o médico liiiiindo que me deu água-com-açúcar... acho que vou desmaiar toda semana, até ele pensar que eu tenho uma coisa séria e cuidar de mim pra sempre. Acordei rindo de nervoso, pra variar, e todo mundo tava mais transtornado que eu na salinha. Me perguntaram até se eu queria ligar pra a família... fiquei com vontade de fazer uma piadinha, mas ninguém ia entender. Só lembrava do pseudo-desmaio de Lisbela, e do "já passou, Douglas". É lógico que virei celebridade depois dessa, a menina-que-desmaiou-lá-na-frente. E tive que dizer umas 62.534.817 vezes que tava tudo bem, que fo só o susto, que não bati a cabeça, etc etc. Sobrevivi. Toca pra frente. E tome fotos de braço esticado, na festinha que teve depois, aniversário de alguém, com um bolo delicioso de morango com chantilly. A maioria saiu fora-de-foco, mas eu tenho um carinho especial por essas, as primeiras de muitas, e não apaguei nenhumazinha, e talvez até coloque aqui. Final de domingo feliz, muito punk...
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E o resultado de toda essa maratona de atividades foi eu ter acordado (quer dizer, será que acordei mesmo?) com uma preguiça de viver fora do normal numa segunda-feira. Pra começar, perdi a hora. o celulcar marcava exatamente 7:49 na hora em que abri os olhos, e a aula começa 8:00, láaaaaaa na federal, a 40 minutos e um ônibus lotado de distância. Resultado: vesti a primeira roupa que encontrei no armário (e pensar que 4 meses atrás nem cogitava a possibilidade de misturar calça jeans e havaianas), não tomei a bomba de cafeína+serotonina de todo dia, pus um pacotinho de biscoito integral na bolsa e cheguei no ponto quase a tempo de não perder o CDU-Várzea, que, bem do jeitinho que Murphy gosta, tinha acabado de passar. Maldito décimo andar. E fiquei com sono e enfezadinha a aula inteira, que teve o agravante de ser sobre planificação de um cone truncado. Line Gilmore entendeu alguma coisa? Pelo menos ela tem até segunda que vem. E se o próximo fim de semana for agitado e colorido como o último foi, vai valer a segunda-feira preguiçosa e enfezadinha, com certeza.
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(soundtrack: Louis Armstrong - What a Wonderful World).
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fim do post oficial. Agora, como prometido, a receitinha da bomba de cafeína+serotonina, que me deixa feliz e serelepe o dia todo, e a noite toda também, quando precisa:
Faça café de verdade. A concentração vai variar de acordo com
a necessidade. Reserve numa garrafa térmica.
Misture numa caneca generosa:
2 ou 3 colheres de chá ou de sobremesa de chocolate do
padre
3 ou 4 colheres de chá ou de sobremesa de leite em pó
2 ou 3 colheres de chá de açúcar, se o café estiver muito
forte
Adicione o café, que provavelmente está beeeem quente. Mexa bem.
opcionais:
Se tiver creme de leite, coloque também, e é bom que fiquem os floquinhos flutuando. Leite condensado e canela em pó são ótimas variações.
e pronto!
Saboreie apressadamente antes de correr pra pegar o ônibus, ou tranquilamente assistindo a novela/filme/programa de sua preferência, ou ouvindo músicas doces e românticas. Fica ótimo com biscoitinhos integrais, pra aplacar a consciência. Mas é o tipo de bebida que não se divide com ninguém.