faço-eu-mesma

Eu tinha esquecido como gosto de pintar. E fazer qualquer dessas coisas faça-você-mesmo. Não posso andar muito tempo nesses home centers que fico com a cabeça pipocando de idéias. Não posso ver latas de tinta e móveis antigos no mesmo ambiente, que a mão começa a coçar. Sou fã confessa de Minha Casa Sua Casa, que apesar das tosqueiras dos decoradores e do drama típico de reality show, sempre tem umas idéias ótimas e resultados interessantes (tá, alguns ambientes ficam bizarros, mas se não fosse assim, o programa não tinha graça). Já me aventurei nesse mundinho uma vez - não na casa do vizinho, é claro, que essas coisas não acontecem no Brasil - , e o resultado foi um quarto todo em tons de lilás e com móveis romanticamente fofos com pátina, do qual não me arrependi nem um pouco. E tudo com uns pincéis, uma lata de tinta, cores feitas por mim e uma empolgação enorme por estar fazendo aquilo sozinha - ok ok, com meu pai do lado vendo se eu não fazia alguma besteira muito difícil de consertar.

Anyway, passei os últimos dias às voltas com A Escrivaninha, que era lilás patinada e agora ficou vermelho-sangue esmaltada (porque deixei de ser uma menininha romântica, e a energia que tenho às vezes é tão intensa que lilás não dava pro gasto). Me melei de tinta até a alma - meus irritados pulmões e meu revirado estômago que o digam - e fiquei exausta. Mas adorei passar o dia de avental, e ela está linda e impossível de passar despercebida, que nem a dona, que não é nem um pouco convencida.
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Minha casa vai ser um lugar bom de se estar. Feita por mim. Assim que sair o cheiro de tinta.
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(soundtrack: Robbie Williams - Beyond The Sea)