quinta-feira, 31 de maio de 2007

pra dias sem inspiração (3)

Já faz um tempinho que descobri que listinhas são ótimas pra driblar o branco quando preciso seriamente tirar as teias de aranha, já que fata de inspiração não é desculpa plausível pra qualquer um que queira ser designer quando crescer. Entãaaao, aplico aqui o que aprendi com a experiência em um milhão de projetos: a metodologia da listinha. Não importa de que assunto, ou que tamanho, ou que teor, ela sempre ajuda minha cabecinha pipocante de DDA. E a da vez é simplesmente o que eu fiz nos últimos quinze (desesseis, desessete, dezoito) dias, porque coisas acontecem e precisam ser lembradas mais tarde:
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Li um livro de Tolkien, e virei fã. E fui chamada de hobbit na dedicatória. Porque eu sou bobinha e não sei botar moral. E realmente, devo ter o tamanho de um hobbit... crap.
Comprei discos de vinil no pátio da Igreja do Carmo (depois de uma longa peregrinação desde a Av. Guararapes até encontrar o tal carinha que vendia vinil) e fiz um relógio com um deles. Não importa se ainda não foi pendurado, ou se nunca mostra a hora certa, o fato é que tá aqui, com numerozinhos e tudo. E me senti criativa, cult e retrô, especialmente porque um dos discos foi a trilha de Grease ^^
Falando nisso, assisti Grease!! E todos os teen movies feitos desde então devem algo a esse. E John Travolta estava uma coisa com aquele jeitinho de bad boy, jaqueta de couro, costeletas e tudo.
me atrevi a cozinhar (cof cof), numa festinha particular com Emmanuel e Yasmim aqui em casa (ninguém precisa saber que era massa-pronta-com-molho-pronto e batata-congelada-pra-fritar), e foi incrivelmente divertido.
cortei a franjinha, que já estava se mimetizando com o resto do cabelo. E fiquei meio com cara de sapeca, a não ser nos dias em que meu cabelo é quase uma linha de prumo, de tão retinho, que aí pareço um pouquinho com Ahn-dre-ah depois da reforma (Ahn-dre-ah de O Diabo veste Prada, ou Anne Hataway do filme homônimo, pra os desavisados).
encontrei meu quartzo rosa (que aparece no caótico layout do blog, ele mesmo), que não sei onde tinha se metido, e não saiu do meu pescoço até sumir de novo hoje.
escutei cds inteiros, coisa rara pra mim. E ouvindo com calma, dá pra perceber que tem algo que une uma música à outra, e é legal escutar sem saber o nome, só deixar rolar. Notei, entre outras coisas, que uma banda não precisa de guitarras pra ser legal, como é o caso de Keane. E que Parachutes, de Coldplay, é perfeito pra dias de chuva e dor-de-cotovelo. E que Linkin Park (me matem, eu escutei um disco inteiro de Linkin Park) só quer ser o U2.
aprendi muitas coisas no processo de formatação/instalação de todos os programas possíveis e imagináveis/reconfiguração do meu querido pc. Depois de um longo inverno, ele volta a ser meu companheiro de aventuras.
fiz um dos brigadeiros mais deliciosos ever. Com chocolate em pó de verdade polvilhado por cima do prato que fui detonando aos poucos, de colher, sem enrolar, como deve ser todo brigadeiro-fora-de-festa que se preze. Além disso, é o lado bom de não ter irmãozinho perto pra dividir, hohohohoho.
dei uma pausa na lua-de-mel com Chico, pelo simples fato de estar morrendo de saudade de todas as minhas outras músicas, que fiquei mais de 1 mês sem escutar, enquanto meu pc estava em coma. E não me senti nem um pouquinho culpada por isso, afinal, os Beatles, os Strokes, os Hermanos, os Gallagher e tantos outros estavam lá, guardadinhos, esperando que eu os tirasse da gaveta. Mas aposto que assim que meus dvds chegarem, we'll be honeymooners again.
ganhei uma bala e um desenho na aula de hoje, presente de Karina, a pessoa mais zen que já conheci, e que é uma grande amiga.

tive idéias na hora certa. Acho que minha criatividade nunca foi tão cobrada como agora. Ainda bem que ela compareceu no lugar certo, porque seria um grande problema escrever coisas geniais no blog todo dia, e deixar meus projetos ao léo. Por sorte, foi o contrário (nãaaao, bloguinho, não fique sentido, que eu posso trancar a faculdade, mas não você. Acalmou?).
percebi que não consigo viver em baixa rotação. Ou seja, peguei (de novo, porque eu nunca aprendo) 6 cadeiras na faculdade, cada uma com seu grandioso e complicado projeto final, e uma monitoria que começou ontem, e até agora não sei se é ou não remunerada. De qualquer jeito, it's not about the money, it's about the currículo. E pelo prazer de criticar trabalhos dos calouros (muahahahahaaaaa). Como diria meu saudoso amigo Cazuza, essa é a vida que eu quis.
só pra compensar, passei um fim de semana inteiro de molho, só pondo os pezinhos fora de casa pra levar o lixo pra fora. Na horizontal, tirando o atraso dos filmes repetidos e cercada por junk food e coca-cola, além do precioso controle remoto. Como diria meu saudoso amigo Cazuza, essa é a vida que eu quis.
comi algodão doce, hoje mesmo, menos de 5 minutos atrás, depois de desistir de parecer gente grande.

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(soundtrack: Billie Holiday - Someone to Watch Over Me)
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off the record: percebi uma coisa de uns tempos pra cá: nunca mais escrevi nada triste, chateado ou no mínimo levemente deprê, o que é muito estranho. Até porque não tenho muita vocação pra Poliana. Aposto que Freud (ou Renata Ingrata, renomadíssima filósofa de botequim) explica. Pode ser uma espécie de bloqueio doentio de tudo que naõ me agrada, ou estou transformando isso aqui num universo paralelo, pra escapar da penosa vida que tenho que enfrentar aqui fora. Mas segundo o dito popular, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Ou então, depois da calmaria vem a tempestade. Ou então é neura minha, que sou paranóica e bocó o suficiente pra desconfiar de uma simples sucessão de dias bons, em vez de aproveitá-los.