domingo, 10 de setembro de 2006

secretly falling apart

Eu sabia (e disse) que aquela tristeza vazia das tardes de sábado ia voltar qualquer dia desses. Voltou.
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É uma mistura de querer que tudo se ajeite e saber que nada vai se ajeitar tão cedo. É ter certeza de que se uma coisa dá certo, 10 mil dão errado, numa reação em cadeia, digna dessas típicas comédias de erros. É me sentir irresistível no espelho e totalmente desajeitada na frente dos outros. É falta de uma melhor amiga ao vivo, de conversar coisa séria olhando nos olhos (talvez eu fosse mais reservada aqui no blog se tivesse com quem dividir as neuras do dia a dia). É não atingir a cota diária de palavras ditas que toda mulher precisa. É, paradoxalmente, sentir que eu estava bem mais perto de certas pessoas quando conversava a 1200 km de istância, e não saber mais ler seus olhos nem me deixar ler. E saber que não posso fazer nada, ou não ter idéia do que se faz pra evitar isso, que é tão triste.
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É falta de um grande amor. De estar completamente entorpecida por um sorriso, um carinho, um par de olhos pretos. A gente vai parando de sonhar quando se machuca. Mas a vida é muito mais plena com sonhos e machucados do que sem nenhum deles... é não ter com quem sonhar.
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É falta de paciência, agonia de esperar, esperar, passar a vida esperando alguma coisa, geralmente mais que o possível. É me entender e me definir de um jeito tão claro, quase doentio, que não sobram mistérios a serem desvendados, nem por mim nem por ninguém. Quem é que sabe exatamente os motivos da própria tristeza, e abre desse jeito em público? Pessoas normais não fazem isso... Vai ver é esse o meu prolema, me entender(em) demais.
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É estar engordando, exatamente como minha mãe disse, e não ter força de vontade nenhuma pra me controlar um pouquinho, porque eu nunca precisei. Talvez se eu dormisse mais, não cpmesse tanto. E comer me sentindo culpada é a pior coisa, porque eu nunca precisei... é não estar feliz com o espelho, mas mesmo assim não parar de me olhar. E fazer um drama desses no blog por causa de 2 quilos me faz sentir pior ainda, como essas pessoas extremamente fúteis que vivem por uma calça jeans no lugar certo. Talvez eu seja assim mesmo, e aí fico me odiando e batendo a cabeça na parede.
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É a frustração de escrever tanto sobre sentimentos, sobre meu dia, sobre coisas bobas, e não conseguir conceber uma linha sequer pra o trabalho sobre design e cinema, cuja data de entrega/apresentação se aproxima de maneira cada vez mais assustadora. Ás vezes eu queria fazer dos meus dramas coisas diferentes de palavras. Porque elas parecem tão vazias... especialmente hoje.

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Torçam pra eu fazer alguma coisa legal no próximo fim de semana.
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(soundtrack: Aqualung - Strange and Beautiful)