sexta-feira, 31 de março de 2006

pequeno conto de fadas

Era uma vez uma linda princesinha, que morava num castelo perfeito de conto de fadas. Sua vida era muito feliz, mas faltava o essencial de todas as histórias de princesa: o príncipe encantado. Ela sonhava com o dia em que ele iria chegar, imponente, num cavalo branco, e se derreter em gentilezas diante de sua beleza. Porque a nossa princesinha era indiscutivelmente deslumbrante, e sabia muito bem disso. Era presença obrigatória nos bailes da corte, e os fidalgos vinham de muito longe para cortejá-la. Mas nada do príncipe encantado aparecer...

Um dia apareceu, bem como ela havia sonhado. Imponente, no clássico cavalo branco, como manda o figurino. Num de seus passeios pelo bosque, a princesinha viu aquele cavaleiro hipnotizantemente lindo (e charmoso também, como ela irira descobrir mais tarde). Foi amor à primeira vista. O tal cavaleiro vinha de um reino distante, e se apaixonou por aquela criatura romântica e cheia de pequenos segredos. E assim começou o conto de fadas.

A princesinha e o cavaleiro se encontravam todos os dias. Eram longos passeios no bosque, paisagem perfeita para o romance dos dois. Ele acabou se revelando também um trovador de primeira, que encantava sua princesa com os mais apaixonados poemas de amor. As coisas iam muito bem, e os dois sonhavam com o dia em que estariam juntos para sempre. O jovem cavaleiro, então, voltou ao seu reino, a fim de contar a seu pai da enorme paixão que sentia, e que queria pedir permissão aos pais da princesinha para cortejá-la oficialmente.

Mas qual não foi a terrível surpresa quando foi revelado que o moço estava prometido desde o berço a outra princesa de um reino vizinho... e que, por ironia do destino, era a melhor amiga de infância da dona da história! Elas brincavam juntas nos jardins do palácio, trocavam confidências sobre os fidalgos que apareciam para cortejá-las, dividiam vestidos de jóias, e teriam crescido como irmãs se o velho rei, avô da princesinha, não tivesse adoecido, obrigando a família a se mudar para um feudo mais perto da cidade. As duas jovens princesas eram parecidas em muita coisa, mas quem poderia imaginar que o príncipe com quem elas haviam sonhado juntas por tanto tempo era o mesmo?...

Nossa princesinha ficou arrasada ao receber a notícia, e chorou sem parar por 3 dias e 3 noites, trancada na torre mais alta de seu palácio. Não suportava a idéia de partir o coração de sua melhor amiga por causa do "príncipe-encantado", que a essa altura já era um grande problema-encantado. E o cavaleiro/trovador não sabia o que fazer, pois amava demais a princesinha, mas se sentia muito mal em desonrar um compromisso com uma criatura tão doce e delicada, apaixonada por ele ainda por cima.

E assim, numa sábia decisão, a princesinha e o cavaleiro resolveram passar 40 dias sem se ver, para esclarecer as idéias e pensar numa solução. A princesinha não aguentava de saudade, e todos os dias mandava um mensageiro até o distante reino do cavaleiro, mas este voltava invariavelmente sem resposta. Ela estava totalmente desconsolada. Nunca tivera sorte no amor. Os poucos pretendentes que conseguiram mexer com seu coração tinham algum "porém", algo que os impedia de ficar juntos. E a moça, tadinha, achava que dessa vez ia dar certo, que a espera por seu cavaleiro/trovador valeria a pena. Mas essa revelação repentina foi como um vendaval num castelo de cartas. E à princesinha agora só restava esperar por uma decisão do cavaleiro...

e quem não quer o príncipe William?

Como o amor é cruel... Ah, as peças que o destino nos prega... Oh vida, oh azar!...
Ganha um doce quem aparecer com um final decente pra a história da princesinha!!

Daqui a 40 dias eu conto o final, com os devidos créditos a quem inventou. E é lógico, se eu conseguir pensar em um sozinha, o doce é todo meu e não divido com ninguém!

(soundtrack: Chico Buarque - João e Maria)